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Erotico-->Dos sonetos de Orfeu II:10 -- 18/08/2001 - 13:42 (Elpídio de Toledo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos














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De:René Wilhelm Johann Josef Maria Rilke



A máquina ameaça todas as prerrogativas, quando

Ousa ser inteligente, em lugar de ser obediente

Para não expor as belas e hesitantes mãos do dono

Em obra de talha, faz o corte mais rijo no ente


Desde que ungida, em nenhum ponto procrastina

No silencioso produzir, ausculta-se em surdina


Ela é a Vida, — Ela sabe que sabe melhor

Que aquele que organiza, cria e destrói


Porém, a Existência nos fascina inda mais: em centenas

De rincões, ela nasce de uma trama de exclusivo poder

E não comove quem não se prostra e não A admira



Faltam palavras de ternura ao inefável...

E a melodia do maior tremor de pedras, sempre nova

Faz do espaço inútil sua divina casa.


***

II.10

Alles Erworbne bedroht die Maschine, solange

sie sich erdreistet, um Geist, statt im Gehorchen, zu sein.

Dass nicht der herrlichen Hand schöneres Zögern mehr prange,

zu dem entschlossenern Bau schneidet sie steifer den Stein.



Nirgends bleibt sie zurück, dass wir ihr ein Mal entrönnen

und sie in stiller Fabrik ölend sich selber gehört.



Sie ist das Leben, — sie meint es am besten zu können,

die mit dem gleichen Entschluss ordnet und schafft und zerstört.



Aber noch ist uns das Dasein verzaubert.; an hundert

Stellen ist es noch Ursprung. Ein Spielen von reinen

Kräften, die keiner berührt, der nicht kniet und bewundert.




Worte gehen noch zart am Unsäglichen aus...

Und die Musik, immer neu, aus den bebendsten Steinen,

baut im unbrauchbaren Raum ihr vergöttlichtes Haus.


***



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