Apressada, pela buzina insistente, no escuro, abriu uma das gavetas da cômoda e pegou algo macio para limpar o batom. Tirou-o todo... “Quem precisa de batom, para ir a uma cartomante?” – pensou.
E devolveu o pano macio à gaveta.
E a amiga que não tirava a mão da buzina... Argh! “Já estou indo!” – disse agora, aos berros. Mas ouviu da amiga:
– Estou insistindo na buzina e você não aparece! É para dizer que a consulta foi adiada. Não posso, hoje.; Pedrinho teve febre! Remarquei para a próxima semana.
Decepcionada, acalmou-se. Estava frio... Resolveu vestir um pijama do marido, quentinho, aconchegante...
Ao abrir a gaveta, viu algo remexido... Uma cueca branca, com uma mancha vermelha...
Batom?!
Farejou de leve... Não havia dúvida, era batom!
Aquele miserável... Cansei de olhar o colarinho das camisas, algum vestígio, ou perfume e nada...
Mas nunca havia pensado nas “cuecas”... Miserável! Ele me paga...
E as lágrimas caíam fartamente na cueca branca, manchada de batom vermelho.
MORAL:
QUEM PROCURA... ACHA!