"Ela trabalhava em um bar
na beira da estrada.
Trabalhava noite e dia...
também de madrugada.
Viajantes mudavam o itinerário
para vê-la debruçar-se no salão.
Colocavam gorjetas no sutiã imaginário
enchendo seu peito de satisfação.
Toda vez que se abaixava
olhares mergulhavam no seu decote.
Ela jogava na privada
aquele monte de merda de bode.
Seus seios transbordavam
num mar de intenções pecaminosas.
Mas ela sempre se salvava
fazendo-se de surda às propostas indecorosas.
Os homens ficavam tão excitados
que faziam fila para ir ao banheiro.
Ali o nome dela era muito exaltado
de forma silenciosa, o tempo inteiro.
Ela era muito magrinha,
não tinha mais nenhum atrativo.
Doze anos apenas ela tinha,
aproveitar o tempo era preciso.
Porque um dia não seria mais moça,
sua estética não seria para sempre.
Perderia toda a graça, a força,
que tem uma adolescente.
E foi isso o que aconteceu
com aqueles seios reluzentes.
O tempo é mesmo cruel...
com ela não foi diferente.
Ela teve que usar sutiã
para segurar aquela grande anatomia.
O que antes tinha a forma de maçã
agora lembrava a melancia.
Foi grande o meu susto
quando voltei àquele local.
Ela ganhava dinheiro por causa do busto...
mais do que o estabelecimento comercial.
Gastou o dinheiro que conseguiu
ao submeter-se a uma cirurgia,
teve de novo os seios pequenos
mas não aquela velha magia.
Ninguém nunca conseguirá
os mesmos seios de antigamente
por melhor que seja o cirurgião.
Por mais avançados que sejam os meios
os seios de menina-moça-adolescente
são frutas de curta estação."