Ele chega em casa excitado, louco por ela, querendo trepar desde a soleira da porta. Come o jantar cheio de idéias, espera as crianças dormirem e a agarra por trás. Ela, cansada, acabada, não vê a hora de cair na cama e dormir.
Ele chega em casa, esgotado, com a voz do chefe ainda ecoando nas orelhas. Quer tirar o terno, vestir o pijama e dormir. Ela abre a porta com olhar de Mata Hari. Vestido justo e sem sutiã. Pôs as crianças mais cedo na cama e fez jantar à luz de velas.
Ele faz amor com a esposa como se escovasse os dentes - asséptico. Ela quer ser puta, currada, comida até em cima da mesa.
Ele passa a mão nas coxas dela por baixo da mesa, lambe os beiços. Ela o manda ir fazer isso com suas negas.
Ele é freguês da piranha mais safada da zona, paga por mês. Ela se masturba, e é louca pra dar a bunda pro vizinho.
Ele descarrega a fúria nos funcionários, ela descarrega na empregada e nos filhos.
Um pênis e uma vagina, dois cérebros, dois corpos, em descompasso. Dois corações que não sabem se expressar.