Primeiro é preciso que as instituições humanas se tornem tão perfeitas que possamos ponderar sossegadamente quão imperfeitas são as divinas.
Em: KRAUS, Karl. Ditos e Desditos, tradução de Márcio Suzuki e Werner Loewenberg, Brasiliense, 1988.
Comentário de Rodrigo Contrera:
Graças à influência de Rawls e Habermas, discute-se atualmente a plausibilidade de utopias ditas realistas. Entendo que, orientadas ao passado, tais iniciativas são réplicas de máquinas do tempo (sabemos como terminam os filmes a respeito). Entendo que, orientadas ao futuro, tais iniciativas pecam por serem conduzidas de forma amadora, despropositada, usando categorias mais à mão do que realmente úteis e incentivadoras do social. Kraus dá o toque da medida: poderemos começar a pensar em utopias somente quando a realidade permitir arroubos em muito superiores a nossos melhores sonhos.