As frases abaixo constam do preâmbulo de meu trabalho "Arquivos I - uma história da Intolerância", em andamento, porém já disponível em Usina de Letras (Félix Maier).
“Sine ira et studio.” - (Latim) Sem ódio e sem preconceito: máxima do historiador romano Tácito, que não é seguida por grande parte de escritores e historiadores da atualidade, que omitem e distorcem os fatos, a exemplo da esquerda que escreve à sua cara a recente História do Brasil – especialmente a dos governos militares -, apresentando apenas uma face da moeda.
“Não vivesse o Brasil uma crise de identidade e dignidade tão grande, estaríamos todos comemorando o centenário de um notável patriota e soldado, que assumiu a Presidência da República como missão e governou com sucesso. Trata-se do General Emílio Médici, homem cordial, correto, discreto, que enfrentou em vida e sofre até hoje a mais odienta campanha no sentido de ser apresentado à história como responsável por um período marcado pela violência” (Aristoteles Drummond, in “Médici: grande soldado, grande presidente”, JB 07/11/2005, seção “Opinião”).
"Inspirados nos truques do publicitário João Santana, conscientemente ou não, 58 milhões de clePTomaníacos em potencial votaram na continuidade da clePTocracia brasileira" (Félix Maier).
"Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!" (Sérgio Porto, pseudônimo Stanislaw Ponte Preta). Obs.: Com a reeleição de Lula, e nenhum corrupto na cadeia, chega-se à conclusão que o roubo está institucionalizado no Brasil.
“O Marxismo é uma infantilidade defendida unicamente por ricos e burgueses (Marx, Lênin, Fidel, Niemayer), ‘revoltados’ com a sua condição humana, que é aceita filosófica e religiosamente pela maioria dos povos. Os marxistas intrometem-se na ordem natural do cosmos, querendo modificar a órbita dos planetas e alterar o curso do cometa Halley, para que se aproxime mais da Terra, apenas para oferecer um espetáculo fantástico a beócios desocupados, como eles próprios” (Félix Maier).
"Pela anistia se elimina não somente a punibilidade da ação, mas a sua própria existência como crime, isto é, as conseqüências penais que dele podem decorrer” (Mirador, Tomo 2, pg. 600 - Encyclopaedia Britannica).
“O escritor deve saber como nadar contra a corrente” (Octávio Paz).
“O socialismo é o altruísmo imposto pela polícia” (Meira Penna).
“Democracia é primeiramente uma atitude mental, um testamento espiritual” (Lord Tweedsmuir).
“Não haverá César, nem burguês, nem Deus” (chavão comunista).
“Os jovens, antes de saírem para consertar o mundo, deveriam arrumar seus armários” (Anônimo).
“Os Estados Unidos não têm amigos, mas interesses” (John Foster Dulles).
“As idéias têm conseqüências” (Richard weaver, 1948).
"Marxismo é como caxumba. Ou dá na idade certa, ou provoca esterilidade" (Janer Cristaldo, autor de "Ponche Verde" e articulista de Mídia Sem Máscara).
“O dinheiro é o deus ciumento de Israel, diante do qual nenhum outro deus deve subsistir” (Karl Marx in A questão judaica, 1844).
“God had a divine purpose in placing this land between two great oceans to be found by those who had a special love of freedom and courage” (Ronald Reagan).
“Perpetual peace is a futile dream" (George Patton).
“Do not let any one claim to be a true American if they ever attempt to remove religion from politics” (George Washington).
Ubi bene, ibi patria: máxima latina, diz que onde a pessoa humana se sente bem, ali é sua pátria.
“O nacionalismo é uma doença infantil. É o sarampo da humanidade” (Einstein).
“Não pertence o homem à sua língua, nem à sua raça: pertence somente a si próprio, pois é um ser livre, o que quer dizer que é um ser moral” (Renan).
“ O cristão é ao mesmo tempo um cosmopolita e um patriota. Essas duas qualidades não são incompatíveis. O mundo é, na verdade, uma pátria comum ou, falando em melhores termos cristãos, um comum exílio” (Bispo Le Franc de Pompignon).
“Hayes considerava o tribalismo a origem antropológica do nacionalismo. E classificava a ideologia de cinco formas: 1) humanitária, 2) jacobina, 3) tradicional, 4) liberal e 5) integral, na linha de Charles Maurras” (Meira Penna, in A Ideologia do Século XX, pg. 49).
Tipicamente do americano, que faz a seguinte pergunta ao pernóstico de roupa puída: “If you are so smart, why aren’t you rich?” (Se você é tão esperto, por que não é rico?). Cit. por Meira Penna in “Política Externa”, pg. 123.
“Grupos como Tortura Nunca Mais e o projeto Brasil Nunca Mais da Arquidiocese de São Paulo estão esquecendo que a anistia não é um ato unilateral, é geral – cobre os dois lados. Repudio atos de ódio e revanchismo político de grupos como o Tortura Nunca Mais porque, quando o Congresso votou a anistia, virou a página autoritária no pressuposto de que não voltaria atrás senão como referência histórica” (Senador Jefferson Peres, in “Jornal do Senado”, abril de 1998).
“O proprietário da Fazenda Amoni... está convencido de que a invasão de sua propriedade foi uma operação de guerrilha, no mesmo estilo adotado pelo governo de Cuba em vários países da América Latina. Ele acusou políticos e sindicalistas do PCB, PCdoB e do PT e citou nominalmente o presidente do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, de terem doutrinado agricultores sem terra com ensinamentos recebidos em cursos que são ministrados em Havana” (Jornal Zero Hora - 07.01.1985).
“O Fórum Social Mundial é o maior evento político realizado na História contemporânea. E eu não tenho dúvida nenhuma de que ele vai contribuir, de forma decisiva, para que a gente mude a História da Humanidade" (Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso proferido no III Fórum Social Mundial, Porto Alegre, janeiro de 2003).
“Os preparativos de guerra, longe de pedir sacrifício a vocês, são um estímulo que nem a vitória nem a derrota do New Deal pode lhes dar: consumo individual maior e nível de vida mais alto” (Lord Keynes, reconhecendo que a guerra era crucial para a recuperação econômica, cuja economia “patinou” durante quase 10 anos após o crack de 1929, in “New Republic”, 20 Jul 1940). Obs.: 1º New Deal: 1933-36; 2º New Deal: 1937-38.
“O Comunismo não é a fraternidade: é a invasão do ódio entre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminação mútua. Não arvora a bandeira do Evangelho: bane Deus das almas e das reivindicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhece a liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religião. Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra do Criador” (Rui Barbosa).
“O que não é verdade, como todo mundo sabe, é imensamente mais fascinante e satisfatório para a maioria dos homens do que o que é verdadeiro” (Henry Louis Mencken, jornalista norte-americano).
“Desde as ‘cruzadas das crianças’ na Idade Média até a Juventude Hitlerista, a ‘Revolução Cultural’ de Mao Tsé-tung e as rebeliões estudantis dos anos 60, o testemunho da história é constante e uniforme” (Olavo de Carvalho in “Engenharia da delinqüência”, jornal O Globo, 29 Nov 2003).
“Comunicamos que asumimos la autoría de la operación de infiltración con explosivos en el interior de Consulado de Brasil, ejecutada hoy martes 23 de marzo” (Comunicado do MIR, grupo terrorista do Chile, assumindo a autoria dos atentados no Consulado brasileiro em Santiago, no dia 23/03/2004. Motivo: o Brasil condenou a 30 anos de prisão Maurício Hernández Norambuena, 2º homem da Frente Patriótica Manuel Rodriguez, um dos seqüestradores do publicitário Wasghinton Olivetto.) Obs.: atentar para a “novilíngua” do grupo, que chama o ato terrorista de “operação de infiltração com explosivos”...
“Aos poucos, a ideologia esquerdista se tornará moeda corrente, penetrando no subconsciente do povo, e de repente, não mais que de repente, todos descobrirão que já são comunistas há tempos” (Olavo de Carvalho).
“Não há nada mais tirânico que um governo que pretende ser paternal (Napoleão Bonaparte).
“Se Deus não existe, tudo é permitido” (Dostoiewski, in “Crime e Castigo”).
“Marx se julga um Deus Ateu autonomeado” (Poeta Heinrich Heine).
“A política e o crime são as mesmas coisas” (personagem Michael Corleone no filme “O Poderoso Chefão 3”, interpretado por Al Pacino).
“Caráter é destino” (Novalis, filósofo alemão).
“Os maiores inimigos dos livros são intelectuais” (Fernando Baéz, autor de “História Universal da Destruição de Livros”, em entrevista a Veja, edição 1958, de 31 de maio de 2006, pg. 114).
“O casamento transforma pessoas agradáveis em tiranos domésticos” (Laura Kipnis, in “Contra o amor”, entrevista em Veja, pgs. amarelas, nº 1854, de 19/05/2004, pg. 14).
“A obsessão com a juventude é um aspecto triste da nossa cultura” (Robert Redford, in “Privilégio se conquista”, entrevista em Veja, pgs. amarelas, nº 1853, de 12/05/2004, pg. 9).
“O homem é um anjo montado num porco” (São Tomás de Aquino).
"A teologia da libertação é um credo satânico" (David Horowitz).
“A mente que tem vida real não é jamais o eco de outra mente” (George Eliot, pseudônimo da escritora inglesa Mary Anne Evans).
“O estudo correto da natureza humana é o homem” (Alexander Pope).
“O conhecimento começa com o espanto” (Aristóteles).
“A música salvará o mundo” (Murilo Mendes).
“Tudo o que sobe converge” (Pe. Teilhard de Chardin, S.J.).
“Nenhum sistema nos satisfaz e a ausência de um sistema nos angustia” (Marcel Arland).
“O poder não me interessa. Depois da vitória, quero regressar à minha cidade e retomar minha profissão de advogado” (Fidel Castro, em entrevista ao jornalista Herbert Matthews, do NYT, 1957).
“O futuro é a única propriedade que os senhores concedem de boa vontade aos escravos” (Albert Camus, argelino).
“Mi hijo, la guerilla es secular. Además, es un medio de vida” (Manoel Marulanda, o “Tirofijo”, em resposta a Ipojuca Pontes, em 28/10/1968, durante filmagem de documentário sobre guerrilhas na Colômbia. Cit. in “Filme & ‘Tirofijo’ ”, de Politicamente Corretíssimos, pg. 166).
"A religião é o suspiro de uma criatura esmagada pela infelicidade, a alma de um mundo sem coração, do mesmo modo que é o espírito de uma época sem espírito. É o ópio do povo" (Karl Marx). Obs.: Marx, ladrão de idéias alheias, apropriou-se da expressão “a religião é o ópio do povo”, criada por Heine.
"A fome não só destruiu a fé no Czar, como também a fé em Deus" (Palavras brutais e cínicas proferidas por Vladimir Ilitch Oulianov, vulgo Lenin.).
“A paz é a continuação da guerra” (Lenin).
“Por princípio, nunca rejeitamos o terror” (Lenin).
“Não pode haver nada mais abominável que a religião” (Lenin).
“Os comunistas deveriam lembrar-se de que falar a verdade é preconceito pequeno-burguês. Uma mentira, por outro lado, é muitas vezes justificada pelo fim” (Lenin).
“A juventude é livre do peso do passado e assimila melhor do que ninguém os preceitos leninistas” (Stalin).
“Hoje em dia é possível se julgar alguém por uma metáfora e mandá-lo para um campo de concentração pelo simples uso de figuras literárias” (Sventlana Alliluyeva, filha de Stalin, que pediu asilo político na Embaixada americana em Nova Delhi, Índia, no dia 6 Mar 1967).
“Ele não foi ainda preso – isto é muito suspeito” (frase que corria na URSS, no auge das perseguições de Stalin).
“Os homens que não são livres... sempre idealizam sua sujeição” (Boris Pasternak, escritor dissidente russo, autor de “Doutor Jivago”).
"O poder nasce no cano de um canhão" (Mao Tsé-Tung).
“Mata um e assustarás dez mil” (provérbio chinês).
“O homem é o lobo do homem” (Hobbes).
“A guerra é a continuação da política por outros meios” (Carl Von Clausewitz).
“As almas filantrópicas podem julgar que existe maneira diferente de contrapor-se a uma ação violenta sem uso da violência. É um erro pensar assim, por mais que a brutalidade nos repugne” (Carl Von Clausewitz).
“Não é bom tocar nos ídolos; o dourado pode sair nas nossas mãos” (Gustave Flaubert, in “Madame Bovary”).
“Só se compreende um filósofo quando se sabe contra quem ele se levantou polemicamente” (Benedetto Croce).
“A autoconsciência é a terra natal da verdade” (Hegel).
“Nosso verdadeiro destino é feito de resignação e atividade” (Augusto Comte, criador do Positivismo).
“Ser objetivo é morrer um pouco” (Frithjof Schuon).
“Verdade conhecida é verdade obedecida” (Platão).
“Se a verdade escandaliza, façamos escândalo” (São Francisco de Assis).
“A ciência do governo consiste em pauladas e guloseimas” (Bismarck).
“O passado rejeitado volta com redobrada força” (Freud).
“Todos os acontecimentos revolucionários que marcaram época foram produzidos não pela palavra escrita, mas pela palavra falada” (Adolf Hitler).
“Um advogado deve ser visto como um homem deficiente por natureza ou deformado pela experiência” (Hitler).
“Sabe-se que a informação é, por natureza, uma mercadoria adulterada. Não faltarão tentações para a adulterar ainda mais” (Vladimir Volkoff, in “Pequena História da Desinformação – do Cavalo de Tróia à Internet”, pg. 10).
“Deve-se permitir que as pessoas entrem em atrito mútuo. O atrito produz calor, e calor é energia” (Hitler).
"O socialismo é a guerra civil total e permanente" (Olavo de Carvalho).
"Os marxistas inteligentes são patifes. Os marxistas honestos são burros. E os inteligentes e honestos nunca são marxistas" (J.O. Meira Penna).
"Aqueles que não buscam uma perspectiva histórica acabam prisioneiros de uma perspectiva histérica" (Roberto Campos).
"History is again on the move" (Arnold Toynbee).
“Toda a arte do político é fazer crer” (Maquiavel).
“Com Lutero se originou o caos que atualmente ameaça o mundo” (Roland Corbisier).
“Os atos mais abertos dos homens têm um lado secreto” (Joseph Conrad).
“A lei tem de ter a força do seu lado” (Charles de Gaulle).
“A lei é a violência sublimada” (Alvin Toffler).
“Digam-lhes o que eles querem ouvir” (Lênin).
“O árabe é um judeu a cavalo” (Disraeli).
“Toda a arte da guerra tem por base o logro” (Sun Tzu, in “A Arte da Guerra”).
“A arte suprema da guerra é derrotar o inimigo sem combate” (Sun Tzu).
“Desacreditar tudo o que há de bom no país inimigo” (Sun Tzu).
“Impliquem os representantes das camadas dirigentes do país inimigo em atos ilegais. Abalem a sua reputação e, no momento propício, lancem-nos ao desprezo dos seus concidadãos” (Sun Tzu)
“Semeiem a discórdia e os conflitos entre os cidadãos do país inimigo’ (Sun Tzu).
“Excitem os jovens contra os velhos. Ridicularizem as tradições dos inimigos” (Sun Tzu).
“Um exército vitorioso é aquele que já o é antes de procurar o combate; um exército votado à derrota bate-se sem esperança de vencer” (Sun Tzu).
“Não há nenhuma cidade que não possa ser tomada por uma mula carregada de ouro” (Felipe II da Macedônia).
“Não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter um determinado efeito” (Goebbels).
“Sem enganar não se vende” (provérbio russo).
“Ne biot ne jaleet” (Se não me bate, não me ama) (provérbio russo).
“Os fatos são de ferro” (Stalin). Obs.: Não para o desinformador.
“Tudo para o Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado” (máxima do Fascismo).
“O homem é feito de tal modo que as ficções o impressionam muito mais do que a verdade” (Erasmo).
“O sionismo é, na realidade, uma filosofia judaica cuja substância essencial é a luta contra a assimilação” (David Ben Gurión, 1º Presidente de Israel).
“O objetivo central dos árabes não é construir um Estado palestino, mas destruir o Estado judeu”
(Benjamin Netanyahu – ex-Primeiro-Ministro de Israel).
“O doce sonho da compatibilidade cultural universal deu lugar ao pesadelo do conflito permanente” (Theodore Dalrymple, a respeito da rebelião de jovens árabes na França, em 2005, também apelidada de “Intifada francesa”).
“Quando um homem já não crê em Deus, não é que ele não acredite em mais nada: ele acredita em tudo” (Chesterton).
“Quando a gente não sabe o que fazer, uma palavra é como uma tábua para o naufrágio” (Goethe).
“Problema é consciência de uma contradição” (Ortega y Gasset).
“Arranhe a casca de um liberal e encontrará um fascista” (slogan de esquerda). “Arranhe a casca de um libertino e encontrará um comunista” (slogan de direita).
“Gavião é bicho ruim
E tem as garras do cão
Não facilite benzim...
Cuidado com o gavião!”
(literatura de cordel – adaptação das esquerdas para um continuado e redobrado antiamericanismo, a exemplo da obra “Cuidado com o Gavião”, pg. 9).
“Neurose é uma mentira esquecida na qual você ainda acredita” (psicólogo clínico Juan Alfredo César Müller – cit. por Olavo de Carvalho in “O Jardim das Aflições”, pg. 64).
“O terrorismo baseia-se no desprezo da vida do homem” (João Paulo II, em sua mensagem no Dia Mundial da Paz, 01/01/2002, “Não há paz sem justiça; Não há justiça sem perdão.”).
“As armas biológicas são as bombas de Hiroshima dos pobres” (Laurie Garrett, escritora norte-americana).
“A mentira é como carvão; quando não queima, suja” (dito popular).
“A primeira lei da natureza é a tolerância, já que temos todos uma porção de erros e fraquezas”
(Voltaire) .
“Qui n’a pas l’esprit de son âge, de son âge a tout la malheur” (Quem não possui o espírito de sua época, de sua época tem toda a infelicidade) (Voltaire).
“Se você não quiser ter Deus (e Ele é um Deus ciumento), você terá de render homenagens a Hitler ou a Stalin” (T. S. Elliot).
“O café é negro e o negro é o café” (escravocratas, antes da Abolição). Por um prato de comida e uma cama na senzala, cada escravo negro cuidava de 6.000 pés-de-café. Os primeiros imigrantes italianos, por algo semelhante, cuidavam de 7.000 pés-de-café.
“Há uma miséria maior do que morrer de fome no deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã” (José Américo de Almeida – prefácio de “A Bagaceira”).
“Nós temos uma burguesia muito má, uma minoria branca muito perversa. A bolsa da burguesia vai ter de ser aberta para sustentar a miséria social brasileira” (Cláudio Lembo, governador paulista que substituiu Geraldo Alckmin, num repente sociológico, descobriu quem é o culpado dos ataques, atentados, depredação de bancos, incêndios de ônibus promovidos pelo PCC, no período de 12 a 19 de maio de 2006).
"Um dos nossos piores defeitos é acreditar que importamos todas as nossas misérias do estrangeiro, que os outros são sempre responsáveis por nossos problemas” (Mario Vargas Llosa).
“Se todos déssemos as mãos uns aos outros, não teríamos como pegar em armas” (John Lennon).
“Se a tolerância nasce da dúvida, que nos ensinem a duvidar de modelos e utopias, a recusar os profetas da salvação, os arautos de catástrofes” (Raymond Aron).
“Churchill disse que, em Moscou, em agosto de 1942, Stalin contou-lhe friamente que ‘dez milhões’ de camponeses tinham sido ‘despachados’ ” (Winston Churchill, in “The Second World War”, 12v., Londres, 1964, VIII 78).
“Não há boa fé na América, nem entre homens nem entre as nações. Os tratados são papéis, as constituições são livros, as eleições são combates, a liberdade é anarquia e a vida é um tormento” (Simon Bolivar, durante o “Primeiro Congresso de Estados Americanos”, em 1826).
“Os homens odeiam a verdade quando ela lhes é contrária” (Sócrates).
“Não ser descoberto na mentira é o mesmo que viver na verdade” (Aristóteles Onassis).
“Omnis definitio periculosa est” (Toda definição é perigosa): Erasmo de Rotterdam, humanista renascentista.
“Índio bom é índio morto” (General Sheridan, EUA).
”Fight the forest, burn a Brazilian” (Lute pela floresta, queime um brasileiro): frase que circulava em plásticos colados a carros, em Londres, desde 1995.
“Socialism is dead, but Leviathan lives on” (O socialismo está morto, mas o seu espírito continua vivo.) (James Buchanan).
“Il faut que nous sachions bien que la menace pesant sur nous tous n’est pas seulement de mourir, c’est de mourir comme des imbéciles” (“É necessário que saibamos bem que a ameaça que pesa sobre todos nós não é somente morrer, mas morrer como imbecis”) (Georges Bernanos).
“Uma lei constitutiva da mente humana concede ao erro o privilégio de poder ser mais suave do que a sua retificação” (Olavo de Carvalho, in “A Nova Era e a Revolução Cultural”).
“Do ponto de vista uspiano, um economista marxista é mais filósofo que qualquer filósofo liberal” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 37).
“A opção pela verdade deve ser refeita diariamente, entre as hesitações e dúvidas que constituem o preço da dignidade humana” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 63).
“Não há consciência moral, nem conhecimento objetivo, sem algum sofrimento psíquico voluntário, sem o sacrifício ao menos temporário da harmonia interior em vista de valores que transcendem os interesses imediatos do organismo psicofísico"”(Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 64).
“A Idade Média é um bode expiatório das culpas de períodos posteriores, que a sua fama inquisitorial obedece à definição stendhaliana da fama: conjunto de equívocos que a posteridade tece em torno de um nome” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 36).
“A Idade Média foi denegrida, no início da Renascença, por vícios que realmente pertenciam aos seus detratores; a História oferece muitos exemplos de ‘censura transferida’... Essa impressão sobre a Idade Média é parcialmente um produto dos ‘Romances Góticos’ do século dezoito, com seus quadros sombrios de câmaras de tortura, teias de aranha, mistério e desvario” (Lewis Mumford, in “A Cultura das Cidades”, trad. de Neil R. da Silva, Itatiaia, Belo Horizonte, 1961, pg. 23 – cit. in “O Jardim das Aflições”, pg. 36).
“Quando hoje vemos hordas de intelectuais ativistas lutando para que o aborto se torne um direito inviolável, para que manifestações de antipatia a qualquer perversão sexual sejam punidas como delitos, para que a interferência dos pais na educação sexual dos jovens se limite à instrução quanto ao uso da camisinha, para que a Igreja abençoe a prática da sodomia e castigue quem fale contra, é forçoso admitir que algo, agindo sobre essas pessoas, destruiu nelas a intuição moral elementar” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 66-7).
“Mais que o século das ideologias, mais que o século da física atômica, mais que o século da informática, este foi o século da escravização mental” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições, pg. 69).
“Em 1940, o romance de Arthur Koestler, ‘Darkness at Noon’ (‘O Zero e o Infinito’), deu ao público Ocidental uma imagem vívida dos processos de tortura psíquica que levavam os prisioneiros soviéticos à perda da identidade” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 83).
“A destruição da religiosidade popular tradicional – atacada de um lado pelos materialistas e de outro pela ideologia da New Age – não produziu nenhum ‘esclarecimento’ ou ‘iluminação coletiva’, mas sim um rebaixamento sem precedentes do nível de consciência das multidões” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 89).
“O típico intelectual exasperado de hoje defende sistematicamente reivindicações contraditórias: liberação do aborto e repressão ao assédio sexual, moralismo político e imoralismo erótico, liberação das drogas e proibição dos cigarros, destruição das religiões tradicionais e defesa das culturas pré-modernas, democracia direta e controle estatal da posse de armas, liberdade irrestrita para o cidadão e maior intervenção do Estado na conduta privada, anti-racismo e defesa de ‘identidades culturais’ sustentadas na separação das raças, e assim por diante” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 90-91).
“Pervertendo nos homens a capacidade para o juízo de realidade, o ativismo intelectual acaba por reduzir a linguagem a nada mais que um instrumento de expressão de raivas insensatas e exigências descabidas, que não têm satisfações a prestar à razão, ao bom senso e ao mais elementar sentimento de humanidade” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 91).
“O ateísmo, em geral, é uma opção de juventude, prévia a qualquer consideração racional do assunto, e uma vez tomada não lhe resta senão racionalizar-se a posteriori mediante artifícios que serão mais ou menos engenhosos conforme a aptidão e a demanda pessoal de argumentos. Não se conhece um único caso célebre de pensador que tenha chegado ao ateísmo na idade madura, por força de profundas reflexões e por motivos intelectuais relevantes. Ademais, toda fé religiosa coexiste, quase que por definição, com as dúvidas e as crises, ao passo que o ateísmo militante tem sempre a típica rigidez cega das crenças de adolescente. O ateísmo militante é, pos si, um grave sinal de imaturidade intelectual” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, rodapé da pg. 100).
“A capacidade das esquerdas mundiais para justificar em nome de uma utopia humanitária as piores atrocidades do regime comunista – e, exterminado o comunismo na URSS, para continuar a pregar com a maior inocência os ideais socialistas como se não houvesse nenhuma relação intrínseca entre eles e o que aconteceu no inferno soviético – é uma herança mórbida que, através de Marx, veio do epicurismo” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 108).
“Os homens não se movem por conceitos, e sim por impressões. Apenas, o homem movido por impressões não sabe para onde se move, e por isto a ciência de produzir impressões é cultivada com esmero por todos aqueles que têm a ambição de conduzir os povos” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 122).
“A Nova Era adere maciçamente a metafísicas orientais ou pseudoorientais, que para o marxista são mera ideologia feudal e para o epicurista uma abjeta escravização do homem aos deuses. Quanto à PNL, inspira-se num kantismo radicalizado, hipertrófico, que vê no mundo a mera projeção dos nossos pensamentos – hipótese que o marxismo rejeita como idealismo burguês” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 123).
“Só a burguesia troca o mundo real por uma projeção subjetiva; o proletariado vê a realidade” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 124).
“O processo iniciado por Nicolau de Cusa encontrará sua culminação quatro séculos depois com Augusto Comte, que fará explicitamente da ciência natural uma religião, e da casta científica um clero” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 149).
“No século XIX, o ocultismo e o espiritismo, amplamente disseminados entre as camadas letradas, explicarão o espírito como uma sutilização ou diluição da matéria, isto é, como matéria rarefeita. Mas ao mesmo tempo que os ‘espirituais’ Allan Kardec e Madame Blavatski restauravam assim sem sabê-lo a física epicúrea, o materialista Karl Marx redigia sua defesa de Epicuro contra Demócrito. Coincidência nada fortuita: o afluxo maciço de militantes socialistas às fileiras do espiritismo e do ocultismo – um dos fenômenos mais marcantes da vida mental das classes letradas do século XIX – mostra a existência de uma afinidade entre essas duas correntes de idéias aparentemente antagônicas, afinidade que se explica facilmente pela sua origem comum na cosmovisão renascentista (Nicolau de Cusa)” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 149).
“Se quem dá coices são os cavalos e não a cavalidade, do mesmo modo quem age é o homem concreto, não a sociedade” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 174).
“Uma sociedade, com efeito, que pune um olhar de desejo e dá proteção policial ao assassinato de bebês nos ventres das mães é, de fato, a mais requintada monstruosidade moral que a humanidade já conheceu” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 180).
“Exercendo livremente seus ‘direitos humanos’ sob a proteção do Estado democrático, as mulheres que praticam nos EUA um milhão e meio de abortos por ano logo terão superado as taxas de genocídio germano-soviéticas” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 180).
“Seu ideal (da intelectualidade moderna) é reduzir a consciência do historiador à condição do sapo da fábula, habitante de um poço, que, indagado sobre o que era o céu, responde: ‘É um buraquinho no teto da minha casa’ ” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, rodapé da pg. 191).
“... Lênin recomendava fomentar a corrupção para depois denunciá-la” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, rodapé da pg. 293).
“Se todas as religiões – todas elas, ou praticamente todas – já deram provas de poder adaptar-se a todas as culturas, a todas as sociedades, a todas as constituições políticas, é porque elas existem e vigoram num plano de universalidade superior ao de todas as culturas, sociedades e constituições políticas” (Olavo de Carvalho, in “O Jardim das Aflições”, pg. 307).
“O comunismo não é um problema criado por circunstâncias do desenvolvimento econômico. É problema moral, de educação e de cultura, revelando o seu aparecimento justamente graves falhas na educação e na cultura espiritual de um povo” (Meira Penna, in "Política Externa – Segurança e Desenvolvimento”, pg. 42).
“Em todo o mundo, são idéias ocidentais que inspiram os mais ferrenhos inimigos do Ocidente. São conceitos cujas raízes se acham em pensadores ocidentais, em Rousseau, em Comte, em Hegel, em Marx, na longa lista de românticos e utopistas revolucionários que representam a heresia gnóstica do modernismo ocidental. São sempre, em última análise, doutrinas políticas elaboradas pela civilização ocidental: a democracia, o socialismo, o positivismo científico, as idéias abstratas de liberdade, de direitos do homem, de auto-determinação e justiça social (Meira Penna, op. cit., pg. 48).
Apologista do “Estado absoluto”, Spengler ainda faz sucesso entre os marxistas, “que têm interesse em acreditar na ‘decadência’ do Ocidente ou que pretendem temer o ‘imperialismo’ e o ‘neo-colonialismo’ ocidental – ao mesmo tempo que tudo esperam do imperialismo soviético ou chinês. O ódio aos Estados Unidos pode justificar-se, doutrinariamente, pela crença de que sejam os americanos os novos ‘imperialistas’ da fórmula spengleriana; ou então, em virtude de um fenômeno de conversão dialética, pode também relacionar-se com a convicção de que sejam os russos e os chineses os povos a quem, pela fatalidade das leis históricas, esteja prometido o império mundial. O paradoxo da propaganda da esquerda ‘anti-imperialista’ é que, de boa ou de má fé, aceita os postulados de Spengler, nos mesmos termos em que o fizeram os fascistas” (Meira Penna, op. cit., pg. 55).
Arnold Toynbee, em seu sistema baseado empiricamente em “noções cíclicas ou rítmicas”, “vale-se do que ele chama ‘a visão binocular” da história, isto é, do método que, sustentando-se na concepção cíclica, consiste em comparar qualquer ocorrência da história contemporânea com um acontecimento paralelo da história da Grécia e de Roma. A visão binocular prende-se portanto à concepção cíclica: ‘a história se repete’ ” (Meira Penna, op. cit., pg. 57).
“A secularização dessa consciência através dos movimentos antitéticos do Racionalismo e do Romantismo ainda mais estimulou o desejo de retorno ao passado, retorno naturalmente idealizado mas que nem por isso conseguia disfarçar o seu neo-paganismo, destinado a apagar a lembrança da Idade Média (‘a idade das trevas’), contrariar o progresso irreversível da história e restaurar um tipo de ordem universal que César simbolizou, que Sto. Agostinho condenou e que os bárbaros, sem dificuldade, desbarataram quando já se encontrava em processo de franca decadência” (Meira Penna, op. cit., pg. 58).
“As várias concepções tri-fásicas das escolas positivistas, dialéticas e historicistas, as doutrinas como as de Comte, de Hegel ou de Marx, que preconizam uma espécie de ditadura científica e a transformação da política numa técnica, os mitos do Terceiro Reich, da Terceira Roma ou da Terceira Internacional, as ideologias imperialistas exacerbadas de nossa época, tudo isso representa fruto amargo da visão binocular” (Meira Penna, op. cit., pg. 58).
“Toynbee é um liberal de esquerda, hegeliano e cripto-marxista, que procura salvar o Ocidente do ‘breakdown’, numa solução que não cobre o preço tão tremendo da imposição pela força e pela violência de um Estado universal americano” (Meira Penna, op. cit., pg. 61).
“Se nos conseguirmos libertar do historicismo – teremos assegurada a nossa liberdade de escolha, a nossa independência, a nossa auto-determinação. Se nos mantivermos atados à sofística historicista, ficaremos também presos às soluções ideológicas, todas elas extremistas e exaltadas – todas elas implicando, justamente com o sacrifício de nosso livre-arbítrio intelectual à ‘inexorabilidade das leis históricas’, um sacrifício correspondente de nossa liberdade política” (Meira Penna, op. cit., pg. 62).
Ao desenvolvimento cíclico da história se opõe a cultura cristã: “Para esta, o destino do homem, em virtude de sua própria transcendência, segue um movimento linear irreversível, independente de qualquer ‘lei’ histórica, numa sucessão de acontecimentos únicos, sem precedentes e cumulativos, presididos por uma Providência incompreensível – e tendo um princípio determinado no tempo, um ‘terminus a quo’, e um fim, um ‘terminus ad quem’, na eternidade do plano divino” (Meira Penna, op. cit., pg. 62).
“Refutando os argumentos das concepções do tipo Marx-Spengler-Toynbee, Karl Poper critica a ‘Pobreza do Historicismo’. Salienta este autor que o curso da história humana é fortemente influenciado pelo crescimento cumulativo do conhecimento humano; que não podemos predizer o crescimento futuro de nossos conhecimentos, o que é uma tese fácil de provar logicamente; que não podemos, por conseguinte, predizer o futuro da história; e que devemos, finalmente, rejeitar toda e qualquer possibilidade de uma ‘história teórica’ que possa servir de base para qualquer espécie de predição ou profecia sobre o que pode ou vai acontecer no campo dos acontecimentos pragmáticos” (Meira Penna, op. cit., pg. 62-3).
Para Karl Löwith, professor de filosofia em Heidelberg, em sua obra “Meaning in History”, “o homem moderno vê o mundo com um olho de fé e outro de razão e, conseqüentemente, a sua visão da história é eminentemente confusa. O homem moderno não se decide entre a posição racionalista derivada dos clássicos e a posição cristã, originada pelos Santos Padres da Igreja, especialmente Sto. Agostinho. A filosofia da história moderna foi elaborada pela secularização dos princípios teológicos, aplicados desordenadamente a um número crescente de fatos empíricos. (...) As duas grandes concepções, a pagã e a cristã, isto é, a do movimento cíclico e a da direção escatológica, já exauriram as suas possibilidades fundamentais da compreensão da história. Mesmo as mais recentes tentativas de interpretação nada mais representam do que variações sobre esses dois princípios, ou são misturas de ambos. Mas a inteligência moderna, conclui Löwith, não se decidiu ainda entre os dois” (Meira Penna, op. cit., pg. 63).
“A ‘revolução mundial dos povos de cor’ de Spengler e a ‘revolução do proletariado externo’ de Toynbee foram adaptadas à problemática socialista. As nações passaram a representar as diferentes classes sociais em conflito. Haveria, de um lado, nações ricas e capitalistas, nações da Europa e da América do Norte, vivendo em estado de ‘parasitismo internacional’, nações que representam hoje a ‘minoria dominadora’ ou a classe burguesa exploradora da concepção marxista; e haveria nações pobres, nações proletárias da Ásia, África e América Latina, nações trabalhadoras e exploradas, as quais se devem unir sob a bandeira do manifesto comunista para conquistar sua independência e destruir aquelas que as exploram economicamente. Em outras palavras, contaminada pela ideologia marxista, a tese historicista contempla o mundo sob a forma de um conflito de âmbito universal” (Meira Penna, op. cit., pg. 64). Em suma, os marxistas querem simplesmente “enterrar o Ocidente” e “propor a tese da unificação do mundo sob a espécie ainda pouco definida, mas certamente violenta e totalitária, de um Estado Universal comunista – pouco importando saber, no momento, se esse império terá sua capital em Moscou ou em Pekin...” (Meira Penna, op. cit., pg. 65).
“ ‘Tomando o globo em sua totalidade’, escreve Lin Piao, ‘se a América do Norte e a Europa Ocidental podem ser chamadas as cidades do mundo, então a Ásia, a África e a América Latina constituem as áreas rurais do mundo’. A URSS é cuidadosamente omitida nesse esquema. A guerra revolucionária assim concebida teria, na opinião chinesa, o resultado fatal de provocar a ruína econômica, política e militar do Ocidente” (Meira Penna, op. cit., pg. 67). Obs.: O general Lin Piao foi Ministro da Defesa de Mao Tsé-Tung.
“O prognóstico historicista do estabelecimento próximo de um império universal esteve, em certo momento, ao alcance fácil dos Estados Unidos. O domínio do mundo, os Estados Unidos já o deixaram fugir, quiçá para sempre, na melhor ou única oportunidade que tiveram de o alcançar – isso entre os anos decisivos de 1945 a 1950! Se o prognóstico não se concretizou, como exigia a teoria, é porque algo de intrinsecamente falso se escondia detrás de tão redutora, brilhante, mas terrível tese” (Meira Penna, op. cit., pg. 69).
“Os princípios de direito internacional valem para os países do Ocidente, não valem para seus adversários. Dois pesos e duas medidas: eis a fatalidade implacável da vida internacional contemporânea” (Meira Penna, op. cit., pg. 72).
“E até mesmo, para não ofender o respeito pela liberdade de pensamento, de reunião e de expressão, concedem os estados ocidentais a seus inimigos e traidores internos essa mesma liberdade e esses mesmos direitos de que abusam com o propósito de destruí-los. A defesa do Ocidente é feita com as mãos atadas. (...) Considerai apenas o problema do armamento nuclear: quem ousaria duvidar que um ditador totalitário, um Hitler, um Stalin ou um Mao Tsé-Tung por exemplo, teriam hesitado um momento sequer em utilizar a bomba como instrumento decisivo para a conquista do mundo se, por acaso, dela viessem a gozar o incontestável monopólio, sem risco de represálias?” (Meira Penna, op. cit., pg. 72).
“O século de Cristo é o grande nó, o verdadeiro Período Axial, o Centro da História do mundo. Então, pela primeira e última vez, se transformou numa antítese vertical a antítese entre os dois pólos da cultura que já existia potencialmente num plano horizontal. Desaparece, súbita mas temporariamente, religião, o seu misticismo, a sua esperança messiânica, o seu espiritualismo ultramundano, ao passo que lhe fornece o Ocidente a sua preocupação com o contreto, a sua ordem racional, a sua ética existencial aplicada ao mundo e aos problemas da cultura. (...) ... é a antítese da cidade terrena e da ‘Cidade de Deus’ (magnificamente formulada por Sto. Agostinho), do temporal e do espiritual; a antítese entre os dois reinos, o de César e o de Cristo; a antítese entre duas lealdades que forçosamente carregamos dentro de nós mesmos” (Meira Penna, op. cit., pg. 81).
“... a grande revolta anti-ocidental que se desencadeia com fúria surpreendente na eclosão do Islam. Mahomet é um simples líder de beduínos. Mas é também o grande Messias oriental que, cedendo à tentação satânica, aceita o reino da terra, imanentiza e seculariza as promessas divinas e dá forma, por assim dizer definitiva, ao despotismo totalitário e agressivo de cunho religioso. O Islam é a promessa formal do paraíso imediato, a salvação pela espada, a utopia que se quer realizar pela força militar. É o messianismo político que reage contra o transcendentalismo quase inacessível da formulação paulínea e agostiniana. É também a fonte de todas as especulações gnósticas, iraniano-helenísticas, que a partir do século treze, vão empestar a Europa com sua alquimia, sua astrologia e suas seitas maçônicas. E assim, nos mil anos seguintes, vão se enfrentar a Cruz e o Crescente nos campos de batalha e nos corações dos crentes, da Espanha à Anatólia e da Hungria ao Egito – dois mundos opostos que não compreenderam jamais o que verdadeiramente os separava na interpretação da mensagem divina” (Meira Penna, op. cit., pg. 82).
“Lênine é o novo profeta dos subdesenvolvidos em revolta contra a cultura do Ocidente, o Mahomet do Novo Islam. Mao Tsé-Tung é o novo Kalifa... Trata-se de uma nova ‘obediência’, de uma nova fé armada, com seus profetas e sua disciplina dogmática, sua moram pragmática e suas expectativas utópicas. Trata-se sobretudo de uma nova heresia, talvez a mais séria de quantas teve a Igreja de enfrentar, porque nela se confundem, a par da mais extrema secularização das promessas cristãs, estruturas de pensamento cosmológico primárias, formulações clássicas absolutamente desprendidas de seu contexto e de sua unidade transcendentes, e produtos decompostos do trabalho da filosofia científica ocidental nos últimos trezentos anos. A ideologia da nova pseudomorfose surge, pois, como uma ética revolucionária heterodoxa, da teologia cristã e da filosofia européia, assim como surgiu o Islam da mística judeo-cristã e do pensamento helenístico” (Meira Penna, op. cit., pg. 83-4).
“O novo totalitarismo adaptou-se perfeitamente às estruturas tribais e pagãs do mundo afro-asiático onde a coletividade é tudo, o indivíduo nada” (Meira Penna, op. cit., pg. 84).
“O símbolo da sociedade oriental é o isolamento, a auto-suficiência e o exclusivismo implícitos na idéia da Muralha da China, da Cortina de Ferro e do Muro da Vergonha” (Meira Penna, op. cit., pg. 86). Obs.: Poder-se-ia incluir, ainda, o Islã e sua “exclusiva” Kaaba em Meca, onde os não-muçulmanos são proibidos de entrar.
Os nacionalistas e os marxistas incutem na população “a crença em que tanto nas relações econômicas internas quanto nas internacionais, o enriquecimento de uma pessoa, ou empresa, ou nação, tem que implicar o empobrecimento dos outros. Esse equívoco é anti-racional, anti-econômico e anti-histórico” (Embaixador Lincoln Gordon, in “Política Externa”, de Meira Penna, pg. 106).
A França teve influência profunda e funesta sobre o Brasil: “Todo o romantismo adolescente da epopéia bonapartista e das revoltas populares sobre as barricadas teve aqui ardentes admiradores e imitadores. E não esqueçamos a influência filosófica do positivismo que contribuiu, sem dúvida, para a ideologia da República mas muito pouco, realmente, para a Ordem e o Progresso que foram insertos, como lema, em nossa bandeira” (Meira Penna, op. cit., pg. 125). “... já na época dos Valois a França se aliava aos turcos, os inimigos da Cristandade, para combater os Habsburgos que a defendiam; e durante a Guerra dos Trinta Anos, nem o Cardeal de Richelieu nem sua Éminence Grise, o Père Joseph, hesitaram em se alinhar com os protestantes para dar combate aos reis católicos” (Meira Penna, op. cit., pg. 128).
“Não é a inflação, não são os maus governos, as distorções salariais, a corrupção administrativa, as injustiças e desequilíbrios sociais, a ignorância, o analfabetismo, a demagogia e a infindável lista de outras falhas de nossa organização política, econômica e social, que podem ser apontadas como responsáveis pela conjuntura de desordem, a retração econômica ou a situação permanente de subdesenvolvimento. Não. A culpa é dos americanos” (Meira Penna, op. cit., pg. 156).
“Estamos aqui para resolver todos os problemas do cosmos!” (em aula inaugural do ISEB, cit. por Meira Penna, op. cit., pg. 157).
“O líder carismático ou o Partido, nacional ou estrangeiro, monopolizam como se fora o Logos da sociedade, tornam-se o único pensamento, a única razão, a única inteligência e passam, numa atmosfera de exaltação histérica, a alimentar o povo com a Grande Mentira. A intelligentzia ou intelectualidade revolucionária pode exercer esse mesmo papel de disseminadora de idéias fantásticas – sendo ela própria a primeira vítima do íncubo ideológico” (Meira Penna, op. cit., pg. 160).
“Na década dos trinta a bandeira do nacionalismo anti-americanista, ou pelo menos anti-anglo-saxão, foi tomada pelo integralismo. Gustavo Barroso escreveu o seu famoso ‘Brasil, colônia de banqueiros’. Toda a culpa de nosso atraso é atribuída aos ‘sábios de Sião’, aos financistas judeus de Londres e Nova York. Plínio Salgado, em seu igualmente famoso romance ‘O Esperado’, apresenta a figura de Mister Sampson, o qual, juntamente com seu amigo ‘entreguista’, o político Avelino Prazeres, representa o vilão da peça” (Meira Penna, op. cit., pg. 164).
O marxismo, segundo o Ministro Mário Vieira de Mello em seu livro “Desenvolvimento e Cultura”, “descarta e reduz cinco mil anos de exist~encia histórica, numa ruptura completa com o passado e numa negação absoluta de todos os valores culturais tradicionais. A adoção do marxismo pela ‘intelligentzia’ brasileira – procurando resolver de maneira radical o problema da Persona no niilismo e na auto-destruição – constitui assim uma negação de toda cultura e, na realidade, uma negação da própria inteligência” (Meira Penna, op. cit., pg. 173).
“Pouco adianta construir uma fachada de grande potência, como a de arranha-céus na orla da Avenida Atlântica, quando detrás, nos morros, se escondem favelas imundas e miseráveis” (Meira Penna, op. cit., pg. 174).
“A política utopista é aquela que atribui um valor absoluto a um objetivo possível de ser alcançado dentro de um tempo determinado. Confunde uma sociedade histórica, criada ou em processo de criação, com uma sociedade ideal que seria a realização plena da vocação humana. A política comunista é representante dessa utopia, em seu estado puro. O valor absoluto do objetivo justifica o cinismo da ação. O partido não tem nenhuma obrigação para com o mundo exterior nem com a humanidade, nem ainda com as coletividades nacionais” (Raymond Aron – Cit. por Meira Penna, op. cit., pg. 192-3).
“A política é a arte do possível. Só os tolos, os santos e os gênios pretendem o impossível” (Meira Penna, op. cit., pg. 198).
“A escravidão foi introduzida na África pelos árabes. Foram os mercadores beduínos que começaram a negociar com os régulos e os chefetes locais, estimulando mais tarde os navegadores europeus – portugueses, espanhóis, holandeses e ingleses – a enfrentar a malária da Costa d’África, nela estabelecendo as primeiras feitorias ocidentais. O comércio era nefando. Mas não constitui, porventura, um progresso, se considerarmos que os prisioneiros de guerra, vendidos aos brancos, eram anteriormente torturados e mortos, para ser comidos em festins antropofágicos? E se não fosse a escravidão, poderia porventura Ter sido construída a economia do Brasil Colônia? Não foi graças ao suor do negro que se conquistou nossa terra, nos séculos XVII, XVIII e XIX, com o açúcar, o ouro e o café?” (Meira Penna, op. cit., pg. 193-4).
“O século XX é um século eminentemente político e ideológico. Assemelha-se aos séuclos XVI e XVII, no sentido em que é assolado por guerras de religião, salvo que as religiões que se enfrentam são ‘religiões civis’, ‘religiões políticas’, religiões ersatz” (Meira Penna, in “A Ideologia do Século XX”, pg. 21).
“Os primeiros monstros foram gerados nas elucubrações incoerentes de Rousseau. Revivendo a velha heresia pelagiana, Jean-Jacques proclamou a perfeição da natureza humana, negou as conseqüências do pecado original e atribuiu às instituições sociais a responsabilidade única pelas perversidades do mundo” (Meira Penna, op. cit., pg. 23).
“Segundo foi concebido pelo pensador austro-americano Eric Voegelin, a ordem espiritual ou Ordem da Revelação judeu-cristã consubstanciada na dicotomia augustiniana da Cidade de Deus, eterna, e da cidade terrena, sede do poder temporal pragmático, dicotomia dominante em nossa cultura por 15 séculos, passou a ser contestada a partir do Renascimento e do Iluminismo. Anunciou-se um ‘terceiro estágio’ dialético. O reino divino seria estabelecido na própria Terra, com os recursos da ciência e pelos próprios meios humanos. Voegelin qualifica essa contestação de gnose. Ele procura traçar sua origem nas heresias que hã acompanhado o desenvolvimento da religião cristã. É o tema de seu ensaio A nova ciência política. Na visão do filósofo, constitui o gnosticismo a própria essência intelectual da modernidade. A ordem da existência humana em sociedade que, no paganismo, era cosmologicamente simbolizada e que, no cristianismo, encontrou sua expressão na imagem do reino paradigmático de Santo Agostinho – o qual secularizava e relativizava o Estado – passou, a partir do século XVI, a ser formulada em termos ideológicos. E Estado foi então ressacralizado – à medida que se secularizava a religião. Primeiro através da monarquia absoluta com seu ‘déspota esclarecido’; em seguida, através do conceito abstrato de povo; para finalizar nas democracias totalitárias há poucos anos desaparecidas. Foi Hobbes quem genialmente anunciou essa nova dispensação, repaganizante, que introduziu no Ocidente a teologia política do Estado-nação moderno, com sua religião civil intramundana e imanentista. O poder é a nova e única realidade. A força de um tigre e a astúcia de uma raposa são, para Maquiavel, as virtudes do Príncipe. O poder político representa a forma existencial suprema em que se afoga e desaparece o homem singular, em sua liberdade eticamente responsável. No dualismo gnóstico, conforme assinala Voegelin, o mal não pode ser atribuído à vontade pecaminosa do indivíduo, porém é resultado inevitável da existência no mundo material. Dessa condição terrível, só uma pequena elite de indivíduos que conhecem (gnose) a realidade subjacente (no caso, os intelectuais marxistas e políticos radicais) é capaz de escapar do determinismo da vida material e forjar a utopia em que serão realizadas todas as aspirações humanas e todos os desejos satisfeitos na justiça e no bem-estar.
No mundo contemporâneo, a fé se converteu em ideologia ‘científica’, a esperança se transformou em expectativas utópicas de uma realização política, no reino da Terra, e o amor se vulgarizou como mero erotismo” (Meira Penna, op. cit., pg. 25-26).
“O socialismo, aliás, como Nietzsche já nitidamente notara, é o produto corrompido de um cristianismo em declínio: um cristianismo inteiramente secularizado. Como certa vez cheguei a definir, o socialismo é o altruísmo ou a caridade cristã impostos pela polícia...” (Meira Penna, op. cit., pg. 28).
“O intelectual é aquele que, na concepção de Weber, obedece à ética da pura convicção, desvinculada de interesses econômicos imediatos; aquele que se preocupa, acima de tudo, com o que deve ser, o Sollen da terminologia kantiana, descurando da instância empírica naquilo que é realmente, o Sein da mesma distinção categórica. Se configura a praxis coletiva a única realidade e se aquilo que é e aquilo que deve ser se fundem dialeticamente (theoria e praxis), explica-se o papel que a intelligentsia – ou seja, o que prefiro vernacularmente denominar a intelectuária – deve tomar na revolução. Caberia então ao intelectual, especialmente àquele que, como aponta Arendt, não sabe bem distinguir entre o fato e a ficção, conquistar a hegemonia cultural em proveito das massas que deve conduzir para a tomada do poder. Foi isso de fato o que aconteceu no Ocidente. O gauchisme execeu aqui um papel surpreendente, convertendo ao socialismo e ao comunismo escritores, professores, jornalistas, artistas, profissionais liberais e clérigos das Igrejas estabelecidas” (Meira Penna, op. cit., pg. 31).
“Foi na França, sobretudo em princípios do século, que o nacionalismo de direita se confundiu com o anti-semitismo dentro de um contexto ideológico muito claro e muito sólido. O famoso Caso Dreyfus, em 1894, consolidou essa associação e não devemos nos admirar se Hannah Arendt ocupa um capítulo inteiro da primeiro parte de seu livro com o affaire Dreyfus” (Meira Penna, op. cit., pg. 63).
“Essa opinião de Arendt confirmaria, no entanto, minha própria convicção que a origem do anti-semitismo deve ser procurada no elemento psico-religioso inerente a qualquer ideologia: no maniqueísmo. O complexo ideológico configura, necessariamente, a presença de uma dicotomia entre o Bem e o Mal. O Mal deve ser projetado (no sentido psicanalítico do termo projeção) sobre algo ou alguém que passa a desempenhar o papel conveniente de cabide de sombra ou bode expiatório. Arendt menciona, no contexto deste debate, a distinção que faz Platão, no Phaedrus e no Theaetetus, entre os argumentos dos filósofos que procuram a Verdade e os argumentos dos sofistas, que estão apenas interessados em opiniões (doxai). Os philosophoi cultuam a sabedoria, os philodoxoi apenas o argumento. A posição insegura da Verdade, que Platão constata, resulta do fato de que, ‘das opiniões vem apenas a persuasão e não a verdade’ ” (Meira Penna, op. cit., pg. 67).
“O socialismo aparece na segunda, terceira e quarta décadas do século XIX, numa lenta transição a partir do liberalismo. É obra de Fourier, Saint-Simon, Proudhon, Owen e Marx. Um historiador e economista suíço, genebrino, Jean de Sismondi (+1842), entusiasta da liberdade e amigo de Mme. de Stael, prepara a transição. É ele que, em seus Études sur l’Économie Politique inventa os termos proletariado e mais-valia (mieux-value) e postula a oposição inexorável entre ricos e pobres. Os ricos sempre dirão aos pobres: ‘Nossa vida é sua morte’; e estes responderão: ‘Sua morte será nossa vida’. Está aí explicada a noção de que a riqueza dos ricos se deve ao empobrecimento dos pobres – noção que constitui o cerne da ideologia marxista e da pseudoteologia da Libertação” (Meira Penna, op. cit., pg. 69).
“O Padre Robert Sirico, presidente do Action Institute for the Study of Religion and Society, em Grand Rapids, Michigan, EUA, revela que um inquérito em seminários americanos registrou ainda o predomínio dessa ‘teologia’ (“opção preferencial pelos pobres”): 37 por cento dos futuros padres continuam esperando que os EUA se encaminhem para o socialismo; 39 por cento favorecem uma limitação das rendas e 50 por cento defendem a redistribuição da fortuna” (Meira Penna, op. cit., nota de rodapé pg. 69).
“Foi um ex-comunista iugoslavo, o senhor Milovan Djilas, que cunhou a expressão Nova Classe – tão admiravelmente expressiva das condições imperantes do lado de lá da antiga Cortina de Ferro. Na Suíça, que volto a citar porque, sendo despudoradamente capitalista, é também uma nação entranhadamente decmocrática, só o presidente da República, isto é, o conselheiro federal temporariamente designado para presidi-lo, tem direito ao uso de um automóvel oficial: a idéia da chapa branca foge à mentalidade helvética proque indica um privilégio antidemocrático” (Meira Penna, op. cit., pg. 76).
“Antonio Paim e Ricardo Vélez Rodriguez, dois dos mais destacados pensadores liberais brasileiros, têm salientado que nosso patrimonialismo é germe do social-estatismo, legitimado pela ideologia socialista, de tal forma que o ‘esquerdismo’ que inspira a intelectuária tupiniquim é basicamente responsável pela estrutura conservadora que mantém a recessão e o atraso do país. A intelectuária é, de fato, composta de mandarins – intelectuais e burocratas ao mesmo tempo: a classe dominante é naturalmente conservadora.
Em seus artigos, livros e conferências, Ricardo Vélez tem analisado exaustivamente as origens históricas do patrimonialismo no contexto luso-brasileiro, que é marcado pelos grandes momentos da dinastia de Aviz, do despotismo esclarecido de Pombal, do positivismo da República e do marxismo que se instalou no período da Guerra Fria” (Meira Penna, op. cit., pg. 77).
“Como costumava dizer Guerreiro Ramos, maioral do ISEB citado por Roberto Campos (O ESP, 7/11/93): ‘No Brasil de hoje há poucos homens de esquerda, porém muitos esquerdeiros. Estes vivem de gesticulação revolucionária e de ficções verbais’ ” (Meira Penna, op. cit., pg. 80).
“A experiência desses últimos 200 anos demonstra que nos países onde, simultaneamente, a democracia e o desenvolvimento da livre iniciativa empresarial acompanharam harmoniosamente a Revolução Industrial, com o respeito aos dois direitos humanos fundamentais, o de liberdade e o de propriedade, foi possível alcançar a meta de enriquecimento popular e de relativo equilíbrio na distribuição da fortuna. A ‘Mão Invisível’ de Adam Smith foi o que proporcionou esse resultado. A famosa Terceira Via, aquela que Vaclav Klaus, o primeiro-ministro tcheco, sabiamente definiu como o caminho mais curto para o Terceiro Mundo, não é transitável, mesmo pela mão esquerda... ” (Meira Penna, op. cit., pg. 82-83).
“Argumenta Monnerot que ‘direita e derrota (ou envelhecimento) são sinônimos. Uma formação passa da direita à esquerda quando é vencida, e porque foi vencida. É o sentido da história. A história mantém-se à esquerda (ao contrário dos automobilistas). Mas isso só se aplica à História com maiúscula porque a história com minúscula não autoriza de mod algum tais generalizações. Na verdade, esse sinistrismo não pertence à História
"O socialismo tem melhores intenções, mas o capitalismo tem muito melhores resultados" (Roberto Campos).
“Empresa privada é aquela que todos controlam; empresa pública é aquela que ninguém controla” (Roberto Campos).
“Causa-me infinda perplexidade, na mídia internacional e em nosso discurso político local, a ‘angelização’ de Fidel e Guevara e a ‘satanização’ de Pinochet. Isso só pode resultar de ignorância factual ou de safadeza ideológica” (Roberto Campos, in “O livro negro do comunismo”, publicado na Folha de S. Paulo e em O Globo, 19/04/1998).
"O marxismo pereceu como ciência que pretendia ser, mas triunfou como ideologia e fé secular" (Roberto Campos).
“Deus não é socialista e distribuiu com profunda injustiça os dotes de inteligência, criatividade e diligência” (Roberto Campos, in “O liberalismo e a pobreza”, texto disponível no site http://orbita.starmidia.com/pensadores_brasileiros/)
“É sumamente melancólico – porém não irrealista – admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: ‘anos de chumbo’ ou ‘rios de sangue’ ” (Roberto Campos, in “O livro Negro do Comunismo”, jornal “O Globo”, 19 Abr 1998).
"Aquele que, jovem, não tem simpatias pelo socialismo, é um canalha. Se, amadurecido, mantém as mesmas preferências, é um idiota" (Roberto Campos).
“Descartes, Kant e em geral toda a filosofia moderna fundaram sobre o ‘homem’ o que o bom senso nos leva a fundar em princípios impessoais e ultra-humanos. Toda a evolução do pensamento moderno, desde o século XVII, se tem feito no sentido de antropomorfizar o universo, reduzir a verdade ao nosso espírito (pois o ceticismo moderno, que invadiu todos os terrenos, inclusive o da ciência, não é mais que o individualismo absoluto)” (Alceu Amoroso Lima, pensador católico brasileiro, in “Adeus à Disponibilidade”, pg. 17).
“No momento em que a ciência mostrava que era necessário arrancar quanto possível de nossas concepções o erro geocêntrico, a filosofia nos arrastava toda ela a construir os nossos sistemas sobre um erro homocêntrico. De modo que hoje chegamos a dissociações terríveis e inevitáveis, que vão lentamente conduzindo o nosso mundo a uma rebarbarização coletiva” (Alceu Amoroso Lima, op. cit., pg 17).
“Separando o Espírito da Terra, o homem de nossos dias divinizou talvez sem querer o seu próprio espírito” (Alceu Amoroso Lima, op. cit., pg. 18).
“Mas é um fato que, em regra, o mundo hispano-americano caminha, dia a dia, para o socialismo” (Alceu Amoroso Lima, op. cit., pg. 28).
“Não somos bastante fortes para resistir à nostalgia dos ‘mundos mortos’. Nem bastante sábios e proféitocs para fazer a seleção entre as inovações sadias e as novidades efêmeras ou nocivas” (Alceu Amoroso Lima, op. cit., pg. 41).
“A história, dizem, é algo que jamais aconteceu, contado por alguém que não estava lá. Lendo-se a imprensa oficial cubana e a prosa (eventualmente em versos) dos incensadores do regime – autóctones ou estrangeiros -, tem-se a impressão de que a informação sobre Cuba é algo que não existe, contado por pessoas que, no entanto, estão lá!” (in “A Ilha do doutor Castro”, pg. 11).
“Jamais poderemos nos tornar ditadores. (...) Eu sou um homem que sabe quando é preciso ir embora” (Fidel Castro, em 8 Jan 1959, no 1º discurso após sua entrada triunfal em Havana – Cit. in “A Ilha do doutor Castro, pg. 21).
“Cá entre nós, Cuba é muito pequena para mim. Por isso, mesmo se de fato sou um comandante como chefe da revolução, nem sempre quis aceitar a responsabilidade pelo governo. Minha aspiração suprema é sentar-me a uma mesa para governar o mundo inteiro junto com o norte-americano, o russo e o chinês. Eu, como representante do bloco das nações latino-americanas” (confidência de Fidel Castro ao padre jesuíta Alberto de Castro y Rojas – Cit. in “A Ilha do doutor Castro”, pg. 26).
“Atualmente, com o avanço da idade, Fidel Castro parece resignar-se a imitar os ‘velhos ajuizados’ da América Latina, passando a tocha da utopia bolivariana a Hugo Chávez, o ex-oficial golpista que se tornou presidente venezuelano” (in “A Ilha do doutor Castro”, pg. 28).
“Seria uma pena chegarmos ao Juízo Final com essa Igreja sem fantasia, que propõe um Deus monótono” (ex-frei Leonardo Boff, que critica o Igreja sob o comando de Roma e propõe uma versão afro-índio-latino-americana da religião católica – obviamente, alicerçada na Teologia da Libertação; em entrevista à revista “Veja”, 16/08/1995).
“A ‘terceira via’ é o melhor caminho para o ‘Terceiro Mundo’ ” (Václav Klaus, líder da rebelião civil e pacífica, a “Revolução de Veludo”, que no outono de 1989 marcou o fim do comunismo na antiga Tchecoslováquia; Klaus foi, também, presidente da República Tcheca).
“A prosperidade americana não é fruto da democracia, mas de uma ordem liberal-democrática constitucional que foi concebida pelos ‘Founding Fathers’ com a aguda percepção da imperiosa necessidade de limitar os poderes dos governantes, a fim de preservar algo muito acima deles e anterior a eles: o conjunto de direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade pessoal” (Og Leme, in “Há limites para a democracia?”, in revista “think tank”, Set/Out/Nov 2002, nº 20, pg..23 a 25, do Instituto Liberal).
“Perguntam ao grupo de crianças de 4 anos se elas querem doces e bolo. Respondido que sim, elas são induzidas a orar pelos doces e bolos. As crianças recitam o Pai-Nosso ou a Ave-Maria. Depois de uma pausa, perguntam: ‘vocês receberam o que pediram na reza?’ ‘Não, não recebemos’ – respondem as crianças. ‘Então’ – sugere o líder – ‘oremos para Ho Chi Min’. As crianças obedecem e, eis aqui, está na mão, o líder distribui os doces esperados” (Bispo Seitz, à Rádio Europa I, sobre a doutrinação comunista no Sudeste asiático – Camboja e Vietnã).
“Não tememos bloqueio econômico. A União Soviética nos comprará aquilo que quisermos vender-lhe e nos venderá aquilo que necessitamos” (Raul Castro, irmão de Fidel – Jornal do Brasil, julho de 1960).
“Se me perdió la llave” (Perdi a chave.): como é “carinhosamente” conhecida a prisão de Camaguey, sob a ditadura de Fidel Castro, em Cuba.
“Quarenta e um anos de terror são suficientes. Fidel, basta!” (Juanita Castro, irmã de Fidel Castro – afirmação feita em 2000).
“Dolares o muerte!” (Jorge A. Sanguinetty, cubano, doutor em Economia).
“Para ser científico, Marx teria de libertar-se da herança hegeliana, os positivistas da comteana. Foram, todavia, ambas filosofias leigas, mundanas, nascidas da grande revolução do século que foi a Revolução Industrial, da qual o Positivismo foi a interpretação confiante e benévola, o Marxismo, a catastrófica” (Norberto Bobbio, in “Profilo Ideológico del 900”, Milão, pg. 22-23, sobre a relação de amor e ódio entre as duas filosofias.).
“No princípio dos anos 20, surgiu uma crença, pela primeira vez em nível popular, de que não havia quaisquer valores absolutos: de tempo e espaço, de bem e mal, de conhecimento, sobretudo de valores. Erroneamente, a relatividade se confundiu com relativismo, sem que nada pudesse evitá-lo” (Paul Johnson, in “Tempos Modernos”, pg. 3).
“O romance do século XIX tinha se preocupado essencialmente com o sucesso moral ou espiritual do indivíduo. ‘A larecherche’ e ‘Ulisses’ marcaram não somente o aparecimento do anti-herói, mas também a destruição do heroísmo individual como elemento central na criação imaginativa e uma falta de consideração desdenhosa pelos veredictos morais. O exercício do livre arbítrio individual deixaria de ser o interesse supremo do comportamento humano” (Paul Johnson, op. cit., pg. 8 ).
“Além disso, a análise marxista e freudiana se juntaram para minar, cada um à sua maneira, o sentimento de responsabilidade pessoal e de dever para com o código da verdadeira moral, que era o centro da civilização européia do século XIX” (Paul Johnson, op. cit., pg. 9).
“Gramsci, incapaz de se ver no papel de líder, tirou de Maquiavel não a idéia de um príncipe individual, como Mussolini o fez, mas sim a de um coletivo: o príncipe moderno, o príncipe mito, não pode ser uma pessoa real, um indivíduo concreto – ele só pode ser uma organização” (Paul Johnson, op. cit., pg. 78).
“Foi do movimento ‘Volk’ que Marx extraiu o seu conceito de ‘alienação’ do capitalismo industrial” (Paul Johnson, op. cit., pg. 96).
“A burguesia, enquanto uma invenção de Marx, era a mais compreensível como motivadora dessas teorias do ódio e não parou de fornecer bases para todos os movimentos revolucionários paranóicos, fossem eles fascistas, nacionalistas ou comunista-internacionalistas” (Paul Johnson, op. cit., pg. 96).
“É significativo o fato de que todos os regimes marxistas, por se apoiarem em explicações paranóicas do comportamento humano, degeneraram, mais cedo ou mais tarde, para o anti-semitismo”. (Paul Johnson, pg. 96).
“A tragédia da Alemanha moderna é uma lição objetiva sobre o perigo de se permitir que a vida acadêmica se torne politizada e que os professores declarem seu ‘engajamento’. Se o preconceito político for para a direita ou para a esquerda, os resultados são igualmente desastrosos, pois em qualquer dos casos os poços da verdade encontram-se envenenados” (Paul Johnson, op. cit., pg. 102).
“Tanto o stalinismo como o maoísmo imitaram a teatralidade de Hitler, excedendo-se em escala, não em estilo” (Paul Johnson, op. cit., pg. 107).
“Os franceses não eram racistas no sentido alemão. (...) Mas eram extraordinariamente susceptíveis a uma série de teorias raciais bizarras. (...) Dessa maneira, em 1915, o Dr. Edgar Bérillon ‘descobriu’ que os alemães tinham os intestinos nove pés mais longos do que os outros seres humanos, o que os tornava propensos à ‘polycheria’ e à bromidose (defecação e cheiros de corpo excessivos)” (Paul Johnson, op. cit., pg. 119).
“Entre 1889 e 1940, quase 2.300.000 pessoas receberam a cidadania francesa, e havia, além disso, outros 2.613.000 residentes estrangeiros em 1931, uma cifra que aumentava rapidamente diante da chegada de refugiados de Hitler, Stalin, Mussolini e da Guerra Civil Espanhola” (Paul Johnson, op. cit., pg. 118-9).
“O totalitarismo de esquerda criou o totalitarismo de direita, o comunismo e o fascismo eram o martelo e a bigorna pelos quais o liberalismo foi despedaçado. (...) Se o leninismo gerou o fascismo de Mussolini, foi o stalinismo que tornou possível o leviatã nazista” (Paul Johnson, op. cit., pg. 232-3).
“Comunistas estrangeiros, que buscaram asilo em Moscou, também foram mortos em grande número. Entre eles, Béla Kun e a maioria dos líderes comunistas húngaros; quase toda a elite polonesa; todas as altas patentes do partido iugoslavo, exceto Tito; os famosos búlgaros Popov e Nanev, heróis do julgamento de Leipzig junto com Dimitrov (que escapou pou pura sorte: Stalin o tinha fichado); todos os coreanos; muitos indianos e chineses; líderes comunistas da Letônia, da Lituânia, da Estônia, da Bessarábia, do Irã, da Itália, da Finlândia, da Áustria, da França, da Romênia, da Holanda, da Tchecoslováquia, dos EUA e do Brasil. (...) De umamaneira geral, os comunistas europeus estavam mais protegidos em suas próprias nações fascistas do que na ‘mãe-pátira’ socialista” (Paulo Johnson, op. cit., pg. 253-4).
“A maneira como usaram Guernica para encobrir a destruição do POUM era típica do brilhantismo da propaganda do Comintern, conduzida por dois inspirados mentirosos profissionais, Willi Muenzenberg e Otto Katz, ambos assassinados, mais tarde, por ordem de Stalin” (Paul Johnson, op. cit., pg. 281).
“Sendo um socialista de raça, em oposição a um socialista de classe, Hitler acreditava que a dinâmica da história era a raça” (Paul Johnson, op. cit., pg. 284).
“Mas quem é tolo o bastante para acreditar que há justiça no mundo?” (Paul Johnson, op. cit., pg. 354, a respeito das penas leves aplicadas a nazistas, após a Guerra, assim como indenizações ridículas pagas por firmas como a Krupp e a Rheinmetall, que utilizaram trabalho escravo durante a II Guerra Mundial).
“O positivismo de Comte deve ser visto como uma dessas filosofias abrangentes do século XIX que, como o utilitarismo na Inglaterra, sob Bentham e Mill, tentaram encontrar um substituto para a perda da fé religiosa e, ao mesmo tempo, fornecer uma nova religião para um novo tempo. O marxismo percorreria um caminho paralelo um pouco mais tarde” (Frederick R. Karl, in “George Eliot – A Voz de um Século”, pg. 163).
“O componente determinista e naturalista se originou de diversas áreas: das idéias de Charles Hennell, depois das de Strauss e de Feuerbach, ainda reforçado pelas de Comte e, finalmente, Darwin” (in “George Eliot”, pg. 287).
“Uma ilusão é mais difícil de desfazer do que uma mentira” (Frederick R. Karl, op. cit., pg. 390).
“O comtismo era para os descrentes que ainda desejavam manter o senso de ordem que dava o cristianismo, seus princípios de comportamento, sua moral e suas opiniões éticas. Oferecia moralidade e ordem sem Deus, certamente sem uma hierarquia religiosa e sem Igreja, pelo menos no começo. Era, além disso, racional, e negava uma vida futura. Encontramos fortes elementos positivistas em Eliot: a religião da humanidade; a negação de vida depois da morte; a reestruturação racional de uma sociedade na qual a religião vai definhando; a ênfase nas reformas sociais; a progressão da sociedade inicialmente teológica, passando a metafísica e finalmente científica, que insistia em observação empírica, hipóteses e experimentação” (in “George Eliot”, pg. 403).
“Argumente a respeito de tudo com seu filho, e ele se tornará um monstro, sem respeito ou afeição. Argumente a respeito de alguma coisa com seus empregados, consulte-os, dê-lhes o direito de voto, e o efeito resultante para eles será a sensação de que a anarquia reina na casa, uma suspeita de que lhe falta firmeza, sentimento totalmente oposto àquele espírito de ordem e presteza, o único espírito que pode capacitá-los a preencher seus lugares e levar uma vida respeitável” (Mary Anne Evans, pseudônimo de George Eliot, in op. cit., pg. 488).
“Tanto Eliot como Lewes temiam um lado do positivismo salientado por Congreve, que era o aspecto autoritário em que Comte se transformava numa espécie de líder máximo” (in “George Eliot”, pg. 534).
“Quanto mais mergulharmos nas causas das dificuldades humanas e nos meios pelos quais os homens se tornam mais felizes e melhores, menos estaremos inclinados para a inútil tendência e prática de reprovar indiscriminadamente a existência de classes como tais” (George Eliot, op. cit., pg. 539).
“Distinguir entre os males que a energia pode remover e os males que têm de ser suportados com paciência faz a diferença entre adultos e crianças, entre sensatez e loucura” (George Eliot, op. cit., pg. 539).
“Todo trabalhador se julga um senhor no futuro” (Blackwood, editor de George Eliot, op. cit., pg. 546).
“Como seres humanos saudáveis e sãos, precisamos amar e odiar – amar o que é bom para a humanidade, odiar o que é pernicioso para a humanidade” (George Eliot, op. cit., pg. 576).
“O ‘nacionalismo judeu’ de Deutsch era oportuno, pois coincidiu com a crença do cardeal Manning de que, quando o Anticristo aparecesse, seria um judeu. Ironicamente, quando ele apareceu, era um alemão cristão” (in “George Eliot”, pg. 598).
“Wallace foi o cientista que tinha desenvolvido a teoria da evolução, baseada na seleção natural, ao mesmo tempo que Darwin, mas perdeu a corrida para a fama; mais tarde tornou-se espírita dedicado, da mesma espécie que Eliot condenava em suas cartas para Harriet Beecher Stowe” (in “George Eliot”, pg. 625). Obs.: Wallace era Alfred Russel Wallace, autor da obra-prima “The Malay Archipelago: The Land of the Orang-Utan and the Bird of Paradise”, e Stowe foi a escritora que escreveu “A Casa do Pai Tomás”, obra que teria ocasionado a Guerra Civil americana, segundo acusação de Lincoln.
“... o jogo, sendo um vício que não me atrai, incita muito mais minha aversão do que minha piedade. (...) O assalto é heróico comparado a isso. (...) O inferno é o nome correto para tais lugares” (George Eliot, op. cit., pg. 630-1).
“Os médicos não eram considerados indivíduos de grande importância social, pois sua capacidade de cura era mínima. Na maioria das vezes, os médicos ajudavam o paciente a morrer e não a viver” (in “George Eliot”, pg. 643). Obs.: Na Era Vitoriana, as receitas médicas mais famosas eram sanguessugas e caldo de carne. Não muito diferente da época descrita em “O Tempo e o Vento”, de Érico Veríssimo, quando as receitas costumeiras eram sangrias e caldo de galinha... O Dr. George Mackenzie “recomendou caldo frio de carne e um ovo batido com ‘brandy’, alimentos recomendáveis para um resfriado forte, e não para uma mulher (Eliot) morrendo de colapso renal” (in “George Eliot”, pg. 801).
“... à medida em que (Eliot) se aproximava de sua última obra de ficção longa (“Daniel Deronda”), ela ainda estava tentando encontrar a estrada do meio através de todos os campos minados das convicções do século XIX: o positivismo de Comte e de Harrison, a ortodoxia religiosa de uma espécie ou de outra, o utilitarismo (de Bentham ou de John Stuart Mill), o agnosticismo de Huxley, o determinismo e a teoria da evolução de Darwin, e ainda o marxismo com suas subdivisões. Todas essas correntes, de um jeito ou de outro, lhe pareciam muito mecânicas, embora quase todas a atraíssem em certo ponto. O positivismo, sentia ela, estava tornando-se uma religião em si, e isso ela não poderia aceitar. O utilitarismo, considerava ela, negligenciava as fraquezas humanas, anomalias e incertezas: prosperava com escolhas definidas demais e supunha razão demais. O agnosticismo de Huxley a atraía, mas ela não podia abandonar totalmente a idéia de algo divino que não estava ‘além’ do indivíduo, mas dentro dele. O que ela queria também era alguma posição filosófica que a representasse como mulher. Todos esses desenvolvimentos e idéias eram orientados em uma visão masculina. A filosofia de Eliot se baseava na entrega, em conhecer as necessidades alheias, em abnegação quando necessário, em criar em si o tipo de comportamento que gostaria de ver no resto da sociedade” (in “George Eliot”, pg. 661).
“Bakunin censura os americanos por fazerem uma guerra de conquista que é um duro golpe na teoria fundada na justiça e na humanidade, mas que é conduzida no interesse da humanidade. É uma infelicidade se a rica Califórnia foi arrancada dos mexicanos preguiçosos que não sabiam o que fazer dela?” (Karl Marx, in “Nova Gazeta Romana”, 1849 – Cit. em “Sobre a Moralidade de Karl Marx”, de Ipojuca Pontes, in “Politicamente Corretíssimos”, pg. 21).
“Um tecido de grosseria, calúnias, falsificações e plágios. Marx é a tênia” (Proudhon, a respeito da obra de Marx “Miséria da Filosofia”, 1847 – Cit. in “Politicamente Corretíssimos”, pg. 24).
“Para comprovar sua verdade, Marx, que durante toda a vida jamais entrou numa fábrica (salvo, por duas vezes, nos escritórios da Philips holandesa para pedier dinheiro emprestado ao rico tio materno Leon, dono da empresa), usa material sabidamente desatualizado e elege como exemplo indústrias pré-capitalistas, com mais de 40 anos de atraso, que não tinham condições para incorporar novas maquinarias” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 26).
Marx é um mestre do plágio: “De Marat, se apropria da frase ‘o proletariado não tem nada a perder, exceto os grilhões’. De Heine, ‘a religião é o ópio do povo’; e de Louis Blanc, via Enfantin, sacou a fórmula ‘de cada um segundo suas capacidades, a cada um segundo suas necessidades’. De Shapper, tirou a convocação ‘trabalhadores de todo o mundo, uni-vos’, e de Blanqui, a expressão ‘ditadura do proletariado’. Até mesmo sua obra mais bem acabada e de efeito vertiginoso, ‘O Manifesto Comunista’ (1848, em parceria com Engels), tem-se, entre os anarquistas, como plágio vergonhoso do ‘Manifesto da Democracia’, de Victor Considérant, escrito cinco anos antes” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 26-7).
Marx é um vilão: “Sua família foi a grande vítima. Dos seis filhos que teve com a mulher, Jenny, uma aristocrata, três morreram na primeira infância, em decorrência do estado de penúria a que foram submetidos, e os outros – as filhas Jenny, Laura e Leonor – terminaram a vida uma histérica e duas cometendo suicídio. O único sobrevivente, Freddy, filho de Marx com a empregada Helene, nunca reconhecido pelo pai, foi adotado por Engels para ‘salvar as aparências’. Jenny, a mulher prematuramente envelhecida pelo sofrimento, morreu aparentemente sem perdoar o marido por ter engravidado a empregada.
Com os pais, Marx não se comportou de modo menos egoísta. Por ocasião da morte do pai, Heinrich, vítima de tuberculose, não compareceu ao enterro porque, segundo ele próprio, ‘não tinha tempo a perder’. Por conta disso, a mãe, Henriette, saturada de pagar suas dívidas, com ele cortou relações, não antes de adverti-lo: ‘Você devia juntar algum capital em vez de só escrever sobre ele’ ” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 27).
“Um exemplo típico da mistificação de Marx encontra-se na sua tese de número 11 sobre Feuerbach (1804-1872), em que dá conta de que ‘os filósofos se limitaram a explicar o mundo; trata-se, porém, de transformá-lo’ – afirmação que, encerrando a mística do processo revolucionário como agente transformador da realidade, só consolida a visão da história crítica como substituta da filosofia – o que significa, em última análise, decretar a morte da própria filosofia” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 29).
“Dispensado o tom arrogante das facciosas análises acadêmicas e verificado o grosso da obra, o pensar de Marx depende virtualmente do que ele leu, chupou, perverteu ou adaptou do pensamento dos outros, a começar por Demócrito (460-370 a.C.) e Epicuro (341-170 a.C.), na sua tese ateísta de doutoramento em Jena, 1841, passando por Hegel (1770-1831) e o próprio Feuerbach, ainda no campo filosófico, além de Rousseau (1712-1778), Saint-Simon (1760-1825), Fourier (1772-1837) e Proudhon (1809-1865), entre os reformistas sociais franceses, até chegar nos economistas clássicos ingleses Adm Smith (1723-1790), Mill (1773-1836) e sobretudo Ricardo (1772-1823), cuja concepção da teoria do valor-trabalho, mais tarde destroçada pelo austríaco Bohm-Bawerk (1851-1914), serviu de modelo para Marx – aqui ancorado no ‘erro de conta’ de Proudhon – extrair a sua célebre mais-valia e acirrar os ânimos da luta de classes, idéia, por sua vez, a ser creditada ao falangista Blanqui (1805-1881), francês considerado inventor da barricada e autor da expressão ‘ditadura do proletariado’ ” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 29-30).
“Na sua concepção filosófica, Hegel define assim os elementos que compõem o seu método para explicar o movimento da história: 1) posição ou imediação (tese), 2) oposição ou mediação (antítese) e 3) ultrapassagem ou sublimação (síntese)”. Tanto Hegel quanto Marx usaram a dialética em causa própria: Marx “congelou” o sistema no “operariado como classe única”; Hegel “projetou na monarquia representativa prussiana o modelo acabado do desenvolvimento político-social” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 31).
“Na sua crítica histórico-filosófica (“A Essência do Cristianismo”), Feuerbach esclarece que sua pretensão foi reduzir a teologia (estudo das questões do conhecimento da divindade, seus atributos e relações com o mundo e os homens) à antropologia (ciência inexata que descreve e analisa o homem com base nas características biológicas e culturais dos grupos sociais e suas variações em distintas épocas). Em estilo cristalino ele afirma que o ‘ateísmo é o próprio segredo da religião’, visto que o culto do homem pela perfeição divina, em suas distintas linguagens, não passa da projeção de suas próprias aspirações e desejos” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 32).
“... na Rússia stalinista, um filósofo, A. M. Deborin (1881-1963), avaliou o marxismo como mera variante do pensamento de Feuerbach – para logo cair em desgraça e perder o posto oficial de filósofo do regime” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 33).
Bertrand Russell (1872-1970), autor de “História do Pensamento Ocidental”, discorre sobre o “socialismo científico”: “Marx é a expressão típica da efervescência do século 19, período em que os filósofos radicais buscavam uma teoria social com pretensões científicas em oposição ao romantismo então reinante. Em uma palavra, o marketeiro alemão compreendeu como ninguém a paixão da época pela mística da ciência” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 33).
Marx tinha espírito diabólico, era acadêmico ocioso e nunca foi um correto cientista social. Tornous-e um ideólogo e um moralista, com sua “verdade particular que desejava impor como única, eterna e universal – o “materialismo dialético. Com ele a tiracolo se supunha não só exercer alguma influência sobre os destinos do mundo, mas transformá-lo – o que em sua linguagem significava, antes, destruí-lo. Desse modo, tal como partiu anteriormente para liquidar com a filosofia, Marx atirou-se contra o mundo da economia burguesa, com ênfase na demolição da propriedade privada e do sistema capitalista de produção. Mas, para atuar na esfera diretamente política, o passo que deu a seguir – ou paralelamente – foi o de se instrumentalizar nas palavras de ordem do ideário político dos reformistas sociais franceses e, com mais empenho, nas cantilenas igualitaristas de Rousseau, Saint-Simon, Fourier e Proudhon” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 37).
“O ‘pensamento’ de Marx (e de seus seguidores) continua a causar estragos e até a apresentar-se como ‘hegemônico’, sobremodo em algumas partes da descarnada América Latina. É puro ‘non-sense’. Mas pelo menos no Brasil é inquestionável a supremacia da dogmática marxista, pois o país tornou-se o espaço vital onde milhares e milhares de militantes esquerdistas, comandados por uma máquina bem-azeitada e nutrida o mais das vezes nos fundos públicos (subtraídos a muque do bolso do trabalhador e dos empresários contribuintes), atuam sistemática e proficuamente nas cátedras, parlamentos, púlpitos, quartéis, mídias, associações civis e militares, sindicatos, prisões, palcos, telas e até nos prostíbulos, com o objetivo único e irreversível de ‘socializar’ a nação” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 42-3).
“Na medida em que crescem, de forma galopante as escorchantes tributações sobre os bens privados, do trabalhador e dos empresários, aumenta em proporção geométrica o número dos ‘excluídos’, pois uma coisa decorre da outra: é o Estado (com suas elites, suas agências, instituições e burocracia em geral) que se apropria, por força da violência legal (e da inércia ou ignorância da população), da riqueza produzida pela sociedade para usufruto diuturno de privilégios” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 43).
“O terrorismo político data de tempos remotos, mas suas raízes estão fixadas na Revolução Francesa de 1789, em especial na vigência do Terror (1792-94)” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 46).
O “Catecismo Revolucionário”, de Segei Netchaiev (1847-1882), é “um repositório doutrinário escrito em letras de sangue e hoje considerado a bíblia das organizações terroristas” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 46).
“Bakunin, que, à época, pregava aos universitários uma ‘ida ao povo’ e acreditava no êxito revolucionário a partir da associação entre marginais e estudantes para chegar à revolução (projeto retomado um século mais tarde por Marcuse, membro da Escola de Frankfurt), tomou-se de paixão pelo jovem fanático Netchaiev” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 46).
A “Vingança do Povo” foi criado por Netchaiev e estudantes do Colégio de Agronomia de Moscou, como núcleo de uma inexistente Aliança Revolucionária Européia (ARE), para fomentar a insurreição socialista. “Um membro do grupo, Ivanov, desconfia do blefe e tenta retirar-se: Netchaiev denuncia-o como espião e o elimina com um tiro na nuca” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 47). Após o crime, os membros de “A Vingança do Povo” são julgados e condenados a penas de trabalhos forçados e exílio. “Netchaiev é preso em Zurique, Suíça, e entregue à polícia secreta russa. Após tumultuado julgamento, em 1873, vê-se condenado à deportação perpétua na Sibéria. Mas Alexandre II resolve encarcerá-lo por toda a vida na Fortaleza de Pedro e Paulo, onde, ironicamente, estivera preso Bahunin. Em 1881, o fanático protela plano de fuga pessoal para aliciar guardas e enviar carta ao comitê do grupo Narodnaya Volya, solidário com a prioridade de executar o czar, o que vem a ocorrer, para desgraça de Netchaiev, que tem sua ração alimentar reduzida ao mínimo e morre atacado pelo escorbudo em fins de 1882" (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 46).
“Curiosamente, partiu de um ex-conspirador socialista transformado pelo duro aprendizado da vida em declarado conservador, Fiodor Dostoiévski (1821-1881), a denúncia da busca de destruição dos valores éticos e religiosos pela propagação corrosiva do pensamento niilista e ocidentalizante levado a efeito pela ‘intelligentsia’. O escritor aponta para as figuras de Bielinski (“O Malvado”), Herzen, Bakunin, Tchernichevski e o romancista Turgueniev como responsáveis pelo assentamento das idéias sobre as quais iria germinar a vontade terrorista” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 50).
“Princípios” de Piotr Stepanovich (Netchaiev, em “Os Demônios”, de Dostoiévski): “A finalidade do homem é lutar plea maior segurança dos seus interesses. A satisfação do eu está acima do Estado, da moral, da religião e da sociedade. Por isso, a socialização, enquanto não se estabelecer, pode valer-se da força, da mentira, do assassinato e do roubo. Cada membro da sociedade vigia uns aos outros. Todos espionam, e isso não é espionagem pois tende a uma finalidade superior. No extremo, o melhor é a revolta e o assassinato, pois um fim superior justifica todos os meios. (...) Mas acima de tudo, é necessário lutar pela igualdade absoluta. Para isso, a primeira coisa que se há de fazer é rebaixar o nível da cultura, da ciência e do talento. O alto nível da ciência e da cultura só é acessível às grandes capacidades. E as grandes capacidades, que produzem mais danos que benefícios, sempre afrontaram o poder e tornaram-se déspotas. Por isso, há que se estruturar a cultura de forma que se adapte à capacidade de todos e impossibilite a emergência de um talento superior. Quando se perceber num indivíduo atitudes elevadas ou excepcionais, deve-se expulsá-lo do convívio social e, havendo margem, matá-lo. A Cícero cortaremos a língua, a Copérnico a arrancaremos, e a Shakespeare, o mataremos a pauladas” (Cit. por Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 51-2). Nada diferente do que prega, hoje, o MST, grupo terrorista por excelência, que tem a vantagem de conseguir seus objetivos através da “guerrilha desarmada”.
“O próprio Lenin, cérebro que militarizou a política russa e se opôs ferozmente à concepção de partido de massa organizado democraticamente, aprendeu com Netchaiev que a revolução só poderia ocorrer se levada adiante por ‘um número limitado de grupos formados por revolucionários profissionais’ (“Que Fazer?”, Ed. Progresso, Moscou, 1984). Para dar o ‘murro no aleijado’ (o czar), encampou o princípio de que ‘todos os meios são corretos se conduzem a um fim’, ressaltando, como justificativa por aderir ao uso sistemático da força, que ‘nenhum problema na luta de classe jamais foi resolvido, na história, exceto pela violência’ ” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 55).
Segundo o historiador oficial russo A. Gambarov, Netechaiev foi o precursor do bolchevismo: “Tudo que Netchaiev pressentia foi perfeitamente realizado pelo Partido Comunista durante a sua história. Basta analisar com atenção o que Netchaiev escreveu para reconhecer que o fundamento do seu programa encontra o seu mais puro acabamento no bolchevismo russo” (Cit. por Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 56).
No Brasil, “os antigos militantes da luta armada trocaram as selvas e os ‘aparelhos’ urbanos pelas vias democráticas: alguns tornaram-se parlamentares, ministros, membros do governo, ecologistas, professores, comentaristas da mídia, e outros tranformaram-se simplesmente em líderes religiosos e integrantes ativos das ONGs, constituídas por vasto contingente de ‘intelectuais orgânicos’ muito bem remunerados com recursos do próprio governo e de grupos e empresas internacionais. A estratégia ‘democraticamente’ adotada para tornar o Brasil uma ‘República Popular Socialista’ é a da ‘revolução passiva’, extraída dos ‘Cadernos do Cárcere’ de Antonio Gramsci (1891-1937), um membro do Comitê Central do Partido Comunista italiano que discordava parcialmente das teses revolucionárias de Lenin e pregava a tomada do poder pela ação ‘hegemônica’ dos intelectuais infiltrados no aparelho do Estado e suas instituições” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 57).
“Como organização política voltada para a prática da violência como meio de atingir os devidos fins, resta o Movimento dos Sem-Terra – MST – promovendo com pleno êxito o que os seus líderes chamam de ‘guerra civil de baixa intensidade’, - um conjunto de ações consideradas criminosas e que vão do simples assalto à mão armada, ao roubo, invasões, saques, ocupações de prédios e ministérios, assassinatos e apropriação indébita dos recursos públicos – tudo, até certo ponto, visto de um modo permissivo ou omisso por autoridades e prestigiosos representantes de instituições da sociedade civil e do governo – o que coonesta, de forma inequívoca, o vigor da associação dos métodos de Lenin (‘guerra de movimento’, conforme denominam os ‘Cadernos’) com os de Gramsci (‘guerra de posição’) como modo prático adotado para a bem-sucedida marcha do Brasil até o socialismo. Ou, ainda conforme Gramsci, para a instituição do ‘Estado Regulado’, um novo nome para o velho e escravizante comunismo” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 57).
“É preciso reconhecer que Lula não está só e que, por trás de suas ambições políticas – promessas demagógicas à parte –, se esconde um mundo de compromissos e interesses imediatos, sustentados por intelectuais estatizantes a religiosos apóstatas, todos cozinhados no fogo-fátuo do totalitarismo inquisitorial. Dos intelectuais estatizantes, sobretudo os latino-americanos, já sabemos que se trata de casta afeita ao empreguismo público, láureas e distinções oficiais, em que pese uma aparente independência de propósitos. De ordinário são egoístas, hipócritas e cruéis, muito sensíveis às massas nas abstrações e projetos, mas insensíveis às dores e às misérias reais, principalmente quando próximas ou dispendiosas ao próprio bolso. Dos religiosos apóstatas, por sua vez, em que pese a plumagem pseudocristã, sabemos que se trata de uma gente extremamente vaidosa, espiritualmente ressentida, alheia ao mercado e ao trabalho socialmente produtivo, cuja fé religiosa, ao que tudo indica centrada na intolerância, é explicada à exaustão por Freud, via Dostoiévski, na interpretação da conduta do Grande Inquisidor, potentado da Igreja Católica que, nas trevas da Idade Média, numa Segunda Ressurreição, condenou Cristo à fogueira depois de associá-lo ao pecado. (...) E é essa gente – intelectuais estatizantes e religiosos apóstatas – que faz a cabeça de Lula e que se diz ‘progressista’ ” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 109-10).
Sobre o “Governo Paralelo”, inventado pelo PT após a vitória de Fernando Collor de Melo, Ipojuca Pontes tem uma premonição, ao escrever “Estratégia terrorista”, pub. em “O Estado de S. Paulo”, em 1989: “O projeto de Lula, a ser discutido e provavelmente acatado por Brizola e Arraes, mais do que criar condições estratégicas para firmar uma posição intransigente, tem por objetivo claro desestabilizar o futuro governo Collor de Melo e, se possível, depois, pela radicalização, levá-lo ao impeachment” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 117). Obs.: A arapongagem petista, tendo à fente o cubano-brasileiro José “Daniel” Dirceu, antigo integrante do Molipo, fundado pelo serviço secreto cubano, começou a trabalhar em bloco, xerocando dossiês de adversários em todas as repartições públicas e, com a campanha “pela ética” e “Natal sem fome” da Madalena arrependida, Betinho, chegou-se ao envolvimento de PC Farias com esquemas mafiosos e cumpriu-se a profecia do impeachment: Collor foi destituído pelo Congresso Nacional, porém inocentado pelo STF. A “estratégia terrorista” de Lula foi vitoriosa. Detalhes podem ser obtidos no livro “O Jardim das Aflições”, de Olavo de Carvalho.
“Um país que tem cerca de 70% de sua economia estatizada, não pode negar que seja socialista” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 134).
“De fato, quem conhece personagens como Ivan Karamazov, o intelectual ateu, Raskolnikov, o criminoso ‘super-homem’ de ‘Crime e Castigo’, e sobretudo Stavroguine, Kirilov e Piotr Stepanovich, de ‘Os Demônios’, nunca mais vê o mundo com olhar inocente. Que o digam Nietzsche, Freud, Camus, Lenin e até mesmo Fidel Castro, fanático admirador de Piotr Stepanovich, recriação literária de Netchaiev, na vida real o precursor do terrorismo ocidental moderno’ (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 154).
“Ao contrário do que diz o brocardo marxista, a história se repete, sim, de forma trágica. Em 2 de março de 1936, numa casa de subúrbio de Deodoro, Rio de Janeiro, a paulista Elza Fernandes (Elvira Copello Coloni, a “Garota”, jovem mulher de Miranda, secretário-geral do Partido Comunista) é julgada por um ‘tribunal revolucionário’ constituído pelo comitê central do PC: Lauro Reginaldo da Rocha, o ‘Bangu’; Adelino Deícola dos Santos, o ‘Tampinha’; Eduardo Ribeiro, o ‘Abóbora’; José Lago, o ‘Brito’; e Honório Freitas Guimarães, o “Milionário”, presidente do tribunal. (...) Elza foi estrangulada com uma corda de varal por Natividade Lira, o Cabeção’, um ‘quadro’ da segurança do partido. Não cabendo num saco, o corpo de Elza é quebrado em dois e enterrado à sombra de uma mangueira” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 155-6).
Luiz Carlos Prestes sempre negou ter mandado matar Elza Fernandes. Porém, uma carta escrita pelo facínora diz o seguinte: “Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes, tenho dado a vocês a minha opinião do que fazer com ela. Ou bem vocês concordam com as medidas extremas, e, neste caso, já as deviam resolutamente ter posto em prática, ou discordam” (Cit. por Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 156). Obs.: O PC não discordou.
No Brasil, “a despeito de feitos e glórias, Pelé, para uma minoria que se autoproclama ‘progressista’, não passa de um negro rico, vendido aos americanos, que mete as ventas onde não é chamado. (...) Fosse ele um fanático defensor de Fidel ou solidário à visão da história como uma eterna luta de classes, é provável que hoej estivesse consagrado no panteão do ‘divino maravilhoso’. Mas como é democrata, acredita em Deus e admite a propriedade privada, é visto como um estorvo” (Ipojuca Pontes, op. cit., pg. 189-190).
"Deve-se combater o comunismo não em nome do liberalismo, da social-democracia ou de qualquer outro regime, mas em nome da dignidade humana" (Jean-François Revel, filósofo e escritor, membro da Académie Française. Falecido em 2001, logo após ter publicado "La Grande Parade - Essai sur la Survie de l Utopie Socialiste").
“Blame America first!” - “Comece por pôr a culpa sobre a América” (J.O. de Meira Penna, na “Apresentação” de “Obsessão Antiamericana”, de Jean-François Revel, pg. 12).
“Se o ‘sonho americano’ é uma fantasia grotesca, inexplicável seria então a circunstância de ser a população dos EUA composta por 60 milhões de imigrantes, anualmente reforçados por mais de 1 milhão de legais e clandestinos, inclusive brasileiros” (J.O. de Meira Penna, na “Apresentação” , Revel, op. cit., pg. 13).
Revel é psicólogo quando escreve sobre “L’Amérique comme Échappatorie”: “Vê-se bem para que nos servem os EUA (como escapatória) – para nos consolar de nossos fracassos, alimentando a fábula que o que fazem é pior do que o que fazemos – e todo o mal aqui existente neles tem sua origem. São portanto responsáveis de tudo que não anda bem no mundo” (J.O. de Meira Penna, na “Apresentação” , Revel, op. cit., pg. 13).
“A desinformação aberrante é o condimento instrumental da gororoba utilizada pelos rancorosos ressentidos – exemplificados por um certo Thierry Meyssan, que insiste ser a CIA responsável pela destruição das torres gêmeas de Nova York; e por nosso bofe, ex-teólogo, hoje ecologista esquerdóide, que lamenta terem sido só dois e não duas dúzias os aviões que as atingiram. De maior prestígio, Olivier Duhamel atribui ao ‘modelo degenerado da democracia americana’ o sucesso de Le Pen no primeiro turno das eleições presidenciais. A manobra de calúnia e imaginação fantasmagórica é conhecida. Aqui no Brasil, muita gente continua a acreditar que o Muro de Berlim nunca existiu, que foram americanos os submarinos que, em agosto de 1942, afundaram os navios brasileiros, para justificar a ocupação do Nordeste; e que o desembarque na Lua, em 1969, foi uma simples montagem de Hollywood. Evidentemente, a operação contra o Iraque teria como único objetivo apossar-se dos campos de petróleo mais ricos do mundo” (J.O. de Meira Penna, na “Apresentação” , Revel, op. cit., pg. 13-14).
“Os mais lúcidos já descobriram, porém, que na realidade o problema não é a América. É o desespero dos estatizantes reacionários, coletivistas e xenófobos o que os induz a procurar na culpabilidade dos americanos uma escapatória de vulto para suas frustrações. Em suma, o obra de Jean-François Revel, agora em boa hora traduzida e publicada pela editora da UniverCidade, é o melhor contraveneno para a epidemia de imbecilidade coletiva que anda grassando por todo o mundo, como escapatória de fato para as decepções que este início de milênio já tem causado aos mais afoitos” (J.O. de Meira Penna, na “Apresentação” , Revel, op. cit., pg. 14).
Vivendo na Itália e depois na França, Revel havia “entendido os Estados Unidos e formado uma opinião sobre o país exclusivamente do ponto de vista da Europa e através da imprensa européia. Vale dizer, uma opinião que não poderia ser senão maldosa. Os Estados Unidos, para os europeus, eram o macarthismo, a execução do casal Rosenberg, necessariamente inocente, eram o racismo, a guerra da Coréia, que havia terminado precisamente em 1953, a penhora sobre a própria Europa – a ‘ocupação americana da França’, como diziam Simone de Beauvoir ou o partido comunista. Durante a década seguinte, a guerra do Vietnã forneceu a principal razão para odiar esse país. Após o esfacelamento da União Soviética, que redundou na libertação de seus satélites da Europa Central, no fim da Guerra Fria e do mundo bipolarizado, comenta-se de bom grado que o ‘grito universal de antiamericanismo’, the universal shout of antiamericanism, como disse Alexander Pope, tem origem no fato de que, após estas perturbações, os Estados Unidos tornaram-se a única superpotência mundial ou ‘hiperpotência’, o termo posto em moda pelo ministro francês dos Assuntos Estrangeiros, Hubert Védrine. (...) No seio dos países democráticos, ou de alguns dentre eles, uma fração da população, dos partidos políticos e a maioria dos intelectuais aderiam ao comunismo, ou, pelo menos, deram alguma sustentação aos ideais próximos do comunismo. Para eles, o antiamericanismo era, então, racional, pois os Estados Unidos se identificavam com o capitalismo, e o capitalismo, com o mal. (...) O antiamericanismo de direita na Europa provém do fato de que este continente perdeu, no século XX, o papel que lhe pertencia desde o século XV, o de principal centro de iniciativa – e de conquista – do planeta, seu maior centro artístico e científico, e praticamente o mestre da organização político-estratégica e da atividade econômica do mundo. (...) Quanto ao antiamericanismo de extrema direita, ele tem por motor, como o de extrema esquerda, simplesmente o ódio à democracia e à economia liberal à quel está condicionado” (Revel, op. cit., pg. 21-22).
“Para o partido Front Nacional também, o pretenso estado de direito americano é de fato um totalitarismo. Vê-se que o lepenismo e o esquerdismo, ou o maoismo requentado, comungam no antiamericanismo” (Revel, op. cit., nota de rodapé à pg. 22).
“Nos anos sessenta, comecei a ser tomado de dúvidas sobre os fundamentos do antiamericanismo mecânico, o qual difamava, de um modo ao mesmo tempo total e desordenado, a política externa americana, o ‘imperialismo’ (o dos soviéticos não era senão filantropia) e a sociedade americana no seu funcionamento interno. Contudo, ao longo da viagem de algumas semanas que fiz pelos Estados Unidos, de costa a costa, no início do inverno de 1969, passando por uma estada em Chicago, fulminou-me evidência da falsidade de tudo que se contava sobre esse país na Europa. Onde me haviam descrito uma sociedade conformista, encontrei uma sociedade agitada pela efervescência da ‘contestação’ e pelo questionamento de todos os seus hábitos sociais e das bases de sua cultura. Os franceses se consederaram sempre os inventores, em maio de 68, da contestação que há anos inflama as universidades e as minorias americanas” (Revel, op. cit., pg. 22-23).
“A contestação americana, ainda que não isenta de tolices, conserva, não obstante, a sua originalidade, sem se esforçar por copiar precedentes, enquanto que a contestação européia perdeu rapidamente sua candura ao se fundir à monotonia de velhos modelos ideológicos, especialmente o maoísmo, caindo, mesmo, num terrorismo sanguinário e restrito, sobretudo na Alemanha e na Itália” (Revel, op. cit., pg. 23 – a respeito dos grupos terroristas Baader-Meinhoff, na Alemanha, e das Brigadas Vermelhas, na Itália).
“Fiquei igualmente chocado, em 1969, nos Estados Unidos, pela extensão do abismo que separava nossas informações de TV controladas pelo estado, dirigidas, expositivas e monótonas, voltadas à versão oficial da atualidade, comparadas aos crepitantes e agressivos noticiários da noite da NBC ou da CBS, em que a vivacidade transbordava de informações e de imagens inesperadas, sem a preocupação nem com os vícios sociais ou políticos dos Estados Unidos, nem com sua ação no exterior. A guerra do Vietnã era claramente o alvo principal. Era então cada vez mais combatida, vale dizer, em setores cada vez mais vastos da opinião pública, e a mídia não fazia por menos. Poir era esta sociedade que os europeus, do alto de sua mórbida ignorância, descreviam como uma sociedade de censura!” (Revel, op. cit., pg. 23).
“Na França, eu sabia, de antemão, muito bem as posições padronizadas que alguém teria em função da sua categoria ou família sócio-político-intelectual; o que descobri é que, nos Estados Unidos, as opiniões eram muito mais variadas e, com freqüência, imprevisíveis. Esclarecendo, isto significava que os americanos, muito mais que os europeus, tinham o que se chama banalmente de opinião pessoal – se inteligente ou idiota, é outra questão – ao invés de se limitarem a repetir a opinião recebida do círculo de onde procediam. Em pouco tempo, os Estados Unidos que eu descobrira diferiam inteiramente da imagem convencional habitualmente proposta e aceita na Europa. Foi deste choque entre a imagem que eu trouxera comigo da França e a realidade exposta bruscamente aos meus olhos, que brotou ‘Ni Marx ni Jésus’ ” (Revel, op. cit., pg. 24 – a respeito de seu livro “Nem Marx nem Jesus”).
“Por odioso que tenham sido o macarthismo e McCarthy, por que omitir a constatação de que foram os próprios americanos, republicanos à testa, que desbancaram, em menos de quatro anos, o incômodo senador? Além disso, é verdade que a espionagem soviética permitiu que Moscou ganhasse muitos anos na construção de sua bomba atômica. Hoje é fato mais que confirmado, e já havia sido provado em 1970, no que diz respeito ao casal Rosenberg, que ambos eram efetivamente agentes do Comintern, e que a ação dos dois foi das mais nefastas; ou que Alger Hiss, um dos colaboradores mais próximos do presidente Franklin Roosevelt, particularmente na Conferência de Yalta, trabalhava também para os serviços do Leste e era informante de Stalin. Por muito tempo disfarçados em mártires da histeria anticomunista, esses agentes e muitos outros acabaram por encontrar seu justo lugar na história, pelo menos aos olhos daqueles que respeitam a verdade” (Revel, op. cit., pg. 24-25. “Além de Alger Hiss, outro agente soviético, Joseph Lash, que foi amante da esposa do presidente Eleanor Roosevelt” (Revel, op. cit., rodapé à pg. 25).
A propaganda soviética, graças aos seus numerosos agentes no mundo ‘livre’ (mas ingênuo) conseguiu durante anos fazer crer a milhões de pessoas, nem todas de má fé, que foi a Coréia do Sul que havia atacado a Coréia do Norte, em 1950, e não o inverso. O próprio Picasso entrou neste círculo de anarquia ideológica, pintando seus ‘Massacres en Corée’, onde se vê um pelotão de soldados americanos abrindo fogo sobre um grupo de mulheres e crianças nuas. Mostrou que uma pessoa pode ser um gênio da pintura e ao mesmo tempo uma insignificância moral” (Revel, op. cit., pg. 25).
A “guerra bacteriológica” americana na Coréia foi “forjada por um agente soviético, o jornalista australiano Wilfred Burchett. Pierre Daix, então redator-chefe do jornal comunista ‘Ce Soir’, revelou mais tarde, em 1976, em suas memórias ‘J’ai cru au matin’, como foi montada essa farsa jornalística” (Revel, op. cit., pg. 26).
“Este ilogismo consiste em culpar os Estados Unidos, caso a caso ou, simultaneamente, de uma coisa e do seu contrário. Tal procedimento é prova de que se está na presença não mais de uma análise, mas de uma obsessão” (Revel, op. cit., pg. 27).
Sobre o antiamericanismo, mesmo após o desabamento das torres gêmeas em Nova York: “Fica patente na ocorrência o pensamento marxista rudimentar, copiado pelos adversários da globalização, segundo o qual os ricos se tornam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, e segundo o qual a riqueza de uns é a causa da pobreza de outros. Marx acreditava poder prever que, nos países industrializados por ele estudados, o capital se concentraria nas mãos de um grupo cada vez mais restrito de proprietários sempre mais opulentos, que fariam frente a hordas crescentes de proletários cada vez mais miseráveis. Na prova da história, esta teoria revelou-se falsa, tanto no tocante às relações entre classes sociais no seio das sociedades desenvolvidas, quanto nas relações entre sociedades desenvolvidas e aquelas ditas em via de desenvolvimento. Mas a falsidade nunca impediu um ponto de vista de prosperar, quando sustentado pela ideologia e protegido pela ignorância. O erro foge dos fatos quando atende a uma necessidade” (Revel, op. cit., pg. 31).
“Estes fnáticos suicidas, doutrinados, treinados e financiados por uma poderosa e rica organização terrorista internacional, assassinaram pelo menos três mil pessoas em um quarto de hora nos Estados Unidos, e era esse próprio país que se tornara o agressor? Por quê? Porque passou a agir no sentido de se defender e erradicar o terrorismo” (Revel, op. cit., pg. 31-2).
“Gertrude Himmelfarb, em seu livro de 1999, ‘One Nation, Two Cultures’, mostra bem que a sociedade contemporânea americana constitui ‘uma única nação’ mas ‘é composta de duas culturas’. Segundo a autora, a contracultura revolucionária dos anos sessenta e setenta (na qual ela só vê qualidades, não mais que eu, e à qual voltarei) tornou-se atualmente a cultura dominante. São os mantenedores dos valores morais tradicionais que representam, por sua vez, inversamente, a cultura minoritária e dissidente. Esta não cessou de afundar no seu estado minoritário, mesmo durante a ‘revolução conservadora’ de Ronald Reagan, pela simples razão de que a revolução reaganiana não foi uma revolução de costumes mas da economia, uma revolução liberal no sentido europeu desta adjetivação” (Revel, op. ci., pg. 36-7).
“Com efeito, a tese central de ‘Ni Marx ni Jésus’ é esta: a grande revolução do século XX teria sido, no final das contas, não a revolução socialista, pois já era patente que ela havia fracassado por toda parte, em 1970, mas a revolução liberal” (Revel, op. cit., pg. 37).
“Esta mundialização liberal que triunfara de forma estrondosa, sobretudo a partir de 1990, após a desintegração dos comunismos, é o que Francis Fukuyama chamaria, no momento dessa derrocada, ‘o fim da história’, expressão pela qual foi criticado por ter sido ela mal compreendida, pois muita gente, lamentavelmente, ao ler um título considera que já leu o livro. Fukuyama quer dizer, não que a história parou, o que seria absurdo, mas que a experiência refutou a concepção hegeliana e marxista da história imaginada como um processo dialético, que deve inevitavelmente terminar num modelo final para o qual a humanidade tenderia, inconsciente e independentemente de sua ação, desde a origem dos tempos” (Revel, op. cit., pg. 38).
Sobre o “laboratório da mundialização liberal”: “Atenas, Roma, a Itália da Renascença, a Inglaterra, e a França no século XVIII, foram sucessivamente algumas destas sociedades-laboratório, não devido a qualquer ‘processo’, mas como resultado da ação dos homens. No século XX foi a vez de os Estados Unidos tornarem-se essa sociedade. Não é, então, sem motivo, mesmo ao preço de um evidente exagero, que para bilhões de seres humanos, no limiar do século XXI, mundialização liberal seja sinônimo de americanização” (Revel, op. cit., pg. 38-9).
“Atentemos para a diligência com que as autoridades decmocráticas ou religiosas tomaram constantemente o partido de Fidel Castro, pela única razão de ele estar exposto ao embargo americano, aliás, falsamente rebatizado de ‘bloqueio’ para servir às necessidades da causa. Ora, Cuba não cessou de comerciar com o mundo inteiro, salvo com os Estados Unidos; e o baixo nível de vida dos cubanos provém, antes de tudo, do regime socialista” (Revel, op. citl, pg. 41).
“Para merecer o título de superpotência mundial, um país deve ocupar o primeiro lugar em quatro domínios: econômico, tecnológico, militar e cultural. Os Estados Unidos são atualmente o único país – e o primeiro na história – que preenche estas quatro condições de uma só vez em escala planetária, e não mais somente continental” (Revel, op. cit., pg. 43).
“Quanto à Europa, foi ela que inventou as grnades ideologias criminosas do século. É por essa mesma razão que os Estados Unidos tiveram por duas vezes que intervir em nosso continente, quando das duas guerras mundiais. E é esta falhança européia o que está na origem da atual situação americana de única superpotência” (Revel, op. cit., pg. 45).
“A França culpou os Estados Unidos de quererem reduzir-lhe a influência na África. Contudo, nosso país carrega uma pesada responsabilidade na gênese do genocídio ruandês de 1994, e na decomposição do Zaire, que se seguiu” (Revel, op. cit., pg. 45).
“A superpotência americana resulta, por uma parte, somente da vontade e da criatividade dos americanos; por outra, é devida aos fracassos acumulados do resto do mundo: a falência do comunismo, o naufrágio da África, as divisões européias e os atrasos democráticos da América Latina e da Ásia” (Revel, op. cit., pg. 46).
“Que interesse têm os Estados Unidos em mergulhar no lodo sangrento dos Bálcãs, obra-prima multissecular do inegável talento europeu. Mas este caos mortífero que construiu com suas próprias mãos, a Europe revelou-se incapaz de pô-lo em ordem sozinha. Foi necessário, para fazer cessar ou diminuir os massacres balcânicos, que os Estados Unidos se encarregassem da operação, sucessivamente na Bósni, no Kosovo e na Macedônia. Os europeu, trêmulos de pavor, agradecem de imediato, tratando-os de imperialistas, e chamando-os de isolacionistas vis no momento em que eles falam em retirar suas tropas” (Revel, op. cit., pg. 48).
Sobre os EUA não terem assinado o Protocolo do Kyoto: “Na prática, em meados de 2001, quatro anos após a Conferência de Kyoto, nem um só país dos cento e sessenta e sete signatários, e em particular nenhum país europeu, havia ainda ratificado o protocolo! (Revel, op. cit., pg. 59). “Os ecologistas responderão que não é assim, que os Estados Unidos têm menos de 5% da população mundial e produzem 25% da poluição industrial do planeta. Pode ser verdade. Mas seria necessário, então acrescentar que produzem 25% dos bens e serviços desse mesmo planeta. E que os outros cento e sessenta e sete signatários de Kyoto não fizeram absolutamente nada, ainda em meados do ano de 2001, para começar a reduzir coletivamente, e cada um por sua parte, seus 75% de poluição. Agimos, pois, com a maior incoerência. A verdade é que se trata menos de despoluir que de excomungar” (Revel, op. cit., pg. 59-69).
“O objetivo dos ecologistas ocidentais é fazer dos Estados Unidos, quer dizer, do capitalismo, o culpado supremo, atém mesmo sozinho e único, da poluição do planeta e do suposto aquecimento da atmosfera. Porque nossos ecologistas não têm nada de ecologistas: são esquerdistas. Estão interessados no meio ambiente até o ponto em que, fingindo defendê-lo, servem-se disso para atacar a sociedade liberal. Durante os anos 70 e 80, jamais denunciaram a poluição dos países comunistas, mil vezes mais atroz que a do Ocidente: não era poluição capitalista. Silenciaram na época de Chernobyl, como silenciaram sobre as centrais nucleares em mau estado, espalhadas ainda hoje nos antigos territórios comunistas. Ficam mudos a respeito de centenas de submarinos ex-soviéticos repletos de armas atômicas que os russos submergem, como os do Mar de Barents. (...) Houve outrora uma ecologia sincera, surgida nos anos sessenta, nos Estados Unidos, precisamente! Entretanto, há muito tempo ela foi retirada e substituída por uma ecologia mentirosa, exibindo toda a máscara das velharias marxistas coloridas de verde. Esta ecologia ideológica não vê a natureza ameaçada senão nas nações onde reina alguma liberdade econômica que seja, sobretudo, sejamos claros, na mais próspera dentre elas” (Reveo, op. cit., pg. 60-1).
“Quase todos os chefes mendicantes que ‘governam’ (se é que se pode dizer assim!) a África professam um antiamericanismo usualmente frenético. Acusam os Estados Unidos de serem os culpados pela pobreza do continente ou pela epidemia da AIDS. O antiamericanismo funciona, logo, como um agente de transferência de responsabilidade. Porque, os auxílios internacionais recebidos pela África após a independência equivalem a quatro ou cinco Planos Marshall, montante que foi desperdiçado, dilapidado ou disviado, quando não engolido por incessantes guerras ou inutilizado em reformas agrárias estúpidas, copiadas do sufocante coletivismo soviético ou chinês” (Revel, op. cit., pg. 64).
“Não foi por falta de meios que a Europa se absteve de ajudar os afegãos. Foi pela atitude obsequiosa com respeito à União Soviética, e, depois, por uma análise lamentavelmente errônea com a ilusão ou desculpa de ‘salvaguardar a détente’, a qual já estava então muito bem morta, se é que existiu algum dia a não ser no otimismo ocidental” (Revel, op. cit., pg. 66).
“Segundo a velha tradição socialista, o antiliberalismo e o antiamericanismo se regozijam. E são exatamente os soldados dos exército comunista vencido, ou seus herdeiros políticos, que se reagrupam em bandos, decididos a conduzir, por falta de uma guerra frontal em campanha aberta, que não podem mais alcançar, uma guerrilha de provocação, à qual a liberdade de circular devida à globalização lhes permite entregar-se, não importa em que ponto do planeta democrático” (Revel, op. cit., pg. 70).
“Os ‘jovens’ antiglobalistas são na realidade os velhos ideólogos, os fantasmas ressurgidos de um passado de ruínas e de sangue. Ao invés do ‘rejuvenescimento’, vimos, aliás, reaparecer em Gênova as bandeiras vermelhas ornadas com a foice e o martelo (que mesmo o partido dos ex-comunistas colocou de lado, na Itália desde 1989) as caras de Che Guevara e a sigla das Brigadas Vermelhas. O que os manifestantes atacam na globalização é o capitalismo democrático, são os Estados Unidos, na medida em que eles são, há meio século pelo menos, a sociedade capitalista democrática mais próspera e a mais criativa. (...) Se alguém pusesse em prática seus diktats, e, pois, fossem restabelecidas em todos os lugares as barreira fronteiriças, os passaportes e os visas, mesmo para os turistas, não teria havido nem Seattle nem Göteborg” (Revel, op. cit., pg. 74-5).
“Ao lado de uma transformação de modas e mentalidades que pode ser considerada benéfica, o ‘Maio de 68’ europeu foi infiltrado muito rapidamente pelos lugares comuns do socialismo totalitário, nas suas versões maoísta ou trotskista, ainda que quisesse ser antitotalitário, no início. Recusando-se seguir as regras do jogo da legalidade diplomática e, ao mesmo tempo optando pela forma dos partidos comunistas ocidentais, o movimento dito ‘Maio de 68’ degenerou em terrorismo sanguinário nos vinte anos que se seguiram. Formaram-se, então, as Brigadas Vermelhas, na Itália, a Falange Armada Vermelha, na Alemanha, o Exército Vermelho Japonês, as Células Combatentes Comunistas Belgas (CCC), e, mais para marginal, mas não menos mortífera, a Ação Direta, na França” (Revel, op. citl, pg. 79).
“Os combatentes antiglobalistas estão eles também, algumas vezes, muito próximos de escorregar na degeneração terrorista. Chegaram mesmo a dar um passo nesse sentido, por antiamericanismo, ao meterem num McDonald’s a bomba que matou uma jovem, na Bretanha, na primavera de 2000. Os antiglobalistas atuais têm em comum, é verdade, com os de 68, uma visão marxista simplista: o mal absoluto é o capitalismo, encarnado e dirigido pelos Estados Unidos” (Revel, op. cit., pg. 79).
“... é só a globalização pelo mercado que a esquerda repudia. Na realidade, mais o mercado que a globalização. A esquerda tem por objetivo a globalização sem o mercado” (Revel, op. cit., pg. 82).
“A imprensa de esquerda, por exemplo o Le Nouvel Observateur (1º Fev 2001), saudando o ‘sucesso do Encontro Antiliberal de Porto Alegre’, proclama (é o título do artigo) o ‘Nascimento de uma Internacional’. Ele conclui que ‘outra globalização segue os passos de Davos’. Fica então bem claro que o inimigo, para a esquerda, é o liberalismo, e não a globalização. A globalização lhes parece boa, desde que planificada e dirigida” (Revel, op. cit., pg. 83).
A globalização não é nova, observa-se no Império Romano e na Idade Média, “com conseqüências benéficas: as vantagens da reciprocidade e da complementaridade engendraram a baixa dos custos” (Revel, op. cit., pg. 84).
No sentido moderno do termo, ocorreu depois das grandes descobertas, no final do século XV: “Bénichi distingue três ondas: a expansão do capitalismo mercante após as grandes descobertas; depois, o período onde se generaliza a revolução industrial na Europa e na América do Norte, de 1840, aproximadamente, até 1914; e enfim, a globalização atual” (Revel, op. cit., pg. 84).
Após a I Guerra Mundial, os países se fecham: “A partir de 1919, após a catástrofe da Grande Guerra, e malgrado o clima de paz, a Europa arruinada recua, fecha-se sobre si mesma. Além disso, fraciona-se: os países europeus fecham-se uns aos outros. Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos, a Argentina, o Brasil, terras imensas tradicionalmente abertas aos imigrantes e aos produtos estrangeiros, fecham-se, por sua vez. O comércio internacional entra em colapso, os capitais não podem mais circular, institui-se o controle de câmbio, vê-se fixar por decreto a cotação das moedas. Logo, sobre todo o planeta, a vida econômica se esclerosa e passa a assemelhar-se, em suma, àquilo que sonham para a humanidade os adversários atuais da globalização. O resultado não se faz esperar: é a crise de 1929, que permanece por dez anos; são dezenas de milhões de desempregados; é, em toda parte, a queda do nível de vida. A França, por exemplo, só no início dos anos 50 voltou à sua renda média per cápita de 1914” (Revel, op. citl, pg. 86). Obs.: Depois advém a 2ª GM, que destrói a Europa material e economicamente, que se vê destronada da categoria das “grandes potências”.
“A globalização, então, caracteriza-se por uma coloração principalmente americana, pois se admite, de maneira geral, que os Estados Unidos emergiram da guerra de 1939-45 como a primeira potência capitalista mundial, e da falência socialista de 1980-1990, como a única superpotência econômica” (Revel, op. cit., pg. 87).
Os países menos desenvolvidos sofrem de “insuficiência de globalização”: “Dos contestadores antiglobalistas que belamente tudo destruíram em Seattle ou em Nice, não se vislumbra tampouco qual proposta de solução poderiam ter, para substituir a globalização liberal em curso. Ou querem eles retornar ao socialismo terceiro-mundista que, em poucas décadas, fez degringolar, por exemplo, o continente africano da semipobreza à completa miséria” (Revel, op. cit., pg. 89).
A França gosta de passar sermões a todo mundo, porém...: “Não repreendemos nem Saddam Hussein, nem Kadhafi, nem Kim Jong-Il, nem Fidel Castro, nem Robert Mugabe, nem os aiatolás da República Islâmica do Irã, nem os dirigentes chineses ou vietnamitas. Reservamos nossas admoestações e nossa desconsideração às democracias, aos austríacos, aos italianos, a Margareth Thatcher, a Ronald Reagan, a George W. Bush, a Silvio Berlusconi, e até a um Tony Blair não suficientemente hostil ao capitalismo. O adversário principal dos antiglobalistas não é a ditadura, é a economia liberal” (Revel, op. cit., pg. 94).
Sobre a pobreza na África: “Mas este pauperismo tem causas políticas, não econômicas. ... está muito mais no estatismo que no mercado, mais no socialismo que no capitalismo. Na maioria, os países africanos, ou melhor, as elites africanas estudadas na Europa que se tornaram as classes políticas após a independência de cada país, adotaram os sistemas soviético ou chinês. Atribuíram-se, assim, o poder absoluto e os instrumentos do enriquecimento pessoal. Em particular, a Argélia e a Tanzânia tomaram emprestado do comunismo a receita infalível para arruinar a agricultura: a coletivização das terras e a criação de ‘cooperativas’ rapidamente improdutivas” (Revel, op. cit., pg. 96-7).
“A miséria, na África, é filha do socialismo” (Revel, op. cit., pg. 97).
Segundo Revel, as causas da miséria africana são:
- coletivização soviético-chinesa
- pilhagem dos recursos internos e auxílio externo, feito pelas oligarquias locais
- guerras civis
- guerra entre Estados
- guerras de religião
- extermínios interétnicos
- racismo intertribal
- massacres e genocídios
(Cfr. Revel, op. cit., pg. 97)
Sobre a “anulação da dívida do Terceiro Mundo”, à qual o Papa João Paulo II, ingenuamente, faz coro, Revel afirma que a França remeteu bilhões de francos a Didier Ratsiraka, de Madagascar, dinheirama que “o povo malgaxe faminto jamais sentiu nem aos menos o cheiro, e dívida que François Mitterrand anulou em 1990, fazendo assim com que os contribuintes franceses pagassem o dinheiro embolsado por um ditador” (Revel, op. cit., pg. 98).
“Outro verso da cantoria antiliberal é a exigência de um ‘Plano Marshall para a África’. O estereótipo retorna sem parar. Pequeno detalhe intrigante: planos Marshall para a África, tem havido muitos, em quarenta anos, sem resultado. A África teve mesmo, poder-se-ia dizer, um ‘Plano Marshall permanente’ (termo de Yves Plattard, embaixador da França em diversos países africanos). Recebeu, por habitante, de 1960 a 2000, quatro vezes mais em créditos (não reembolsados, claro!) e auxílios que a América Latina ou a Ásia. Por que estes outros continentes decolaram, e a África não?” (Revel, op. cit., pg. 98-9).
Relatório de 2 economistas, David Dollar e Aart Krav, que estudaram o retrospecto de 40 anos, em 125 países, prova que o crescimento da renda dos países mais pobres acompanhou o conjunto dos países do resto do mundo; a globalização, portanto, não foi maléfica: “Sempre que a renda média por habitante no planeta aumenta de 1%, a renda dos países mais pobres aumenta na mesma proporção, segundo o que Dollar e Krav chamam de lei do ‘um por um’ (Revel, op. cit., pg. 100).
Se alguém está completamente enganado em suas previsões é René Dumont, o ‘pai da ecologia francesa’ e do terceiro mundo, tão celebrado em julho de 2001 por ocasião de seu falecimento. Em muitos artigos então consagrados à sua obra e à sua ação, elogiaram-no muito por ter ‘previsto’, nos anos 1960, que o aumento das fontes de alimentos no planeta não poderia acompanhar o crescimento geográfico. Esta ‘previsão’ de Dumont é pouco original; é reprise da velha tese de Malthus, em 1798, em seu Essai sur le Principe de Population. A teoria já se mostrou falsa no caso de Malthus. Foi ridícula no caso de Dumont. O ‘Relatório Mundial sobre o Desenvolvimento Humano’, de 2001, mostra que o aporte calórico diário por habitante nos países em via de desenvolvimento aumentou em cerca de um quarto entre 1970 e 1997, período em que a população dobrou ou triplicou na maior partes destes países! Única exceção: a África, pelas razões – sem relação com a economia – que já deixei expostas” (Revel, op. cit., pg. 100-1).
“A linha de pobreza se calcula de acordo com o rendimento mediano em cada país (não médio, mas mediano). Tomando o rendimento que se situa no meio da escala, traça-se outra linha que separa, por sua vez, em duas, a metade de baixo. Estão classificados como pobres de cada país todas as residências cujo rendimento se encontre no quarto inferior de toda a escala. É, então, evidente que o ‘pobre’ não tem absolutamente o mesmo nível de vida num país muito rico, onde o rendimento mediano é muito elevado, e num país muito pobre, ou mesmo situado na média do rendimento. O ‘pobre’ americano ou sueco seria um milionário no Nepal” (Revel, op. cit., pg. 101).
Hubert Beuve-Méry, fundador do jornal “Le Monde”, escreveu em 1944 esta pérola: “ ‘Os americanos são um verdadeiro perigo para a França. Perigo bem diferente deste com que nos ameaça a Alemanha ou do que poderia eventualmente ser a ameaça dos russos. ... Os americanos podem nos impedir de fazer a revolução necessária, e seu materialismo nem mesmo tem a grandeza trágica do materialismo dos totalitários. Se eles conservam um verdadeiro culto pela idéia da Liberdade, não sentem a necessidade de se libertar das servidões sedutoras de seu capitalismo’. Para formular tal opinião no momento em que o desembarque aliado a ocorrer ainda podia malograr, em que o poderio nazista, apesar de diminuído, ainda escravizava a Europa, em que se sabia o que era o stalinismo, era necessária uma hierarquia de valores e de perigos na qual a ameaça liberal primava sobre todas as outras” (Reveo, op. cit., pg. 102-3).
“Após os atentados de 1998 contra as embaixadas americanas na África, o congresso havia criado uma comissão nacional sobre o terrorismo (National Commission on Terrorism, NCT), encarregada de um projeto de lei para redefinir a política antiterrorista. Esta comissão sublinha e demonstra em seu relatório que não se haviam dado ao governo dos EUA, até então, os meios para prevenir uma ação da Al Qaeda, a rede mundial de Bin Laden, no próprio solo americano, dizendo textualmente: ‘a aneaça de ataques com perdas humanas em massa, em nosso território não pára de crescer’. A capa do próprio relatório era – premonição ou coincidência quase inacreditáveis – uma foto das duas torres do World Trade Center!
Quem poderia acreditar: Múltiplos organismos, ligas e associações falaram no mesmo instante de uma ‘sombra fatal’ sobre as liberdades. O Instituto Representativo dos Americanos de Origem Árabe mencionou o ‘retorno aos dias mais negros da época macarthista’.
O responsável pelos direitos do cidadão do próprio governo Clinton culpou a CNT, deplorando que os americanos de origem árabe fossem no relatório, injustamente apontados a dedo. Ora, não há uma palavra sobre eles no relatório! Para outros, o texto visivelmente satisfazia os velhos ‘falcões’, os quais, sem inimigos após o fim da Guerra Fria, inventavam no terrorismo uma ameaça sob medida. Em suma, a campanha foi tão barulhenta, que o projeto foi engavetado e jamais se tornou lei... com o desfecho que sabemos” (Reveo, op. citl, pg. 110-1).
“As operações militares no Afeganistão, após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, foram em seguida apresentadas, em setores não desprezíveis de opinião, nos partidos políticos e na imprensa da Europa, como uma agressão unilateral americana. (...) Nem menciono os próprios dirigentes e editorialistas africanos, entre os quais esta visão das responsabilidades, no desenrolar da intervenção americana, foi quase uma unanimidade. Já se esperava. Esperava-se-o também na América Latina, onde o antiamericanismo é organicamente ligado à história do subcontinente. Serve ali de fantasia explicativa dos reveses da América do Sul em relação à América do Norte. Como escreveu o grande pensador venezuelano Carlos Rangel: ‘Para os latino-americanos, é um escândalo insuportável que um punhado de anglo-saxões, chegados ao hemisfério muito depois dos espanhóis, e num clima tão rude que, convenhamos, poucos sobreviveram aos primeiros invernos, tenham se tornado a primeira potência do mundo. Seria necessária uma impensável auto-análise coletiva para que os latino-americanos pudessem olhar de frente as causas desse contraste. Eis porque, mesmo sabendo que é mentira, todo dirigente político, todo intelectual latino-americano está na obrigação de dizer que todos os nossos males têm explicação no imperialismo norte-americano’ ” (Revel, op. cit., pg. 112-3).
“Se há pessoas que se crêem celestes, em todo este processo, são primeiro os islâmicos, que assassinam milhares de civis inocentes, em dez minutos, em nome de Alá. São eles ainda que, na Nigéria ou no Sudão, massacram os cristãos porque se recusam a submeter-se à sharia. Só em setembro e outubro de 2001, muitas centenas de cristãos nigerianos foram exterminados em nome de Alá, sem que os nossos cento e treze intelectuais descobrissem o que aconteceu para divulgar os fatos. Por certo, Bush empregou a palavra cruzada para falar da necessária mobilização internacional contra o terrorismo. Mas para todo ouvinte de boa fé é evidente que ele a entendeu como um meio de pleitear a união das democracias nesta luta, e não uma guerra ‘santa’. A guerra santa, aqui ainda, são os islâmicos que se crêem encarregados por Alá de fazer, como não cessam de apregoar. Esta é a evidência para todos, menos para nossos cento e treze intelectuais” (Revel, op. cit., pg. 114).
“Centenas de milhares de pacifistas, nos próprios Estados Unidos e na Europa (na Itália, especialmente) manifestaram-se no Domingo, 14 de outubro de 2001, brandindo faixas onde se lia: ‘Não ao terrorismo, não à guerra’. O que é mais ou menos tão inteligente como gritar ‘Não à doença, não à medicina’. Como escreveu então Marco Pannella, o carismático fundador-presidente do partido radical italiano: ‘Sabe-se bem, desde 1938, qual é o inimigo supremo a combater em nome da paz. Os pacifistas lançaram, então, a luta sagrada contra as plutocracias judaico-democratas de Londres, Paris ou Nova York’. Em 1939, após o pacto nazi-soviético, os comunistas franceses exortaram, em nome da luta contra o capitalismo, os trabalhadores das fábricas de armamento a sabotarem seu trabalho, e pressionaram os soldados a desertarem, quando os exércitos nazistas estavam a poucas semanas de ocupar Paris. Contudo, seguia Pannella, ‘era de opor-se a uma guerra imperialista’. Nem precisa dizer, claro, que imperialista só em Paris, não em Berlim ou Moscou. Os pretensos ‘pacifistas’, plenos de ódio pela democracia, são servidores de uma impostura que não é nova” (Revel, op. cit., pg. 115).
“Os primatas berrantes e quebradores da antiglobalização, na ausência de herdeiros do maoísmo, atacam, em realidade, os EUA, sinônimo de capitalismo. Esta obsessão desabrochou numa verdadeira transferência de responsabilidade do mundo” (Revel, op. cit., pg. 119).
Sobre o Estado de Israel: “A criação deste estado na Palestina pode ser discutida, mas uma coisa é certa: é resultado direto do anti-semitismo europeu. Ademais, entre as perseguições e o Holocausto, muito mais judeus europeus emigraram para os EUA que para o Oriente Médio. Os EUA, de modo permanente, apoiaram Israel desde a sua fundação, é exato, mas não são a origem dessa fundação” (Revel, op. cit., pg. 120).
“Se a Europa Ocidental, em 1945, e a Europa Oriental, em 1990, estavam em ruínas, foi por causa de quem? O ‘unilateralismo’ americano é conseqüência, não a causa, da perda de influência do resto do mundo. Mas o hábito é inverter os papéis, e acusar os EUA de tudo” (Revel, op. cit., pg. 120).
A ATTAC (Action pour une taxation des transactions financières et pour l’aide aux citoyens – Ação pela taxação das transações financeiras e para a ajuda aos cidadãos), grupo neomarxista atuante no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, em sua revista Politis afirma que o terrorismo antiamericano é explicável e até mesmo justificável “em virtude da ‘pobreza crescente’ que o capitalismo propagou, por meio da globalização, orquestrada pelos EUA. É o tema corrente nos círculos da ATTAC, na revista Politis, entre os verdes da Alemanha, os intelectuais latino-americanos, e muitos editorialistas africanos. (...) É igualmente, a convicção do famoso juiz Baltasar Garzon, para quem um crime não é crime senão quando cometido por Pinochet (El País, 3 de outubro de 2001), ou do prêmio Nobel de literatura Dario Fo, que escreveu: ‘Que são os vinte mil mortos de Nova York (sic!) comparados com os milhões de vítimas que os grandes especuladores fazem cada ano?’ (Corriere della Sera”, 15 Set 2001)”.
“Se o Paquistão, que há muito tempo estava à frente da Índia, está hoje atrás dela, não é por causa do capitalismo globalizador: é por culpa das nacionalizações socializantes feitas por Zulfikar Ali Bhutto” (Revel, op. cit., pg. 121).
“O terrorismo basco não nasceu porque o país basco fosse mais pobre que o resto da Espanha. Era até, ao contrário, uma das províncias mais prósperas. O mundo muçulmano, fonte do hiperterrorismo atual, conta indubitavelmente com alguns dos países mais ricos do planeta. A começar pela Arábia Saudita, que financia as redes de Osama Bin Laden e de muitos outros integristas na Argélia ou na Europa” (Revel, op. citl, pg. 122).
O Alcorão rechaça todos os “remédios que poderiam contribuir para o melhoramente das sociedades atrasadas”: “a democracia, a secularização, a liberdade intelectual, a igualdade do homem e da mulher, a abertura a outras culturas, o pluralismo crítico” (Revel, op. cit., pg. 122).
“Não há, entretanto, nenhum equívoco quanto ao objetivo perseguido pelos fundamentalistas da Al Qaeda, a organização mundial criada por Bin Laden: eles querem converter, à força, a humanidade inteira ao Islã” (Revel, op. cit., pg. 125).
“O que os integristas reprovam nos ocidentais, mormente nos americanos, não é o fato de serem ricos, mas de não serem muçulmanos” (Revel, op. cit., pg. 125).
“Cumpre aos muçulmanos americanos substituir o governo constituído atual por um califado e eleger um emir” (Siraj Wahaj, porta-voz islâmico – transcrito por Revel, op. cit., pg. 126)
“No passado longínquo ou próximo, os EUA têm, sem comparação possível, prejudicado muito menos os países muçulmanos que a Inglaterra, a França ou a Rússia. Estas potências européias os têm, com freqüência, conquistado, ocupado, oprimido mesmo, por dezenas de anos, às vezes por mais de século. Os americanos, por sua vez, jamais colonizaram os países muçulmanos. Não são, de antemão, hostis ao Islã, pelo menos não foram até hoje. Pelo contrário, suas intervenções na Somália, na Bósnia, no Kosovo, e mesmo suas pressões sobre o governo macedônio tiveram ou têm por objetivo defender minorias islâmicas” (Revel, op. cit., pg. 126-7).
“A Segunda mentira, cultivada após 11 de setembro de 2001, é o mito de um Islã tolerante e moderado. Este mito está dividido em duas partes. A primeira sobressai da história das religiões e da exegese dos textos sacros. É a afirmação segundo a qual o Alcorão ensinaria a tolerância, e não conteria nenhum verso autorizando a violência contra os não-muçulmanos ou contra os apóstatas. Infelizmente, esta legenda leniente não resiste ao mais sumário exame do livro santo do Islã que formula, ao contrário, passagens obrigando os crentes a exterminar os infiéis”. (Revel, op. cit., pg. 128)
“Preocupado em se mostrar tolerante, o Papa autorizou, encorajou mesmo, a edificação de uma mesquita em Roma, cidade onde está enterrado São Pedro. Mas não haveria jamais o caso da construção de uma igreja em Meca, ou qualquer outra parte da Arábia Saudita, sob pena de profanação à terra de Maomé” (Revel, op. cit., pg. 130).
“Em outubro de 2001, vozes islâmicas, mas também ocidentais, não cessaram de exortar o goveno americano a suspender as operações militares no Afeganistão durante o mês do Ramadã, que iria começar em meados de novembro. Guerra ou não guerra, a decência -–diziam os bem-intencionados – impõe certo respeito com as festas religiosas de todos. Bela máxima, apenas os muçulmanos julgam-se isentos dela. Em 1973, o Egito não hesitou em atacar Israel no próprio dia do Kippur, a mais importante festa religiosa judaica, guerra que ficou na história pricisamente com o nome de ‘Guerra do Yom Kippur’ ” (Revel, op. cit., pg. 130).
“Mesmo que você esteja se cagando, tem de entrar na fila. Muita gente, eu entre eles, nunca entra na fila: caga num papel e joga o embrulho de merda na cobertura de um edifício ao lado, que é mais baixo. Ou na rua” (Pedro Juan Gutiérrez, in “Trilogia Suja de Havana”, pg. 78).
“Por isso eu estava tão desiludido com o jornalismo e comecei a escrever uns relatos muito crus. Em tempos tão dilacerados não se pode escrever com suavidade. Sem delicadezas a nossa volta, impossível fabricar textos refinados. Escrevo para cutucar um pouco e obrigar os outros a cheirar a merda. É preciso baixar o focinho até o chão e cheirar a merda. Assim aterrorizo os covardes e fodo com todos os que gostam de amordaçar a nós, que podemos falar” (P. J. Gutiérrez, op. cit., pg. 82).
“Era mero crime passional. Como em qualquer lugar. Mas aqui isso não é publicado na imprensa porque faz trinta e cinco anos que não convém falar nada de desagradável nem preocupante nos jornais. Tudo tem de estar bem. Uma sociedade-modelo não pode ter crimes nem coisas feias” (P. J. Gutiérrez, op. cit., pg. 82).
“Na cobertura, tinham uma criação de galinhas e dois porcos. (...) Desde que começou a crise, em 1990, muita gente criava galinhas e porcos nos quintais, nas coberturas, no banheiro. Assim tinham alguma coisa para comer” (P. J. Gutiérrez, op. cit., pg. 91). “Os velhos do outro quarto também tinham um pombal e uma criação de galinhas. Os pombos, eles vendiam para o candomblé. (...) Não tive problemas ali enquanto fez frio e havia vento forte do mar. Em abril, quando começaram o calor e a calmaria, vieram o cheiro de merda, os mosquitos-pólvora e os pernilongos” (idem, pg. 92).
“Tivemos uma grande fé. Depois nos disseram: ‘Ah, isso é merda, e quem disser o contrário a gente põe de lado, e talvez receba umas porradas’. (...) Pois bem, passei anos assim. Triunfalmente. Com toda a verdade em uma mão e a bandeira vermelha na outra. Depois veio o crash e em dois anos tudo se transformou em sal e água. (...) E o cúmulo é que agora se descobre que até o chefe do governo tem os seus santos protetores e os seus colares e dez babalaôs cuidando dele. Ah, caralho” (P. J. Gutiérrez, op. cit., pg. 96).
“De vez em quando um policial ‘confiscava’ um saco cheio de pizzas ou de hambúrgueres, e de quebra limpava todo o dinheiro do camelô. O sujeito entregava apavorado porque do contrário vinham as multas, o tribunal e os antecedentes penais. Quem mais se parece com um delinqüente é um policial. Os extremos se tocam” (P. J. Gutiérrez, op. cit., pg. 115).
“Os médicos são diplomatas. Jamais exibem sua ignorância e seus erros. Bom, os erros eles enterram. E a ignorância sempre podem dissimular” (P. J. Gutiérrez, op. cit., pg. 127).
“A miséria destruía tudo e destruía a todos, por dentro e por fora. Era a etapa do salve-se-quem-puder, depois daquela outra do socialismo e do não morda a mão de quem lhe dá comidinha” (P. J. Gutiérrez, op. cit., pg. 170).
“Quando me vi encarcerado, a fúria cresceu dentro de mim e comecei a gritar e a soltar espuma pela boca. Bati em dois guardas que tentaram me amarrar e ali mesmo me deram uma surra até me deixar inconsciente. Quando acordei foi pior: tinham me trancado numa leoneira. São umas jaulas pequenas, com barras de seis lados. Não dá para ficar de pé, nem para deitar de comprido. É preciso estar sempre encolhido. Ficam na cobertura do edifício das celas. E ali fiquei no sol e no sereno muitos dias” (P. J. Gutiérrez, op. cit., pg. 221).
“O homem trazia os tijolos de algum edifício derrubado e os acumulava em seu quarto para fazer uma parede clandestina ou um andar intermediário. Todos faziam isso. Acrescentavam muros por aqui e por ali. Derrubavam paredes, abriam buracos, agregavam quartos, usavam tábuas podres, pedaços de plástico, pedaçõs de tijolos, o que aparecesse. Sempre mais e mais gente nos pequenos quartos de três por quatro ou quatro por quatro. Como baratas. Às vezes, conseguiam viver até doze ou treze pessoas nesses quartinhos sujos e escuros. Era proibido fazer modificações nos edifícios. Mas todos os faziam” (P. J. Gutiérrez, op. cit., pg. 345).
“Como aquele que no conto de fadas transformava tudo o que tocava em ouro, comigo é em confusão que tudo se transforma nos jornais” (Einstein, a respeito da confusão de conceitos como relatividade e relativismo, in “The Born – Einstein Letters 1916-1955”, Londres, 1971).
“O maior acontecimento dos últimos tempos – o de que ‘Deus está morto’, de que a crença no Deus cristão não é mais sustentável – está começando a projetar suas primeiras sombras sobre a Europa” (Nietzsche, em 1886 – citado por J.P. Stern, in “Nietzsche”, Londres, 1978, pg. 93).
“Um regime revolucionário tem de se desembaraçar de um certo número de indivíduos que o ameaçam, e não vejo outro meio de fazer isso senão a morte. Da prisão, sempre se pode sair. Os revolucionários de 1793 provavelmente não mataram o bastante” (Jean-Paul Sartre, considerado por Jean-François Revel o terrorista intelectual por excelência.)
”Holista: adaptação de palavra inglesa que significa ‘global’. O princípio holista implica especialmente a unidade dos contraditórios, o que destrói o fundamento mesmo de todo pensamento lógico. Aplicado à sociedade, esse princípio nega o indivíduo e não leva em consideração senão a comunidade, tal como uma formigueira ou cupinzeiro” (Olavo de Carvalho).
"Como aceitar uma doutrina que estabelece como sua bíblia, acima e além da crítica, um livro-texto obsoleto de Economia que, pelo que sei, não é apenas cientificamente errôneo, mas igualmente sem interesse e aplicação no mundo moderno?" (Lord Maynard Keynes, referindo-se a O Capital, de Karl Marx).
“As pessoas já protestaram contra a vacina, a fluoretação da água, a pasteurização do leite, o bebê de proveta, a pílula anticoncepcional, a globalização, o McDonald’s e, agora, os trangênicos” (“O medo do novo”, revista “Veja” nº 1826, de 29/10/2003, pg. 98).
"Se dermos à intolerância o direito de ser tolerada, destruímos a tolerância e o Estado de direito, como ocorreu com a República de Weimar" (Karl Popper).
“A sabedoria está na ordem e na disciplina... Por isso o universo se chama cosmos ou ordem e não desordem ou indisciplina” (Sócrates).
“Pais positivistas, filhos marxistas, netos terroristas” (Axioma popular, citado por José Arthur Rios, sociólogo, in “Raízes do Marxismo Universitário”, conferência pronunciada no Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, 02 Mai 2000.).
“O carro Ford prejudicou enormemente os sindicatos aqui ou em qualquer outro lugar. Enquanto os homens tiverem dinheiro suficiente para comprar um Ford de segunda mão, pneus e gasolina, eles estarão rodando por aí, não ligando a mínima para as reuniões sindicais” (organizador sindical, em 1929).
“Já se passou o tempo em que empresários se preocupavam apenas com os problemas econômicos e financeiros de suas empresas. Hoje eles não podem se alienar da responsabilidade social contida nas empresas que eles dirigem” (Rafael Noschese, empresário e líder do IPES e da UDN, in “Boletim do IPES”, Rio de Janeiro, setembro de 1962).
“Não se trata de invenção maoísta, novidade: na URSS haviam levantado estátua a um menino que assim agia – espionara os pais e os denunciara, levara-os ao patíbulo, herói stalinista” (Jorge Amado, in “Navegação de Cabotagem”, pg. 408).
“O sol da liberdade e o comunismo brilha claramente para o mundo, hoje. O comunismo está vencendo; o comunismo triunfará” (Jornal soviético Izvestia, 1º Jan 1950, comemorando a conquista, após a II Guerra Mundial, de nações como Polônia, Checoslováquia, Bulgária, Romênia, Hungria, Albânia, Coréia do Norte, República Popular da Mongólia e, em 1949, da China.).
“O desastre social brasileiro foi sempre de inteira responsabilidade dos próprios brasileiros, das suas classes dominantes, e da forma antissocial e reacionária com que exerceram o poder e o seu permanente autoritarismo antipopular” (José Luís Fiori, economista e doutor em Ciências Políticas, in “Um país ao sul dos impérios”, Correio Braziliense, 22/07/2001).
“Predominava o sentimento de que nada havia a fazer, tudo dependendo da evolução internacional, vale dizer, da confrontação das duas grandes potências. A guerra fria penetrava nos espíritos como um veneno paralisante” (Celso Furtado, in “A Fantasia Organizada”, Editora Paz e Terra, Rio e São Paulo, 1985, pg. 41).
“O certo é que a guerra fria causava mais estragos no Brasil do que na Europa, de onde eu chegava. Lá existiam os partidos políticos, que assumiam a confrontação ideológica, cabendo a cada um justificar sua posição diante da opinião pública. Entre nós tudo era codificado, insinuado, opaco” (Celso Furtado, op. cit.).
“Das grandes manifestações de 1968, muitos foram os jovens que saíram para integrar organizações guerrilheiras urbanas. Nesse sentido, o trabalho político, dentro do movimento estudantil, deu os seus frutos. (...) O fato concreto é que, a partir de então, existe no Brasil uma esquerda que faz a revolução com as armas na mão” (Vladimir Palmeira, in “A Esquerda Armada no Brasil”, de Antonio Caso, Morais Editores, Lisboa, 1976.).
“A espionagem é um negócio meio sujo, mas faz parte essencial da engrenagem do governo” (J. Bernard Hutton, in “Os Subversivos”, pg. 12).
“Quem inventou as ‘drogas para todo o mundo capitalista’ foram os chineses, mas os russos logo os acompanharam. Todo o poderio da China comunista e da União Soviética está por trás desse monumental empreendimento” (J. Bernard Hutton, op. cit., pg. 179).
“É a juventude idealista quem mais violentamente sente as injustiças, e isso é natural. Os jovens estão começando a experimentar novas emoções e ainda não aprenderam como controlá-las. Sentem intensamente tudo o que acontece, como o amor, sexo, arte, pobreza e beleza. As universidades onde os jovens de ambos os sexos se reúnem para discutir a economia do mundo, história, revolução social e a política são os campos de cultura ideais para espalhar as idéias revolucionárias. As novas idéias criam raízes rapidamente e florescem em abundância...” (“Boletim do Partido”, Moscou, janeiro de 1967).
“O advogado Dr. Castro fez a troca de uma tirania decadente por uma tirania vigorosa” (Leon Lipson, professor de Direito da Universidade de Yale, in “Castro no Tabuleiro de Xadrez da Guerra Fria”).
“Os comunistas sabem que o tempo de que dispõem para tomar o poder na área subdesenvolvida é limitado... É sobre as nações mais fracas e que enfrentam os seus momentos mais difíceis, que os comunistas concentram a sua atenção. São os lixeiros do processo de modernização” (W. W. Rostow, in “Modern Guerrilla Warfares: Fighting Gerrilla Movements, 1941-1961”, Free Press, 1962).
“Pegaremos em nossos instrumentos de trabalho e faremos as reformas, juntamente com o povo. Mas lembrem-se os senhores reacionários: o instrumento de trabalho dos militares é o fuzil” (Subtenente Jelcy, durante comemoração do “General do Povo”, Osvino, 11 Mai 1963, no auditório do IAPC, no Rio de Janeiro).
“A luta armada, a guerrilha rural em suas várias versões não eram perspectivas a serem elaboradas, eram tarefas imediatas. (...) Todos imaginando-se depositários da missão histórica de vanguarda da classe operária ou das massas populares. Todos pretendiam agora encarnar, pelas ações de massa ou pelas ações armadas, o papal supostamente assumido pelos bolcheviques na Rússia pré-revolucionária. (...) Havia urgência no desenvolvimento da luta e, já em 1967-68, as ações armadas começariam a ser desfechadas no Rio e em São Paulo, principalmente. (...) Ninguém realmente punha em dúvida as possibilidades de êxito da guerra revolucionária (ou da revolução brasileira)” (D. Aarão Reis Filho, in “A Revolução Faltou ao Encontro – Os comunistas no Brasil”, Ed. Brasiliense, SP, 1990, pg. 70).
“A exemplo de 1935, a revolução deveria começar, novamente, pelos quartéis” (Luís Mir, in “A Revolução Impossível”).
“A democracia falta ao seu dever e o comunismo está no seu papel” (Castello Branco, novembro de 1963).
“Castello Branco é um homem brilhante, um brilhante militar. É um milagre que, num momento crítico como este, tenhamos um homem dessa inteireza moral, um patriota como esse” (Augusto Frederico Schmidt, ex-conselheiro de Kubitschek).
“Nós não queremos que o Sr. Kubitschek se torne um Frondizi brasileiro e nos roube esta revolução, como já roubou o Brasil” (Carlos Lacerda, sobre a escolha do novo Presidente, após a queda de João Goulart).
"Achava-o oportunista, instável, politicamente desonesto... Aparecia bêbado em público, deixava-se manobrar por cupinchas corruptos... e tinha uma grande tendência gaúcha para putas e farras" (Márcio Moreira Alves, a respeito de Jango, em seu livro "O Despertar da Revolução Brasileira").
"No Brasil a revolução tem de conquistar a imaginação camponesa para tornar o campo a base segura das suas forças. Só no campesinato poderemos buscar os recursos humanos indispensáveis à vitória. Só nas suas terras poderão formar-se os exércitos revolucionários, ainda que a liderança revolucionária venha do operariado urbano e as suas bases teóricas sejam formuladas por intelectuais” (Márcio Moreira Alves, op. cit.).
“... os futuros historiadores podem registrar a revolução brasileira como a maior e mais decisiva vitória da liberdade, em meados do século XX. Foi uma revolução interna, feita em casa, tanto na concepção quanto na execução. Nem um dólar americano ou célula cerebral foram envolvidos” (Clarence W. Hall, in “The country that saved itself” – Reader’s Digest, USA, November, 1964, p. 143).
“O coronel e o pelego tinham a função de filtrar as aspirações existentes na sociedade, de forma que somente algumas delas se transformassem em demanda, ou seja, aquelas compatíveis com as estruturas de dominação” (Luciano Martins, in “Pouvoir et développément économique”, Paris, Ed. Anthropos, 1976).
“Guerra é uma bênção divina, uma dádiva outorgada a nós por Deus. O ribombar do canhão rejuvenesce a alma” (Aiatolá Khomeini, setembro de 1980).
“O terceiro milênio pertence ao Islã e o domínio dos muçulmanos sobre o mundo” (Ali-Muhammad Besharati, do Ministério das Relações Exteriores do Irã, em 3 de março de 1992).
“A próxima confrontação do Ocidente virá sem dúvida do mundo muçulmano. É no arco de nações islâmicas do Maghreb ao Paquistão que começará a luta pela nova ordem mundial” (M. J. Akbar, muçulmano indiano, in “Time”, 15/06/1992, pg. 24).
“Esses ba’athistas do Iraque são nossos inimigos por algumas horas, mas Roma é nossa inimiga até o Dia do Juízo Final” (Safar al-Hawali, in “Infidels, Without and Within”, New Perspectives Quarterly, 8, primavera de 1991, pg. 51).
“As credenciais da jihad, religiosas e políticas, dos voluntários afegãos, são impecáveis. Eles derrotaram uma das duas superpotências mundiais e agora estão trabalhando em cima da outra” (Tim Weiner, in “Blowback from the Afghan Battlefield”, New York Times Magazine, 13/03/1999, pg. 54).
“Bem lá no fundo de seus corações e quando estão juntos, todos os nossos governantes amaldiçoam os Estados Unidos” (Xeque Yussuf al-Qaradawi, ideólogo militante muçulmano, in “Bin Laden”, pg. 31).
“Há milhares de jovens muçulmanos ansiosos para morrer e que a tempestade de aviões não irá parar” (Suleiman Abu-Ghayth, porta-voz da Al-Qaeda, a respeito dos fedayn e dos atentados contra os EUA em 11 Set 2001, in “Bin Laden”, pg. 31).
“Há um temor crescente em toda a Europa de uma comunidade muçulmana que atravesse as linhas européias, uma espécie de décima terceira nação na Comunidade Européia” (Jean Marie Domenach, em 1991).
“ ‘A Europa transforma-se mais e mais numa província do Islã, numa colônia do Islã’. Assim escreve Oriana Fallaci em seu novo livro, La Forza della Ragione, ou A Força da Razão. E a famosa jornalista italiana está certa: o antigo bastião da Cristandade que é a Europa vem cedendo com rapidez ao Islã.
Dois fatores principais contribuem para esse evento capaz de abalar o mundo:
- O esvaziamento do Cristianismo. A Europa é cada vez mais uma sociedade pós-cristã, que expõe uma progressiva perda de vínculos com sua tradição e seus valores históricos. O número de cristãos fiéis e praticantes decaiu nas últimas duas gerações, a ponto de alguns observadores chamarem-na de o “novo continente negro”. Analistas já estimam que todas as semanas as mesquitas da Grã-Bretanha recebem mais crentes que a Igreja da Inglaterra.
- Uma taxa de natalidade anêmica. Os europeus nativos encontram-se em vias de extinção. A manutenção da taxa populacional exige que cada mulher tenha em média 2,1 filhos; na União Européia, o índice total é um terço menor, de 1,5 filhos por mulher, e continua em queda. Um estudo mostra que, a continuar a tendência decrescente da população atual e a cessar a imigração, os 375 milhões de europeus serão 275 milhões em 2075. Para manter a mesma população ativa de hoje, a U.E. precisa acolher 1,6 milhão de imigrantes por ano; para manter igual proporção de trabalhadores prestes a se aposentar, são necessários nada menos que 13,5 milhões de imigrantes por ano”.
Nesse vazio entram o Islã e os muçulmanos. Enquanto o Cristianismo cambaleia, o Islã se mostra robusto, firme e ambicioso. Enquanto os europeus se reproduzem menos e em idade mais avançada, os muçulmanos o fazem mais e ainda jovens.
Atualmente cerca de 5% da U.E., ou quase 20 milhões de pessoas, identificam-se como muçulmanos; mantida a tendência, o número chegará aos 10% antes de 2020. Se os não-muçulmanos fugirem da nova ordem islâmica, como parece provável, em décadas o continente poderá tornar-se de maioria muçulmana.
Quando isso acontecer, as grandiosas catedrais serão vistas como vestígios de uma civilização anterior — pelo menos até um regime do tipo saudita convertê-las em mesquistas ou algum ao estilo Talebã explodi-las pelos ares. As grandes culturas nacionais — italiana, francesa, inglesa e outras — possivelmente cairão por terra, substituídas por uma nova identidade muçulmana transnacional que incorpora, entre outros, elementos norte-africanos, turcos e subcontinentais (Daniel Pipes, in “Europa Muçulmana”, Mídia Sem Máscara).
“Em algum ponto do Oriente Médio, uma meia dúzia de rapazes bem poderia estar vestindo calças jeans, bebendo Coca-Cola, escutando rap e, entre suas reverências na direção de Meca, estar montando uma bomba para explodir um avião comercial norte-americano” (Samuel P. Huntigton, in “O Choque de Civilizações e a Recomposição da Ordem Mundial”, pg. 84). Obs.: frase profética, antevia algo como os atentados contra as torres gêmeas do WTC e o Pentágono, em 11 de setembro de 2001.
“A essência da civilização ocidental é a Magna Carta (Big Chart) e não o Big Mac” (Samuel P. Huntington, op. cit., pg. 68).
“O Cristianismo se difunde precipuamente pela conversão, o Islamismo pela conversão e pela reprodução” (Samuel P. Huntington, op. cit., pg. 77).
“Na condição de movimento revolucionário, o fundamentalismo islâmico rejeita o Estado-nação em favor da unidade do Islã, exatamente do mesmo modo como o marxismo o rejeitava em favor da unidade do proletariado internacional” (Samuel P. Huntington, op. cit., pg. 219).
“Acreditamos que Alá usou nossa guerra santa no Afeganistão para destruir o exército russo e a União Soviética (...) e agora pedimos a Alá que nos use uma vez mais para fazer o mesmo com a América, transformando-a em uma sombra de si mesma” (declaração de Bin Laden a Robert Fisk, do “Independent”, março de 1997 – cit. in “Bin Laden”, pg. 138).
“Na Era do Powershift que vem pela frente, a primordial luta ideológica não será mais entre democracia capitalista e totalitarismo comunista, mas entre a democracia do século XXI e a escuridão do século XI” (Alvin Toffler).
“Com a revolução da informação, 95% da população mundial será condenada a ser escrava de 5% da elite” (Lord William Rees-Moog).
“Conseguimos aquilo que a guerrilha não conseguiu: o apoio da população carente. Vou aos morros e vejo crianças com disposição, fumando e vendendo baseado. Futuramente, elas serão três milhões de adolescentes que matarão vocês – a polícia – nas esquinas. Já pensou o que serão três milhões de adolescentes e dez milhões de desempregados em armas?” (William Lima da Silva, prisioneiro político do Presídio da Ilha Grande no Rio de Janeiro, alcunhado como "O Professor" e homenageado como o fundador e patrono do Comando Vermelho. Cfr. “Comando Vermelho – A História Secreta do Crime Organizado”, de autoria de Carlos Amorim, pág. 255).
"Vítimas da polícia na ditadura, nunca deram à repressão policial a atenção política exigida e isso facilitou o avanço do crime" (José Nêumane, em "O Estado de S. Paulo", 28/02/2001, a respeito da rebelião do PCC e dos governos eleitos após a ditadura militar, que nunca deram a devida atenção à violência).
“Com a Operação Bandeirante começou-se a ganhar a guerrilha urbana” (Del Nero Augusto, in “A Grande Mentira”, pg. 309).
“Em sua mais ignóbil – ou, como disse o Ministro do Interior da França, Raymond Marcellin, ‘no tráfico mais indecoroso e maquiavélico’ –, cooptaram jovens inocentes e idealistas, iludindo-os com a lenda dourada do comunismo e com a sua Grande Mentira” (Del Nero Augusto, op. cit., pg. 453).
”Vitoriosa, a Revolução de 1964 nos assegurou perspectivas mais nítidas de convivência e a tolerância com limites. Ela nos passa a silente mensagem de que, a qualquer tempo, atentos e preparados, estaremos prontos para a defesa da democracia” (General Gleuber Vieira, Comandante do Exército, em texto alusivo ao 37º aniversário da Revolução de 31 de março de 1964 - 31 março 2001).
“Bertold Brecht diz que a verdade é filha do tempo. Pois eu tenho a audácia de discordar dele. A verdade é filha do poder. Quem tem o poder diz qual é a verdade” (General Leônidas Pires Gonçalves – ex-Ministro do Exército).
“Alimentam-se do próprio fel” (General Gleuber Vieira, Comandante do Exército, a respeito do revanchismo apresentado pelos integrantes do Grupo Tortura Nunca Mais).
"Juízos de valor acerca de condutas do passado devem ser feitos não a partir de parâmetros éticos do presente, mas da contextualização da conduta na sua própria época, e nela, por comparação, com condutas diferentes" (José Antonio Giusti Tavares, in "Totalitarismo Tardio - o caso do PT").
"Os historiadores e os cientistas sociais devem cumprir pelo menos dois requisitos básicos da epistemologia e da ética das ciências humanas: (1) evitar tanto quanto possível qualquer restrição ou seleção dos fatos brutos e, (2) ao apresentá-los, distinguir sempre, tanto quanto possível, entre fatos e interpretações" (José Antonio Giusti Tavares, op. cit.).
"Não é com bombons que se pode extrair informações dessa gente" (D. Geraldo Sigaud, arcebispo de Diamantina, MG, a respeito das acusações de tortura durante o governo militar).
“O poder é como o violino, toma-se com a esquerda e toca-se com a direita” (Fausto Rodrigues Garcia, de São José dos Campos, SP – Revista Veja nº 1753, de 29 Mai 2002).
“Infelizmente, os homens de ação – ao contrário dos intelectuais – não podem anular ou apagar das lembranças as suas atitudes, pedindo simplesmente que todos esqueçam o que eles escreveram, disseram ou fizeram” (Del Nero Augusto, op. cit., pg. 341, sobre a tortura e sobre o “esqueça o que escrevi” de FHC).
“Conflitos religiosos, ‘guerras santas’, cruzados engajados e guerreiros em busca de martírio não são simples relíquias do passado. São presságios do futuro” (Yehezkel Dror, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém).
“Dentro de poucos anos, Paris será a capital do Islã, assim como Bagdá e Cairo foram em outras eras”
(Diretor do Instituto de Cultura Islâmica em Paris).
“O Império Subterrâneo tem, hoje, mais poder, riquezas e status do que muitas nações. Ele não tem bandeira alguma hasteada no terraço das Nações Unidas, mas conta com exércitos maiores, serviços de informações capazes, serviços diplomáticos mais influentes do que muitos países” (James Mills, a respeito das atividades do narcotráfico internacional).
“O partido único é o único mal” (Ahmed Ben Bella, ex-presidente da Argélia, que libertou o país da França em 1962, a respeito dos países comunistas).
“Para Heine, a história deveria vir a ser, finalmente, a história de mentes e não a história de bandidos. Mas, por enquanto, a história continua sendo feita por bandidos” (Valeriy Tarsis, escritor dissidente soviético).
“O anarquista, por definição, não deseja qualquer tipo de hierarquia ou disciplina – deseja, isto sim, a volta do homem ao estado de liberdade de um animal selvagem na floresta” (Richard Chutterbuck, in “Guerrilheiros e Terroristas”, pg. 24).
“O marxista pretende que a civilização atinja o nível alcançado pelas formigas, cuja organização é total, pacificamente aceita, sem questionamentos, e imposta pela maioria da comunidade” (Richard Chutterbuck, op. cit., pg. 24 e 25)
"Os ensinamentos de Cristo são altamente revolucionários e coincidem totalmente com o objetivo de um socialista, de um marxista-leninista" (Fidel Castro).
"Há dois documentos da Igreja que prezo muito e coloco no mesmo patamar do Manifesto Comunista: Os Dez Mandamentos e O Sermão da Montanha" (José Genoíno, ex-guerrilheiro do PC do B na Guerrilha do Araguaia, então Deputado Federal pelo PT).
“O objetivo é tornar a vida insuportável para o povo, bem como transformar uma situação política em uma situação militar” (Carlos Marighela, in “Minimanual do Guerrilheiro Urbano”).
"A sentença de morte de um tribunal revolucionário deve ser cumprida por fuzilamento. No entanto, nos encontrávamos próximos ao inimigo, dentro de um cerco que pôde ser executado em virtude da existência de muitas estradas na região. O Tenente Mendes foi condenado e morreu a coronhadas de fuzil, e assim o foi, sendo depois enterrado" (Carlos Lamarca, em "Comunicado ao Povo Brasileiro", da VPR, justificando a tortura e morte, no dia 10 de maio de 1970, do Tenente da PM/SP, Alberto Mendes Júnior, que teve que engolir os próprios testículos antes de morrer.).
"Os ‘tiras’ e policiais militares que têm sido mortos em choques sangrentos com os guerrilheiros urbanos, tudo isto atesta que estamos em plena guerra revolucionária e que a guerra só pode ser feita através de meios violentos" (Trecho do “Minimanual do Guerrilheiro Urbano”, de Carlos Marighela, livro de cabeceira de terroristas brasileiros e dos grupos terroristas Baader-Meinhof, da Alemanha, e Brigadas Vermelhas, da Itália.).
“A luta pela terra passou do plano da conquista econômica para a luta política contra o Estado e não simplesmente contra o latifúndio” (Cartilha do MST – Revista Veja, 10/05/2000, pg. 46).
"O PT, como partido que almeja o socialismo, é por natureza um partido contrário à ordem burguesa, sustentáculo do capitalismo. (...) rejeita a imensa maioria das leis que constituem a institucionalidade que emana da ordem burguesa capitalista, ordem que o partido justamente procura destruir" (Circular do Diretório Nacional do PT, justificando sua posição frente à Constituição de 1988).
“Já não espero participar da colheita, mas quero morrer desta semente capaz de virar o Brasil pelo avesso” (Frei Beto, in “Correio de Cidadania”, I FSM, Porto Alegre, Jan 2001).
"Tá voando mais bala no Rio de Janeiro do que em toda a filmografia do Clint Eastwood" (José Simão, publicado em www.opiniaolivre.com.br, 08/10/2003).