Estava aqui a explorar algumas possibilidades com fotos, mas, como minha habilidade ainda engatinha, após o trabalho, salvei a imagem e me apareceu, não sei por que cargas d’água, tudo em preto-e-branco.
“Não tem mesmo jeito; não nasci para a arte” – pensei...
Quando já ia desanimar, olhei em volta, e para o jardim... A chuva contínua deixou o ar límpido. Vi tudo colorido. Pensei, então, com meus botões:
“A arte não está no imitar, mas em fazer diferente”...
Se você que me lê, neste momento, é muito “articulado” me perdoe. Mas foi isso mesmo!
Comecei a ver algo assim... meio transcendental... na imagem que me aparecia.
De súbito, minha mente divagou e conseguiu ver, através daquela “arte-sem-arte”, uma outra faceta, oculta e tão claramente exposta: que a vida pode ter a cor que nós lhe damos.
Meu erro artístico fez-me refletir sobre algumas verdades. E quanta coisa eu vislumbrei, ali, naqueles traços sem cor. Veio-me à mente a caixinha fechada do Pequeno Príncipe:
“Era isso mesmo o que eu queria! Olha, o carneirinho está lá dentro, e dorme...”
E pensei que, na minha imagem, os traços e a flor, terão as cores que cada um quiser, ou conseguir ver... O rosto, porém, terá apenas uma cor: a da perspectiva de que você veja nele a feição de alguém cujo sentimento é o melhor do mundo, pelo menos neste minuto em que escrevo e no qual lhe desejo um viver com todas as cores do arco-íris, mesmo em branco e preto!