Não há dúvida: poeta Poeta é aquele sem o qual o mundo fica mais carente. Às vezes, o encontramos no "cânone"; às vezes, fora dele. Um fato, porém, é irrefragável: será alguém do seu tempo.
O problema é que o "cânone" ("educadeiro" como é) ofusca e gera uma espécie de "deslumbretite". Mente ingênua sequer desconfia de que a leitura canônica e canonizonte carrega uma exegese "incapaz de perceber o horizonte da arte maior". No fundo, o cânone é uma espécie de panopticon vigiando e reprimindo.
Entre outras leituras a respeito, eis dois estudiosos do assunto: FLÁVIO R. KOTHE - OS CÂNONES COLONIAL, IMPERIAL, REPUBLICANO, vols. 1 e 2 (aqui, na "Unsina", escrevi sobre ele num modesto artigo intitulado "Flávio R. Kothe: uma voz imprescindível)- e a professora Leyla Perrone-Moisés com o seu famoso ensaio "Altas Literaturas".
