O que somos nós seres mortais?
Cidadão de papel. Documentados desde o nascimento até o Atestado de óbito.
Cidadão numeral. A cada papel dado, um número é computado.
Na certidão, na chamada escolar, na Carteira de Identidade, CPF, Carteira de Trabalho, conta bancária, Atestado de Óbito e finalmente um último na sepultura.
Por que o nome que recebemos? Ele não poderia ser escolhido mais adiante pela própria pessoa que o carregará a vida inteira, até pós-morte?
Para alguns até que vale o nome. Outros, o sobrenome diz tudo, fecha ou abre portas, mesmo aqueles com ferrugem nas travas. E até repetem séculos sem fim.
Cidadão numeral, sem nome, sem retrato falado.
Os números só servem para contabilizar as estatísticas, somos mais um em muitos.