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Humor-->Reis, rainhas e drag queens -- 19/05/2003 - 15:24 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nos tempos modernos em que vivemos, é difícil existir um Governo “Real”, como o de sua Majestade “Rainha” Elizabeth, do Reino Unido. Porém, se na política a “realeza” anda em baixa, na vida prática ela sempre esteve em evidência, provando que, no fundo, todos nós gostaríamos de ter um pouco de sangue azul, de nos sentir “reis” ou “rainhas” – embora alguns prefiram ser “drag queens”...

Vejamos. Quando queremos destacar alguém, logo o chamamos de “rei”. Assim, temos o “rei” do futebol, Pelé, o “rei” do rock, Elvis Presley, o “rei” do baseado, Jimmy Hendrix. Milene, mulher do “fenômeno” Ronaldo, é a “rainha” das embaixadas – não a do circuito Elizabeth Arden, a da bola mesmo. A lista vai longe: só no Brasil temos muitos “reinados” se destacando: “rei” da soja, “rei” do suco de laranja, “rei” do açúcar, “rei” do álcool. O Rio de Janeiro passou a ter feriados extras, o comércio fecha quando o “rei” do pó, Nandinho Beira-Mar, de dentro da cadeia, manda seu corneteiro executar o toque de recolher...

A omissão de sucessivos governos é a “rainha-mãe” de toda a violência que se observa nas grandes cidades brasileiras.

O tenor Rinaldo seria o “rei” da voz, caso fosse descoberto pela “rainha” Globo, não pelo Programa Raul Gil.

Para manter a saúde, muitos não abrem mão, digo, não deixam de abrir a boca, para comer uma geléia “real”, que é fabricada pelas abelhas para alimentar, quem? A “rainha” das abelhas.

E os políticos em Brasília? São “regiamente” pagos com o suado dinheiro do contribuinte: salário de R$ 12.000,00 (pelo menos uns 17 anuais, quando há convocação “extraordinária”), passagens aéreas, contas telefônicas, selos (prá que selos, nesses tempos de Internet? Claro, ainda há “currais eleitorais” no interior, onde não há telefone, mas as cartas chegam lá), auxílio-moradia, auxílio-paletó, automóvel com motorista, vale-alimentação, jetons, diárias, verba para gabinete (para os “aspones” – assessores de porra nenhuma). Brasília pode ser considerada, do ponto de vista político, como a “rainha” da vadiagem, o expediente vai de 3ª a 5ª feira, e assim mesmo só quando há algo importante para votação no Congresso.

Em Brasília, há o “Rei” do Entulho, as céleres caçambas não deixam o lixo crescer nas calçadas. Paulo Coelho é o “rei” do esoterismo, a família Gaspareto são os “reis” e “rainhas” da auto-ajuda – no sentido estrito da palavra “auto-ajuda”, aquela que recheia as contas-correntes nos bancos...

FHC implantou um plano econômico que foi recebido como o derradeiro, para ingressarmos no Primeiro Mundo: o Plano “Real”. Mantendo artificialmente o câmbio, em paridade com o dólar, por longos 4 anos, até se reeleger, a dívida interna, que era de menos de 100 bilhões de “reais”, saltou ao final do Governo para mais de 800 bilhões. Hoje, pagamos, somente de juros, algo em torno de 100 bilhões de “reais”. O arrocho salarial e tributário é ainda maior no Governo Lula, para aumentar o caixa do “Fome Zero”, mais conhecido como “projeto chupim” (*). Enquanto isso, a classe média, que efetivamente segura as pontas e as contas deste País, está se tornando miserável – e tem gente que ainda não caiu na “real”.

Lampião era o “rei” da caatinga, Romário é o “rei” da praia, Guga o “rei” do saibro, Robinho o novo “rei” do Santos, Chitãozinho e Xororó os “reis” do breganejo, Xuxa a “rainha” dos baixinhos, já nesse “reinado” quase tanto tempo quanto a “Rainha” Elizabeth. O mesmo ocorre com o “rei” Roberto Carlos, que não quer passar o bastão “real” a ninguém.

ACM “reina” soberano na Bahia – e no Senado, apesar dos grampos telefônicos –, é o “rei-da-cocada-preta”, com Jorge Amado e Mãe Menininha do Gantois agora o aplaudindo no céu, e Dorival Caymi e todo o “seu” Estado aplaudindo-o na terra. O único apupo que ACM recebe é o da “companheira” Heloísa Helena, a “rainha” dos radicais livres, a “Passionária” do Planalto Central.

Lula, depois da posse, tem o “rei” na barriga – vocês viram como a pança aumentou? Seu prato principal é jabá com jerimum (carne seca com abóbora), por isso fala tanta abobrinha...

E o “reinado” do Corinthians, vai até quando? Eu, este ano, ando com o coração na mão: com um timinho que tem o meu querido Fluzão, dirigido por um canastrão fantasiado de técnico, o “Reinato” Gaúcho, o fantasma da segundona aparece novamente nas brumas das Laranjeiras.

Le lion c’est le “roi” des animaux. Tradução de vestibulando da UERJ: o lião ia urrá mais desainimô...

No jogo de xadrez, o “rei” quase não se move, coberto por pesada indumentária. Nada de machismo nesse jogo: a “rainha” é a peça mais poderosa, “reina” sobre o tabuleiro, podendo se movimentar em todas as direções, por quantas casas desimpedidas houver.

Foram três “reis” que ofereceram presentes ao “Menino-Rei”, Jesus Cristo: Gaspar, Baltasar e Melquior, fato até hoje comemorado no Brasil nas festas de “reisados”.

Maio, mês de alegria, mês da santificação de Santa Paulina – hoje faz um ano –, a primeira santa do Brasil. Maio, mês das noivas (elas ainda existem?), mês de Maria, mês do terço: viva a “Rainha” da Paz!


(*) A fêmea do chupim, um pássaro preto, costuma colocar seus ovos nos ninhos dos tico-ticos. Assim, o casal de tico-tico tem que se matar de tanto trabalhar, para arranjar comida para o filhote de chupim, que cresce rápido e logo fica o dobro do tamanho da “mãe” tico-tico. O mesmo ocorre no Brasil, quando a população, que cria com dificuldade seus dois ou três filhos, tem que tomar conta dos “chupins” dos outros, que não param de nascer – caso do “Fome Zero”.


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