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Conta-se que num reino distante, muito além da infinitude da nossa ingênua imaginação; uma raça de BOTOCUDOS era governada por um tirano FUCÉFALO e metido a intelectual. Não se sabe se, por bem ou por mal, aquele povo risonho e despido, quanto mais sofria e penava, quanto mais festejava o advento do carnaval.
- O carnaval: era uma festa pagã. Pagã e paga. Paga em moedas de coloração esverdeada-
Certo dia, cortando o céu anil de uma tarde de verão, surgiu uma águia que trazia no bico uma pena de um certo “Canarinho”, e, nas garras metálicas um dragão. A ave guerreira sobrevoou a praia encobertada por nádegas desnudas; posou no braço do crucifixo, e vociferou:
- Vim para ver meu filho. O filho amado que sempre honra a glória do seu Senhor. O filho, que, mesmo longe de meus olhos, nunca se esqueceu de curvar-se ante o poder bélico neoliberal e celestial. Graças à sua obediência sega; gigante me fiz, gigante sou, e gigante serei para sempre.
Ante o temor dessas soberanas palavras os tambores rufaram; o imperador dos botucudos escancarou as portas do Municipal, e a banda deu início ao baile de carnaval