Ritinha a formiguinha tinha acabado de ficar mocinha, tinha ganhado contornos arredondados e um belo corpo, era a sensação do formigueiro, todos os rapazes formigas, queria ficar com ela. Ritinha por sua vez não dava bola para nenhum, o coração de ritinha já tinha dono. Dona Clementina, a mãe de Ritinha já tinha notado que a filha vivia suspirando pelos cantos, e com a sua experiência de mãe já sabia, aquilo era paixonite da grossa... A Ritinha que até pouco tempo atrás era apenas uma formiguinha, agora era uma moça, e estava apaixonada. Perto dali, numa savana vivia o motivo dos suspiros de Ritinha: Meireles o elefante. O rapaz elefante era um bom animal, trabalhador, boa índole, e de excelente família. Ritinha e Meireles se conheceram num forró que ambos freqüentava, dançaram muitas vezes, ficara outras tantas, e acabaram firmando o namoro. Sem que ambos esperassem, aquilo que parecia brincadeira se tornou sério, e os dois se apaixonaram loucamente. Quando dona Clementina soube do namoro, ficou estupefata; Chegou a desmaiar, não era possível, com tantos rapazes bonitos no formigueiro, Ritinha tinha escolhido um elefante... Logo um elefante. Será que ela não via que esse amor era incompatível, eles pertenciam a espécies diferentes, alem do que, o tamanho do elefante iria ser muito incomodo na hora de dormir. Ritinha estava determinada, ela iria se casar com o elefante e nada nesse mundo iria impedi-la. Marcou um dia para sua família ir visitar a do elefante. Deveria ser o contrário, mas por motivos óbvios, o encontro seria na casa do noivo. Foi realizada uma grande festa no casamento da formiguinha e do elefante, as duas famílias estavam presentes. A família da formiguinha ficou num local reservado especialmente para eles, isso para evitar encontrões e pisões, alem do mais o pai do elefante sofria de alergia, e caso ele espirasse, poderia ser um desastre. A festa foi um sucesso, muitos comes e bebes, e dança até o amanhecer. Na hora da saída para a lua de mel, a mãe da formiguinha, chamou o elefante e disse: - Meireles, sei que você gosta da minha filha, mas esse casamento é uma loucura! Disse aflita. – Qual é seu grilo sogrinha? Falou o elefante meio de fogo. – Ela não vai te agüentar, você vai matá-la, ela é tão pequena, você tão grande. Falou dona Clementina quase chorando. – Agüenta sim sogrinha, a gente vai com calma, devagarzinho, com jeitinho, fique fria. Quando o carro foi partir, dona Clementina entrou escondida e ficou num cantinho, ela estava decidido a ir junto, caso desse algum problema ela queria estar por perto. Já no quarto os dois nubentes se prepararam para consumar o casamento, do lado de fora do quarto, estava a mãe preocupada. Só iria embora pela manha depois de ver se estava tudo bem. De repente ouviu-se um grande estrondo dentro do quarto do casal. Dona Clementina entrou por baixo da porta e encontrou o elefante chorando. - Eu não te falei que ela não agüentava com você? Eu avisei! Exclamou a mãe num misto de tristeza e raiva. O elefante aos prantos respondeu: - Agüentar, ela agüentou bem, estava indo as mil maravilhas, mas quando eu gozei, ela explodiu.