A respeito de algumas piadas que publiquei sobre os judeus, um tipinho me remeteu e-mail, ameaçando: “vamos encontrá-lo!”. Quase me senti na pele de Eichmann, o facínora nazista, que foi seqüestrado pelos judeus na Argentina e enforcado em Israel. Ora, todos os povos fazem piadas sobre si próprios, por que outros não o poderiam fazer também?
No Egito, é comum o povo fazer piada envolvendo seu maior rival da região, Israel. Mesmo tendo celebrado um acordo de paz, os vizinhos não se aturam, há pouquíssimo intercâmbio comercial e, cultural, nenhum. O turismo, que pendia mais a favor dos israelenses, que visitavam o Egito com mais freqüência do que os egípcios iam a Israel, esmoreceu depois que começou a Intifada, em 1987, e os atentados terroristas no Egito, a partir de 1992. Para os egípcios, Israel não existe. Nas cartilhas escolares os alunos aprendem que a Terra Santa se chama Palestina.
Uma piada egípcia: durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, um soldado egípcio avançava contra os israelenses no deserto do Sinai, dirigindo o tanque em marcha à ré. O comandante dos blindados quis saber por que o motorista agia daquela forma, ao que escutou: “É para fugir mais rápido quando os israelenses nos atacarem”...
Os judeus também gostam de fazer piadas sobre si mesmos. Especialmente quando o assunto é dinheiro. O mesmo vale para os árabes – afinal, são “brimos”. Não há nada de vexatório, nem pecaminoso em fazer dinheiro. Apenas prova que os descendentes de Abraão sabem fazer negócio.
No final da década de 1970, eu assisti a uma reunião do Congresso Mundial da Juventude judaica, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. A apresentadora era a atriz Berta Loran, de origem judia. (Me lembro que na ocasião paguei mico. A certa altura, alguém me cutucou, pedindo para me levantar: tinha começado a execução do hino nacional israelense e, distraído, eu estava falando, sentado, com uma amiga; pior, nem conhecia o hino...) Pois bem: Berta Loran também contou piadas sobre judeus. Uma delas eu gravei bem:
O presidente dos Estados Unidos se encontrou na Casa Branca com o presidente de Israel e propôs comprar o general Moshe Dayan, herói da Guerra dos Seis Dias. Os EUA haviam levado fumo na Guerra do Vietnã e o general judeu, com um olho só, via muito mais longe do que todos os generais americanos juntos.
O presidente israelense aceitou a proposta, desde que, em troca, os EUA lhe dessem três generais. Todo faceiro, o presidente dos States aceitou imediatamente e disse que iria chamar todos os seus generais, para que seu parceiro pudesse fazer a melhor escolha possível. O israelense respondeu:
- Não precisa. Eu já tenho o nome dos três generais que quero: General Motors, General Electric e General Foods...