Nos idos do início do século XX, antecipando-se à possibilidade de ficar sem condições de se contrapor a ataques inimigos, em determinadas épocas do ano, por falta de soldados, as autoridades governamentais, atentas e preocupadas, determinaram ao Exército Brasileiro que realizasse sua incorporação de recrutas em dois grupamentos no decorrer do ano de instrução.
Inicialmente, os grupamentos receberam os nomes de Ouro e Bromo. Ouro incorporava em janeiro e Bromo, em maio. Dizem as más línguas que foi em função do trabalho realizado com esse grupamento que surgiu o termo embromação. Algum estudioso e entusiasta de química, verificando a Tabela Periódica, passou a chamar as incorporações de Grupamento Au e Grupamento Br.
Foi um Deus nos acuda!
Os soldados de janeiro eram chamados de au-au, cachorrinhos, etcetera e tal; os de maio de nacionalista, frentistas, e por aí vai. Para acabar com o problema, estipulou-se: o Gpt OURO (Au) seria o A e o Bromo (Br) o B.
O Governo Lula, muito preocupado e, talvez, mais atento ainda, resolveu criar o GUPAMENTO Cobre (1), que passou a ser cognominado Grupamento C, composto por aqueles desempregados que não tinham conseguido, por intermédio da Ágora, uma vaga no programa Primeiro Emprego.
Quanto ao nome do Grupamento a incorporar em agosto, apuramos, nos bastidores da República, que houve muitas discussões palacianas a respeito do elemento químico que iria designá-lo. Uma corrente progressista queria que fosse atribuído o nome de Cúrio (2), em função de ter sido identificado há pouco tempo atrás; no entanto, não foi aceito, pois poderia ser confundido e ficaria muito ruim para o Governo Lula incorporar um Grupamento Curió.
Como tudo que atualmente acontece no País, aparece logo uma turminha boicotando a idéia do Sr Presidente da República, quase sempre, gente paga pela oposição. Vê-se, claramente, que estão querendo derrubar o homem. Vejam como esta oposição é demais! Acreditem! Dos elementos que se candidataram, em Brasília, ao projeto Primeiro Emprego (no Exército), dezoito por cento já tinham trabalhado antes, pois seus antecedentes criminais assim o comprovaram. Um dos jovens, além de ter passado por cinco empregos anteriores, já tinha contrato firmado com a Penitenciária da Papuda, onde exerceria uma função ligada a transporte, possivelmente fiscal de tráfego.
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Prezados leitores, pela minha ausência, as senhoras e os senhores podem estar achando que deixei de lado os trabalhos junto ao Fundo Nacional de Pensão dos Anistiados Políticos (FUNPAPOL). Negativo, estamos trabalhando mais do que nunca. Passo a descrever algumas ações do FUNPAPOL, ocorridas recentemente:
Foi com muito prazer que recebemos um sócio novo, embora já com setenta e oito anos, o jornalista Carlos Heitor Cony, vítima da ditadura (parece que algum gorila retirou dele um lápis de sobrancelha, que ele usava para escrever seus contos). A adesão do jornalista ao nosso fundo nos renderá, mensalmente, 10% dos R$ 19 mil, que ele, de maneira muito justa, amealhará até o final de seus dias. Isso sem contar com o percentual dos R$ 1.140.000, 00, que representam os atrasados de cinco anos. Isto sim é reforço de caixa!
Segundo informações da Comissão Especial de Anistia do Ministério da Justiça, que analisa os processos de indenização das vítimas do regime militar, o potencial de associados ao FUNPAPOL chega a 43 mil anistiados. Raciocinando com 10% dos quatro bilhões de reais previstos para o gasto inicial, vamos continuar estourando a boca do balão! Continuaremos sendo a melhor oferta de aplicação financeira no mercado.
Mais outra vitória da Assessoria Parlamentar do FUNPAPOL foi conseguir a aprovação da Lei 10.559, que isenta os anistiados de pagamento de impostos. Hoje estão nesse rol mais de quatro mil pessoas, que recebem pensão do governo federal, entre os quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras figuras proeminentes da República.
Nosso próximo passo será a revisão da pensão do nosso Presidente Lula, pois, caso o Zé Dirceu afaste-se do Governo, verificando que começou a dar água, nosso PR vai ficar mais uma vez desempregado, desta feita tendo que viver do seguro desemprego. Lula, embora tenha deixado de trabalhar há muito, não sabe nada sobre o assunto. Quanto será o seguro desemprego de um Presidente da República?
Outro proeminente combatente da liberdade, em breve, engrossará nossos quadros; é o novelista Aguinaldo Silva, que na década de 70 foi violentamente torturado na Ilha das Flores. Embora o local (flores) combinasse com ele, seus algozes colocaram-no numa cela feminina, fazendo com que o pobre preso fosse obrigado a conviver seus tristes dias com aquelas mocréias.
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Robalo I, o Beócio, grandioso monarca de Jacornelândia, a despeito do que diz a imprensa, tem procurado adquirir cultura. Depois de muito estudo, sabedor de que os grandes líderes cunham máximas para a posteridade, e espelhando-se em Luís XIV: “O Estado sou Eu”; Lênin: “O Estado somos nós”, Robalo I escreveu:
“O Estado somos eu e Jacornelândia é nóis!”
(*) Jacornélio é alquimista, reservista formado no Grupamento B e diretor–geral do Fundo Nacional de Pensão dos Anistiados Políticos (FUNPAPOL).
Revisão ortográfica (se houve): Paul Windows Word Spin, o gramático dorminhoco.
(1) Cobre (Cu): elemento de transição metálico marrom avermelhado. Z = 29, configuração eletrônica: [Ar] 4s1 3d10, MA = 63,546, d = 8,93 g.cm-3, PF = 1083,4ºC, PE = 2582ºC. O cobre é extraído há milhares de anos. Era conhecido dos romanos como cuprum, um nome ligado à Ilha de Chipre.
(2) Cúrio (Cm). Elemento metálico, radioativo, transurânico, pertencente ao grupo dos actinídeos. Z = 96; configuração eletrônica: [Rn]5f76d17s2; número de massa do isótopo mais estável=247; (meia vida = 1,64 x 107 anos); d(calculada) = 13,51g.cm-3; PF = 1340°C. Tem nove isótopos conhecidos. O elemento foi identificado pelo grupo de G. T. Seaborg em 1944 e produzido por L. B. Werner e I. Perlman em 1947 por bombardeamento de 241Am com nêutrons.
05 de agosto de 2004
E-mail: jacornélio_@hotmail.com e jacorneliomg@hotmail.com
