A gentileza de Armando obrigou-o a segurar com a mão a porta do elevador, ainda ao lado de fora, pois uma jovem e duas senhoras entraram na portaria. Já havia dado a vez a uma outra mulher que aguardava dentro daquele “veículo”.
Moderno, mas desregulado, o elevador começou a fechar a porta e Armando segurou firme na tentativa do êxito da sua gentileza. Deixou a porta se fechar, e assustado olhou para sua mão íntegra.
As “colegas de viagem” viram seu esforço ir por água abaixo, e a jovem disse, com educação:
- Isso é um perigo !
- É verdade. Concordou Armando, e prosseguiu:
- Como é que eu poderia contar até dez, daqui em diante ?!
As três esboçaram um ligeiro sorriso.
- Mas tudo bem, poderia ter sido uma tragédia.
- ?
- Já pensou se eu perdesse o dedo mindinho ?
- ?
- Barbudinho, gordinho e sem dedo mindinho não conseguiria mais continuar vivendo !
Uma das senhoras não suportou e disparou a rir sem parar, enquanto as outras juntamente com o porteiro gargalharam comedidamente.
- Eu conheço o senhor de algum lugar, mas não me lembro de onde. Disse a outra senhora sorrindo. E continuou:
- O senhor é sempre assim ?
De acordo com a já “estatística”, Armando respondeu:
- Sou, pois não posso mais chorar, senão desidrato, serei internado e precisarei tomar soro na veia. – Seria muito pior !