 Foi a quadra que adiante exponho, que tacitamente influenciou os "intelectuais", com raciocínio abaixo de pedra, a considerarem-na uma estrofe de valia menor e muito simples de lograr. Causa: hipócrita e covarde inquietação.
Ora apreciem lá, palavra por palavra, verso a verso, no contexto que envolve a regra da redondilha-maior, se estas duas estrofes são de valor menor. Apercebam-se sobretudo da poesia que o voo da mosca comporta e, logo adiante, como funciona o vocábulo "ladrão":
Uma mosca sem valor
Pousa c a mesma alegria
Na careca dum doutor
Como em qualquer porcaria !...
Agora, a quadra demolidora, que o preconceito dos "alibabás" votou ao banimento:
Sei que pareço um ladrão
Mas há muitos que conheço
Que não parecendo o que são
São aquilo qu eu pareço !...
António Aleixo
Como Cristo, querido Aleixo
Perdoa a crucificação
Ao meio de quem te deixo:
Do bom e do mau ladrão !...
No céu... Cede-lhes perdão
Mas na terra... Não e não !...
António Torre da Guia
PS = Bem, claro, Lula não roubou coisa alguma a alguém. Lula não tem fome nem dificuldades para dar "boa" educação aos filhos que tem. Quem "rouba", de facto, dois reis de mel coado, vai imediatamente para uma masmorra. Credo, Lula é um cidadão brasileiro "honesto". Ia lá o Brasil consentir que no cadeirão de Brasília se sentasse um "ladrão" qualquer. Por isso mesmo, como com estas coisas não se brinca, tem um ladrão a sério, um bom ladrão, um daqueles que nunca mais se extinguem. Com os "outros", podemos nós muitíssimo bem. |