Um cidadão entra na delegacia de polícia e dirige-se ao delegado de plantão:
- Vim entregar-me, cometi um crime e desde então não consigo viver em paz.
- Meu senhor, as leis aqui são muito severas e são cumpridas e se o senhor é mesmo culpado não haverá apelação nem dor de consciência que o livre da cadeia!
- Atropelei um petista na estrada.
- Ora meu amigo, como o senhor pode se culpar se estes petistas atravessam as ruas e as estradas a todo o momento.
- Mas ele estava no acostamento.
- Se estava no acostamento é porque queria atravessar; se não fosse o senhor seria outro qualquer.
- Mas não tive nem coragem de avisar a família daquele homem, sou um crápula!
- Meu amigo, se o senhor tivesse avisado haveria manifestação, repudio popular, passeata, CUT, MST, repressão, pancadaria e morreria muito mais gente. Acho até que o senhor é um pacifista, merece uma estátua.
- Eu enterrei o pobre homem ali mesmo, na beira da estrada.
- O senhor é um grande humanista, enterrar um petista, é um benfeitor, outro qualquer o abandonaria ali mesmo para ser comido por urubus e outros animais, provavelmente até hienas.
- Mas enquanto eu o enterrava, ele gritava: Estou vivo, estou vivo!