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Humor-->Banho "tcheco" -- 15/12/2006 - 20:43 (Jader Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Banho “tcheco”

O Ítalo Caetano foi, durante muitos anos, motorista de táxi. Nesse tempo ele levou e buscou diferentes pessoas nos mais improváveis lugares e fez sólidas amizades na profissão, inclusive com algumas mulheres da zona. Por uma dessas incríveis guinadas que a vida dá, acabou se casando com uma mulher ciumenta e foi obrigado deixar o serviço de que tanto gostava. Tornou-se propagandista e vendedor de laboratório, tendo trabalhado em apenas uma única empresa pelo resto da vida, na qual alcançou a merecida aposentadoria. Sua história é cheia de lances pitorescos e pretendo contar tudo em detalhes um dia. No momento importa explicar que, antes do advento da penicilina, as mulheres das antigas “zonas” —as chamadas “polacas”—, faziam a higiene íntima através do famoso “banho tcheco”, lavando as partes em grandes bacias com água morna temperada com anti-sépticos e desinfetantes coloridos. Entre outras substâncias, usavam o azul-de-metileno, o permanganato de potássio e a violeta de genciana. Esses sais eram um recurso rudimentar, porém poderoso, no mister de impedir o contágio por vários tipos de doenças venéreas. Essa prática era muito comum numa zona de prostituição aqui de Taubaté, a qual funcionava a todo vapor nas proximidades da antiga Vila Edmundo, com o sugestivo e nunca suficientemente explicada nome de “Tapacu”. O clima rolou febril no local até os idos de 1950.
Voltemos ao Ítalo. Ao abandonar a profissão de taxista, nosso herói jurou para a sua mulher que nunca mais poria os pés ali. Porém, como fizera amizade sólida com algumas mulheres do local, sempre que tinha um tempinho extra, dava uma escapada e passava por lá para revê-las. Era, afinal, uma simples amizade e nada havia de mal nisso. Certa tarde, Ítalo adiantou as suas visitas médicas programadas para o dia e retornou mais cedo de Campos do Jordão. Disfarçando para não ser reconhecido, estacionou o velho carro a uma boa e segura distância e esgueirou-se por uma das vielas do suspeitíssimo local. Pretendia matar a saudade de algumas velhas conhecidas.
De repente (ó azar!), uma janela do alto se abriu e uma bacia se agitou no espaço. Na seqüência trágica uma barragem hídrica e espumante veio do céu, trazendo consigo uma cachoeira de água roxa. O líquido séptico precipitou sobre a cabeça do nosso herói, encharcando sua roupa, ensopando tudo. Ele descobriu, mais tarde, que a desastrada autora da obra fora a “polaca” que mais admirava. Distraída, a traidora dispensara exatamente sobre ele a água usada no último e recém tomado “banho tcheco”.
O pobre Ítalo estava irremediavelmente perdido. Precisava retornar pra casa, mas agora vestia roupas molhadas, pintadas em cores góticas que variavam do azul-escuro ao roxo-esverdeado. Não era tempo de carnaval, nem noite de haloween, então como explicar o fato para a esposa ciumenta? Deve ter sido uma batalha...
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