Também quero ser quilombola! Também quero meu pedaço de terra!
No próximo verão, vou dar uma esticada até o Rio de Janeiro, pegar uma praia e ficar bem tostado, para entrar com processo de reivindicação de posse de terras quilombolas junto ao INCRA.
Para quem trabalhou no Campo de Provas da Marambaia durante 11 anos, você não acha que eu tenho direito de pedir meu pedaço de praia?
Explico:
No final da Restinga da Marambaia, que tem 48 km de extensão, fica o Pico da Marambaia, uma área de mata densa, com cachoeiras, sagüis e mãos-peladas. O acesso a este paraíso é feito por meio de barcas, a partir de Itacuruçá. Nessa região, existe uma base da Marinha do Brasil, onde FHC gostava de se refugiar nas férias - e Lula já imitou. Pois bem: um oficial da Marinha dessa base denunciou na TV, recentemente, que existe também uma "comunidade quilombola" na região.
Até aí tudo bem, eram meia dúzia de gatos pardos que se diziam quilombolas. O problema é que esses gatos pardos estão aumentando assustadoramente em número, todo mundo que pegou um bronzeado agora quer ser quilombola - com incentivo de sociólogos e antropólogos de araque.
Assim, por que eu, que trabalhei 11 anos na Restinga, na parte que pertence ao Exército, próximo a Barra de Guaratiba, não tenho também o direito de ganhar minha prainha?
Atenção sociólogos e antropólogos: até dezembro, estarei com a pele parda, queimada de sol...