Meu avô saía todas as manhãs para fazer sua caminhada e enquanto andava ia conversando com uns e outros, observando as pessoas e dando palpites que existiam aos montes em sua mente fértil.
Morava em um interior bravo, na Zona da Mata, onde se matava primeiro para saber depois de quem se tratava.
Apesar dos duros tempos, continuava o brincalhão de costume e não perdia a chance de fazer uma gozação com quem desse a brecha...
Foi numa dessas manhãs que ele passou frente à casa paroquial e viu a governanta que trabalhava lá. D. Maria, senhora gorda, lustrosa, solteirona, e já passada da hora de casar. Ao vê-la limpando as janelas do salão, meu avô cumprimentou-a efusivamente dizendo:
-Bom dia D. Maria! Está uma bela manhã, não?
Ela respondeu satisfeita com a atenção dispensada. E meu avô ao vê-la entusiasmada com a gentileza saiu-se com essa:
-D Maria! Ouvi dizer que o Padre da nossa paróquia vai deixar a batina para se casar com a senhora!
Entre horrorizada e deliciada ela imediatamente redargüiu:
-Que é isso seu Chico? Que blasfêmia! Cruz em credo! Ave Maria! QUEM ME DERA!...