Usina de Letras
Usina de Letras
134 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62816 )
Cartas ( 21343)
Contos (13289)
Cordel (10347)
Crônicas (22568)
Discursos (3245)
Ensaios - (10539)
Erótico (13585)
Frases (51207)
Humor (20118)
Infantil (5544)
Infanto Juvenil (4873)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1380)
Poesias (141095)
Redação (3341)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1965)
Textos Religiosos/Sermões (6300)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Humor-->UMA REZA EFICIENTE -- 15/04/2008 - 19:08 (ANGELA FARIA DE PAULA LIMA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



UMA REZA EFICIENTE


Fui uma menina magrela e muito ativa. Fugia de casa, roubava dinheiro do bolso do meu pai para comprar balas, saía com a molecada da rua para infernizar o pároco da igreja bem no centro da praça. Ninguém tinha coragem de tocar a campainha para chamá-lo então, punham-me à frente, e, audaciosa, eu estava sempre pronta para atazaná-lo e sair correndo, com a “gang” eufórica com o mal feito!

Tinha respostas prontas e inusitadas para qualquer tipo de pergunta e dava-as a quem perguntasse o que eu não desejava explicar.

As minhas molecagens eram quase sempre aparadas pelos policiais da delegacia local, pois, além dessa época ser muito mais pacata, meu pai era delegado e punha o destacamento a me procurar quando dava o sumiço!

Entretanto, tinha um medo enorme de cachorros. Não tenho idéia do tipo de trauma que provocou essa reação. Talvez nem seja trauma, mas a moda hoje é ligar tudo ao lado emocional. Daí...

Tive uma infância muito marcada pela presença do meu avô, figura disponível, contador de estórias sem fim, e de imaginação fertilíssima. Lembro-me muito de conversarmos e ele até acobertar algumas das minhas traquinagens!

Certa vez, estava tentando sair escondido da minha mãe, mas ao chegar à porta dei de cara com um cachorro, que, para mim, estava com ar feroz. No mesmo instante fui buscar a ajuda do meu avô, que se dispôs a calcular o perigo de uma possível saída naquela circunstância.
Ao avistar o cão magro e debilitado e perceber todo meu medo, resolveu ajudar-me com eficiência. Talvez desejasse que eu garantisse minha segurança para sempre conseguindo resolver esse meu medo.
Foi então que me perguntou se eu conhecia a “reza para espantar cachorro bravo”. Na inocência dos meus seis anos respondi-lhe que não. Ele disse que iria ensinar-me e a partir daí toda vez que avistasse um cachorro era só rezar e estaria completamente protegida!

Começou a desfiar extensa ladainha inventada naquele momento, deliciando-se com a minha total confiança na sua sabedoria de avô.

Ouvi tudo com a maior atenção e ao final da demonstração da prece perguntei ingenuamente:
-Mas vovô!...Se eu rezar direitinho posso sair sem medo?
Ele me assegurou que assim seria.

Enchi-me de coragem e já ia saindo, rezando o que me lembrava, quando meu avô deu-me seu último aviso:
- Ah... Esqueci-me de dizer-lhe que também deve levar aquele pau que está ali no canto!

Espantada perguntei:
-Mas a reza não funciona?

E ele, como sempre, imperturbável, me explicou:
-Reza é muito bom minha filha... Mas a gente deve sempre levar um pau, pois,

SE A REZA NÃO FUNCIONAR A GENTE “SENTA” O PAU!!!!!

Tenho usado esse fato através da minha vida como uma boa metáfora...


15/04/2008
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui