Zé do Jipe tinha uma fazenda distante sete léguas de Montes Claros e um jipe novinho, fabricado naquele mesmo ano - 1951.
Em seu tempo a luz elétrica era gerada por motores na maioria das pequenas cidades de Minas e apagava-se às 10 da noite, com um sinal de aviso, cinco minutos antes.
Quando Zé saiu da fazenda, já estava escuro. Rompeu estrada sozinho - não era homem de temer a nada. Aconteceu que ao entrar na cidade, a luz apagou. Eram dez da noite e já estava quase chegando em casa, só que, entrava pelo Bairro Morrinhos, onde havia um cemitério centenário, com muitos mortos enterrados, naturalmente.
Na esquina do cemitério, ao tentar romper um "areião", o jipe apagou. Tudo escuro - um breu.Zé desligou os faróis porque lhe disseram que se o carro não estiver funcionando, tem que desligar os faróis, senão a bateria descarrega.
Trepado no muro do cemitério, estava Catarino, o vigia, que ao ver a aflição de "seu" Zé, gritou: "Quer ajuda?...
Puft, Zé do Jipe desmaiou e foi levado nos braços, como morto, por Catarino, até o hospital no centro da cidade, uns dois quilômetro morro a baixo.