Meu irmão mais velho casou-se na família Santos, gente nascida na comunidade Coroatá que depois se mudou para os Picos. Um dos primeiros a procurar por melhores condições de vida na cidade foi Joaquim Rufino; mais tarde, ordenado padre, bispo e só não chegou ao papado por causa do Código Canônico que determina o afastamento compulsório do clérigo que completa 75 anos.
Entre os Santos estava a tia Maria do Céu, uma pessoa amada por toda família. Certo dia ou em um dia incerto, Maria adoeceu e foi hospitalizada. Naquela época, 1990 aproximadamente, minhas sobrinhas tinham 4 e 5 anos.
A mais velha recebeu um telefonema que a deixara apreensiva e muito triste.
- Alô, quem é – disse a menina.
- Aqui é do céu!
- Mamãe, mamãe, tia Maria morreu, já está ligando do céu.
- Que é isso, menina! Ela até já recebeu alta do hospital.
A mãe pega o telefone...
-Oi tia, que bom, a senhora não morreu!
- Você ficou louca, menina!
- Desculpe tia, desculpe. Eu não quis dizer isso.