Conta o mano Diassis que Luís “Que Certo” fizera 18 anos em 1940 e naquele mesmo ano, recebera um telegrama. Boa notícia não era. Não tinha nenhum parente rico morando em lugar distante que lhe pudesse deixar uma gorda herança. Todo seu povo era do Rodeador, situado às margens do rio Riachão, no município de Picos.
Luís partiu logo nas primeiras horas da segunda-feira, pois precisava apresentar-se no Rio de Janeiro, imediatamente. Antes,porém, tinha que vencer 49 km. a pé, a fim de buscar recursos financeiros em Picos, através do Cel. Francisco Santos. Mas, não se tratava exatamente de buscar recursos certos. Ia pedir dinheiro para a viagem.
- Coroné, fui chamado pra guerra...
- Pois vá, é sua obrigação.
- Mas eu queria um dinheiro pra viagem!
- Queria, então não quer mais...
E metendo a mão na algibeira, o coronel deu-lhe meia pataca. Era pouco, o suficiente para comprar uma cana na feira .
Triste, o “voluntário” da segunda guerra mundial aproximou-se do mercado público e comprou um pedaço de cana, descascou-a e passou a chupá-la. De cócoras como estava, ele viu diante de si um menino sem camisa, vestido numa calça de suspensório, suja. Era Bertim, filho do Coronel.
- Moço, me dê uma rodinha...
- Quer certo... e riscou com a ponta da faca um círculo no chão. Tome sua rodinha, meu fiii...