Meu pai foi juiz na minha cidade, na época em que havia apenas um juiz para tudo. Dá para imaginar a diversidade de casos engraçados que ele catalogou ao longo da sua atividade profissional.
Dos muitos fatos por ele relatados, conto para vocês um que me pareceu hilário.
Uma mulher muito humilde, moradora de uma região carente da nossa cidade, foi acusada de ter dado uma surra na suposta amante do seu marido. Ao interpelá-la meu pai tentava entender a real motivação do evento. E dizia:
-Minha senhora, ninguém pode agredir outra pessoa por ciúmes, como a senhora o fez! E se, de repente, a pessoa tiver sido alvo de boatos, como ficaria a sua consciência?
Após uns momentos continuou:
-Afinal de contas, como é a dita pessoa? Ela, por acaso, é bonita assim para causar tamanha raiva na senhora?
E ela, pensando em como responder, com a maior veracidade, ao juiz, responde singelamente: