Desde muito pequenino conto ao meu neto uma história inventada por mim.
Nela coloco ingredientes de contos de fada. O moto perpétuo se faz em torno de um menino chamado Artur e que era muito teimoso. Ele possui um pai, uma mãe, e uma “super-vovó-maravilha” que voa em uma vassoura e possui uma varinha de condão.
Quem seria essa avó incrível que vive tirando o menino Artur de todas as trapalhadas? Alguma dúvida?
Aproveito o bojo da história para repassar situações em que ele próprio possa experimentar algumas atitudes, por ele tomadas, e perceber, através da ótica fora de si mesmo, um comportamento que precisa ser revisto.
Assim que ele “pinta o sete”, saio imediatamente com uma história semelhante ao ato praticado.
E pergunto:
-Você acha isso bonito?
E ele imediatamente responde:
-Não!
Daí em diante, faço uma sabatina sobre comportamentos e deixo-o perceber na pele do outro, o dolo cometido.
Tem funcionado e eu ficava imaginando que passava despercebida a minha real intenção.
Até o dia em que ele entrou no banheiro, pegou uma pasta de dentes caríssima que a mãe havia comprado e passou na cara, saindo satisfeitíssimo para mostrar o “homem-fantasma” que ele havia criado.
Muito brava a mãe pegou-o pela mão para limpar a bagunça.
Foi quando, para minha surpresa, ainda ouvi-o dizer para mim, enquanto era arrastado:
-Vovó! Conta a história do menino Artur que mexeu na pasta de dentes e pintou a cara?...