Meu avô paterno era mesmo um grande gozador... Sempre bem humorado, contava suas mazelas como sendo uma grande piada!
Ria a mais não poder dos seus próprios azares, principalmente daqueles acontecidos antes da “surra” que levou e que o convenceu a parar de beber...
Foi nessa época ainda que, vez por outra, a dor de cabeça lhe tirava o sossego tanto quanto a “falação” de D. Rosinha, minha avó. Sempre que tomava um “traguinho” deixava na mesinha de cabeceira um comprimido para uma eventual dor de cabeça, caso ela aparecesse de madrugada. Usava esse expediente para não acordar a minha avó e não ter de levantar à noite, já que não havia luz elétrica naquela época...
Certa noite, ao se preparar para deitar, ao tirar sua cueca, o botão da mesma se soltou e caiu no chão. Imediatamente pegou-o e colocou na mesinha de cabeceira para não perdê-lo. Vestiu seu pijama, colocou a água e o comprimido lado a lado para uma possível necessidade, facilitando encontrá-los no escuro. Deitou-se e dormiu.
Madrugada alta, lá veio a dorzinha incomodando seu sono... Tateou com cuidado na mesinha ao lado, e pegou a água e o comprimido e tomou os dois. Esperou uns minutos, a dor foi cedendo conforme o esperado e novamente retornou ao “sono dos justos”. De manhã, ao acordar, foi pegar o botão para que minha avó o costurasse novamente. E qual não foi sua surpresa ao ver que o botão havia desaparecido, mas o comprimido continuava lá! Imediatamente compreendeu o que acontecera. Havia tomado o botão! Mas, como explicar o fim da dor de cabeça?
Rindo muito, encontrava com os amigos na rua e contava o que havia acontecido. E avisava sempre:
-O MELHOR REMÉDIO PARA DOR DE CABEÇA É UM BOTÃO! MAS OBSERVEM BEM... SÓ SERVE BOTÃO DE CUECA!