Namorar é muito bom!... Difícil, é acabar um namoro, ainda mais quando não existe nenhum motivo aparente, além da falta de tesão mesmo! Como explicar ao outro, sem ferir-lhe a suscetibilidade? É... Pois existe uma ética até para terminar um namoro. Nunca se sabe o futuro. E se amanhã baixar um arrependimento? E se mais tarde nos virmos dependentes daquela pessoa em qualquer outra situação? Não podemos simplesmente fechar a porta e deixar que o outro se dane. Só mesmo em casos graves se justifica uma ação intempestiva. Assim mesmo...
Foi o que aconteceu com meu irmão mais velho, quando namorava uma menina bonita, de boa estirpe, conhecida da nossa família e a quem, por isso mesmo, não deveria magoar. Mas não havia dado “pega” mesmo! Embora soubesse que ela estava apaixonada, ele não havia sentido a mesma atração! Estava “apertado” sem saber como resolver...
Devia ter de uns dezoito anos, e era um rapaz muito bonito. Quem o conheceu e tiver boa memória, por certo irá ratificar o que lhes conto. Estava no auge da popularidade, bem ao estilo da época, com aquele topete a Elvis Presley, boca carnuda e sensual, ciente e seguro do fascínio que exercia sobre as garotas. Portanto, não podia perder tempo!... A fila tinha que andar!...
Já havia tentado tudo para ver se ela desistia: dava “o bolo” nos encontros, atrasava, chegava mal vestido, dava desculpas para abreviar a conversa, e nada!... A paixão que ela sentia a fazia ignorar quaisquer detalhes!...
Já desesperado, tentou uma última “cartada” para ver-se livre do incômodo sem deixar vestígios de seu desinteresse... Foi quando, ao se encontrar com ela na Praça Central da cidade, convidou-a para sentarem em um banco do jardim. Lá pelas tantas, no meio de uma conversa, ele grunhiu algo ininteligível, rapidamente e em voz baixa. Qualquer coisa do tipo:
- Smvnfiromjinfkfoh;j.,shfun,gg;.lshfk!
E ela:
- O que foi que disse?
E ele:
- Dldoeiaysnfgp;hldkjueifkajdfhglohy;!
E ela:
-O quê? Não estou entendendo nada!...
No que ele imediatamente levantou, respondendo firmemente:
-Olha... Não vai dar mesmo... É melhor pararmos por aqui! Você...