Tenho duas filhas casadas, lindas e adoráveis. Mais ou menos como os filhos dos que me lêem... Mas como boa mãe, ainda acho que as minhas têm um quê que as diferenciam... para melhor! Desculpe a corujice, mas, dentro da mais alta filosofia, repito-lhes afirmação de grande “profundidade”: MÃE É MÃE!...
Ora!... Chego então à conclusão que, sendo boa mãe, devo ser de igual modo, uma boa sogra... Porém me abstenho de afirmar, pois meus genros são educados, gentis e desejo que permaneçam assim! Portanto, nada de tirar a limpo essa situação. Afinal, a dita filosofia nos diz também que SOGRA É SOGRA!... E ponto final!...
Pois bem, há seis anos escrevo meus versos. No princípio era para fazer a catarse dos meus sentimentos à medida que me organizava após uma separação matrimonial. Depois, fui gostando do que fazia, criando coragem para mostrar às amigas e a coisa foi crescendo de tal maneira, que, conta daqui, espalha-se dali, fui convidada para participar da Academia de Letras da minha cidade.
Fiquei super eufórica, como era de se esperar! E, não me contendo, liguei para minhas filhas contando a novidade. Elas se alegraram comigo e deram-me os parabéns! Ao voltar à serenidade, meu espírito altamente crítico e brincalhão, logo começou a imaginar um plano para fazer graça com os meus genros...
Liguei para eles e, a cada um, repeti a mesma fala. Inicialmente avisei que tinha duas notícias para dar e perguntei qual delas queriam ouvir primeiro – a boa ou a ruim-! Foram unânimes em escolher primeiro a boa notícia. Então lhes contei:
-Fui convidada para participar da Academia de Letras local!
Parabenizaram-me e, já conhecendo minha veia humorística, perguntaram:
-E qual é a má notícia?
Imediatamente respondi:
- A parte ruim da história é que os membros de uma Academia de Letras são Imortais! E...
UMA SOGRA IMORTAL DEVE SER UMA VERDADEIRA DESGRAÇA!
Dei até logo e nem esperei para saber a opinião deles!...