Podíamos acelerar nossos Mavericks pelas auto-estradas acima dos 120km/h sem nenhum risco e e não éramos multados por radares maliciosamente escondidos, mas não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos comprar armas e munições à vontade, pois o governo sabia quem era cidadão de bem,
quem era bandido e quem era terrorista, mas não podíamos falar mal do Presidente.
Podíamos paquerar a funcionária, a menina do contas a pagar ou a recepcionista sem correr o risco de sermos processados por “assédio sexual”, mas não podíamos falar mal do Presidente.
Não usávamos eufemismos hipócritas para fazer referências a raças (ei! negão!),
credos (esse crente aí!) ou preferências sexuais (fala! sua bicha!) e não éramos processados por “discriminação” por isso, mas não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos tomar nossa redentora cerveja no fim do expediente do trabalho para relaxar e dirigir o carro para casa, sem o risco de sermos jogados à vala da delinqüência, sendo preso por estar “alcoolizado”, mas não podíamos falar mal do Presidente.
Podíamos cortar a goiabeira do quintal, empesteada de taturanas, sem que isso constituísse crime ambiental, mas não podíamos falar mal do presidente.
Podíamos ir a qualquer bar ou boite, em qualquer bairro da cidade, de carro, de ônibus, de bicicleta ou a pé, sem nenhum medo de sermos assaltados, sequestrados ou assassinados,
mas não podíamos falar mal do presidente.
Hoje a única coisa que podemos fazer... é falar mal do presidente!
Mas que merda!
Obs.: Colaboração de meu primo Zeno Dagostin (F. Maier).