(Foto de Antônio Veloso. Anos 1960)
Contava Antônio Veloso que sua mãe Dona Naná, resolvera fazer uma festa no Mangai, distrito do município de São Francisco, outrora, mata virgem que tivera na pessoa do patriarca Juca Veloso, seu principal desbravador, mas o difícil era conseguir o santo.
A festa transcorreu com muita alegria, todas as jóias foram arrematadas e D. Naná escolheu um lugar seguro para guardar a imagem que havia tomado por empréstimo, colocou-a sobre uma mesa de quase três metros de comprimento por um e meio de largura. Era seguro ali... No dia seguinte, almoçaram na presença de São Benedito que permanecia em pé sobre a mesa, feito uma estátua.
Era visível a satisfação de Naná com presença do santo em sua casa e o resultado obtido no leilão, quase um conto réis. Tudo estaria muito bem se os restos de alimento que ficaram na mesa, não tivessem atraído o instinto de uma galinha de fartar-se com as sobras. Lá da cozinha, Naná grita: ”Corre, Antônio! Tange a galinha senão ela vai quebrar o santo”. Espantada a galinha patinou na mesa e foi de encontro à imagem que despencou no chão e quebrou o pescoço.
Como não dispunha de melhores recursos para restaurá-lo o próprio Antônio Veloso fez uma cola de grude ( goma de mandioca dissolvida em água e submetida ao fogo), colou o pescoço do santo com esse grude e levou de volta para dona Nazaré. Mal Antônio entregou a imagem, a dona, olhando a estatueta quebrada, exclamou:
-Será o Benedito! Pode levar essa porcaria quebrada de volta.
NA
Texto reelaborado pra nova postagem com foto.
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