GENI
Renato Ferraz
Geni Catanduva tem 47 anos de idade
É Filha única de um casal de agricultores
Mora em Minas, num sítio fora da cidade
E é uma jovem destemida, líder dos moradores.
O olhar de Geni esconde algo de misterioso.
Ela cuida dos pais que são idosos e doentes.
E administra o sítio que é algo muito trabalhoso
Mas é mulher decidida e independente
Veste-se de vaqueiro, coberta por um roupão
Por isso a um macho e fêmea ela é comparada
Mas basta olhar melhor pra tirar a conclusão
Parece com fuxico de alguma mulher enciumada
Geni acorda às 4h da manhã e já começa a trabalhar
Três trabalhadores lhe dão suporte no roçado
De tudo ela faz um pouco, além de comandar
A vida ali não dá folga, nem férias e nem feriado.
Ela é uma bela mulher de olhar penetrante,
Possui olhos conhecidos como devoradores
Há um feitiço por trás daquele olhar fulminante.
Que o digam os que desejam ser seus predadores
Tem lábios grossos e a boca bem desenhada,
os dentes grandes, bonitos, e o nariz afilado;
seu corpo invejável a faz ser bem observada.
Mas quem foi além, teve os órgãos arrancados
Ao canto da sereia o sorriso é comparado
Geni quase não sorri, ela é muito contida
A quem ela já sorriu, se sentiu privilegiado
Será pela dureza do seu estilo de vida?
O cabelo longo, só o solta em ocasiões especiais
Cobre o bumbum, que também é avantajado
Quem o vê, não se contém, quer ver algo mais
Mas esse assunto por enquanto não será abordado
.
Fala-se muito sobre os mistério a respeito daquela mulher
Dizem até que ela é compulsiva sexual
Embora Geni seja um ser como outro qualquer
Sente desejos, tem defeitos e quer ter uma vida normal
Por falar em desejos e em sentimentos
O assunto mais falado é sobre sua noite de prazer
Ela escolhe um amante para passarem bons momentos
Algo bem discreto que ninguém possa saber
Ha, no sítio, uma palhoça na parte alta
de onde a natureza oferece uma visão geral.
É ali onde o encontro estará na pauta
E a promessa é uma noite sensacional
Conta a lenda que seria uma noite de prazer
Um encontro casual, apimentado com bastante sedução.
Ela vestida com roupa transparente dá um chá para beber.
O ritual é à luz de velas, com muita emoção,
Enquanto o chá faz efeito começa a dançar.
Solta os cabelos, inicia a exibição
Não se sabe que hora vai iniciar nem acabar
Mas o convidado tem pressa para iniciar a sessão.
Tudo antes era combinado, ela a sua parte cumpriria
Prometia aquela noite de prazer e muita emoção
Se tudo desse certo, ninguém se arrependeria
Mas bastava sair dali que começava a falação.
Após o momento de recíproca satisfação
A surpresa, numa felina ela se transformava
Com as patas e a língua iniciava a demonstração
E o sujeito desesperado ou fugia ou desmaiava.
O que se conta sobre Geni, não há como comprovar
O ideal seria ouvir quem com ela conviveu
Seria importante sua história registrar
Mas não fala e nega tudo, o único que sobreviveu.
Uma agenda sua com anotações foi encontrada
Ela tinha o hábito de anotar tudo sobre o convidado
A maioria esteve ali por curiosidade e não fez nada.
Geni lamenta até o momento ainda não ter gozado
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