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Humor-->Ser Assaltado -- 14/09/2002 - 22:02 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MÃOS AO ALTO!!!





Nunca vi isso, o mundo está realmente TODO errado. Até as coisas mais óbvias estão sendo feitas da maneira errada, como os assaltos, por exemplo.
Não se fazem nem mais assaltos como os de antigamente.
Antes, já chegavam apontando a arma:

- Mãos ao alto! Vai tirando o dinheiro ou leva bala!

Hoje nem esse direito de sermos pressionados, aterrorizados e entrarmos em pânico nós temos mais. Corremos o mesmo, ou até mais perigo, mas não temos mais a emoção de presenciar aquela cena de filme, onde o meliante já chega "dando esparro" e botando medo em todo mundo.
Agora o ladrão chega "noiado", falando estranho e nem parece oferecer muito perigo, e esse é o problema...

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- É de graça sim Beto. Tem todo dia e...
- Ô véi, ô chegado!

"Ah não, pedinte agora não..."
Bom, Beto e eu estávamos indo para a UFMG, pois iam "passar" o filme "Clube da Luta" lá. De graça, que é logicamente o mais importante.
Estávamos na esquina da Avenida do Mineirão quando veio um cara todo sujo e... bem, falar que ele estava sujo seria bondoso de minha parte. No mínimo ele estava imundo, aliás, estava não, ERA imundo.
O cara, mais feio que meu p** de óculos e mais bêbado que um pinguim(?) veio na nossa direção e estendeu a mão enquanto falava algo em um idioma estranho, que me pareceu similar ao que o "Imothep" fala, no filme "A Múmia". Mas de vez em quando também lembrava o português.
Como ele era "um pouco" maior, não tive opção e encostei em sua mão nojenta.
Meu medo maior era que minha mão se desintegrasse após ou mesmo durante o toque, o que felizmente não ocorreu. Digo felizmente uma vez que fiz a besteira de "cumprimentá-lo" com a mão direita, a "mão boa". Se fosse com a esquerda, ao menos, não haveria muito problema, já que esta só serve para "ajeitar" coisas e segurar garrafas quando vou abrí-las.
Depois disso, o malandro desembestou a falar no idioma estranho, onde pude compreender que se tratava de um assalto. Ele disse que estava armado com um 32 e...

Foi então que parei de prestar atenção e me concentrei em meus pensamentos: "peraí! Existe alguma arma com tal calibre? Já ouvi falar no 38 e se não me engano no 22, mas 32 é novidade pra mim!"
Nessa hora me veio o ímpeto de parar tudo e falar: "ô véi, não, você não tem um 22 aí!"
Ainda bem que consegui me segurar e não disse isso, afinal, de tão noiado* que o cara estava era fácil dele confundir 38 com 32. Ou mesmo de existir tal arma, vai saber né...

* - drogado, viajando.

Voltando a cena, vi que ele ainda falava com meu amigo e pedia dois reais. Disse para que ficássemos calmos, mas com toda certeza do mundo estávamos mais calmos do que ele. Não sei nem o porquê, mas ficamos calmos tal qual os cangurus idiotas, que ficam parados quando os caçadores jogam a luz do farol do carro neles(nos cangurus).

Ele falava agora em um tom que tentava ser ameaçador, como quem diz: "se vocês não me derem dois reais, eu sento na calçada e choro..."

Mais uma vez, esqueci da situação e comecei a pensar como seria legal "responder" um cara desses. Algo do tipo:

- Fiquem calmos!
- Eu tô calmo, e você? Você tá calmo Beto?
- Tô sim.
- Bom, nós dois estamos calmos, resta agora saber se você está calmo e...

Imagina que sem noção! Das duas uma, ou o cara ia ficar confuso e sem saber o que fazer ou atirava em nós(caso estivesse armado, claro)...
Também seria legal fazer um cara desses de idiota, com brincadeiras como apontar para algum lugar atrás dele e perguntar o que é. Quando ele olhar, o pegamos pelas costas e batemos até matá-lo. Ou corremos. Ou esperamos ele virar e dizemos que não era nada...
Outra coisa bem legal seria fingir de doido. Ficar falando sozinho e fingir estar atormentado ou até mesmo possuído, para tentar assustar o ladrão.
O problema de todas essas coisas é que não se pode prever a reação de um cara desses, ainda mais quando ele está drogado.

Bom, só sei que quando "acordei" meu amigo estava me cutucando para irmos ver o filme. Perguntei onde estava o cara e meu amigo disse que ele havia ido embora após certificar-se de que não tínhamos qualquer dinheiro.
Vimos o filme(em pé), que por um acaso é muito doido(ah, o filme é que é doido, e não o fato de termos assistido em pé), e voltamos para nossas respectivas casas para retomarmos nossas pacatas vidas.
Eh, ser vítima de uma tentativa de assalto não é legal, mas pode até ser engraçado. Depois, claro...




Bruno Marcão 2002
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