“Maconha não faz mal à saúde, cigarro faz”. Com este slogan de campanha, o deputado do Partido Verde-Cannabis elegeu-se mais uma vez pelo Estado do Rio de Janeiro. Skankarado defensor da marafa, tem mais um dia de intenso trabalho na Câmara, para separar em saquinhos as diversas sementes geneticamente modificadas da “cannabis sativa”, recebidas da Holanda, a saber: k-2, b-52, viúva branca e dominadora negra.
(Como se sabe, com a liberação da maconha na Holanda, para venda em mais de 1500 cafés, o país produz atualmente 100 toneladas da erva, dos quais exporta 60, disputando com o Marrocos como o maior fornecedor da droga para a União Européia. O lucro das "exportações" da droga já supera o da tulipa. Lojas especializadas da Holanda vendem o “kit-maconha” para plantações em “hortas” nas garagens e salas (40 m² de área rende até 60 mil dólares - 3 vezes ao ano), que inclui: folheto de informações, sementes selecionadas, inseticidas e lâmpadas de grande intensidade de luz. A maconha holandesa, a nederwiet, tem THC que atinge 35%, 10 vezes mais forte que a maconha comum.)
Assim, depois de mais um duro dia de trabalho para separação das sementes recebidas no endereço do nosso respeitável Congresso Nacional, já exausto, à noitinha, nosso nobre Deputado pega sua bicicleta, companheira inseparável, mochila no lombo com as sementes e o “kit-maconha”, sai pedalando rapidamente até seu apê de altos teores.
Lá chegando, ainda mornolento sob o efeito da fumacinha teagacê, joga o paletó xadrez, as calças e a mochila com sementes de gererê sobre a cama e, só de cuecas de crochê, se pendura pelo nariz num cabide dentro do armário, onde fica em estado de alfa, enquanto rói um colete feito de cânhamo pendurado em outro cabide ao lado.