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Humor-->Larry Foster e o Senhor dos Anéis -- 04/01/2003 - 19:10 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Larry Foster 07+5

Larry Foster e o Senhor dos Anéis, dos Cartéis, dos Pastéis, dos Papéis, dos Fiéis...

A Utilidade do Anel



Agora que "ninguém" lembrava de muita coisa(depois da aparição dos Homens de terno Preto que fizeram com que todos esquecessem do que haviam visto no estádio de tetrisbol), provavelmente nunca viriam a saber de algumas coisas muito importantes.
Uma delas é que Valdemarte "era o lobo" que matou a vovó no "Larry Foster 07+3". Outra, é que o time Upa-Upa faltou àquele jogo[lembra um jogo contra a equipe de Larry em que eles(Upa-Upa) perderam por W.O.?] porque todos os jogadores haviam comido peixe no "rancho", e, por isso, passaram mal. Mais uma é que Valdemarte "era" o dono que fugiu da casa onde Larry estava morando. E ainda outra é que na floresta onde ninguém sabia exatamente o que havia, mas todos tinham medo de ir, na verdade existiam políticos e outras criaturas perigosas que influenciaram Valdemarte negativamente e o fizeram ficar mau.
Como eu sei disso?
Primeiro: eu faço a história.
Segundo: eu havia tido essas idéias pra explicar os fatos, mas não tive oportunidade nos outros textos, então resolvi colocá-las nesse.

Após sair do estádio com algumas vagas e estranhas lembranças e um pouco de dor de cabeça, Larry não sabia ao certo o que havia acontecido.
Sentindo-se realmente esquisito(mais do que o normal), Foster optou então por fazer uma viagem(no bom sentido) para tentar esquecer do pouco que se lembrava e tentar relaxar.
Pensou, pensou... para onde poderia ir?
Talvez para Springfield, Gotham City ou Townsville. Ou mesmo para Cicuta, criar tatus de Cicuta, dos quais fazem o famoso chicote de rabo de tatu de Cicuta. Ou talvez até para a... ah, deixa pra lá.
Decidiu então ir até a estação de trem para comprar um bode. E um bilhete de passagem, claro. Não achou o bode, mas o blilhete:

- É... qual é o mais longe que eu chego com dois reais*¹?

*¹ - dois reais é a "quantia única" que alguns amigos meu dizem que eu sempre tenho. E, pensando bem, talvez até faça algum sentido...

- Com dois reais? No máximo você compra um refrigerante naquela máquina ali...
- Um? O refri é dois reais naquela máquina?
- Na verdade não. É um real, mas ela sempre "engole" na primeira tentativa...
- Mas eu não quero um refrigerante, eu quero ir pra algum lugar.
- Com dois reais? Por quê você não vai pro inferno?
- "Se eu disser que já fui essa mulher vai rir de mim... e se disser que venci o Diabo aí é que ela me bate mesmo..."
- Ah, lembrei! Nós temos uma promoção: com dois reais você visita o melhor lugar do mundo! O mais seguro, organizado, limpo e bem cuidado! O Brasil!

Peraí, pára tudo! A mulher lembra sem mais nem menos de uma promoção? E desde quando existe promoção de viagem por dois reais? Eu desconfiaria...

- Olha, eu podia te processar agora mesmo por propaganda enganosa, mas vou aceitar sua oferta.

Observação: isso foi apenas uma "brincadeira", uma vez que eu gosto muito do meu país e não acho que outros lugares sejam muito melhores do que aqui. Mas que não é o lugar mais seguro, limpo e organizado do mundo, ah isso não é mesmo! Em segurança, até uma camisinha "Vamo trepá?" ganha. E em limpeza e organização, até um estádio de futebol em dia de jogo vence fácil.

Larry pegou o primeiro trem para o Brasil. Bom, se eu fosse(eu sou) mineiro, você poderia achar que ele pegou qualquer coisa, afinal, mineiro usa a palavra trem para qualquer coisa, menos para meio de transposrte, claro.
Mas no caso, por "increça que parível" ele realmente pegou um trem(locomotiva, transporte ferroviário).
O garoto acomodou-se em um vagão vazio no fundo e começou a observar a briga de dois ratos pelos restos de um terceiro no canto do vagão.
Põ, em uma promoção por dois reais você queria o quê?
Pouco tempo depois, entrou um rapaz:

- Jornal?
- Tipo de "folheto" informativo, com notícias em geral. Pode ser escrito, ou divulgado por algum outro meio de comunicação, como televisão, rádio ou internet. Sabia que primeiro foi feito em...
- Estou perguntando se quer um jornal.
- Ah, quero sim. É de graça, não é?
- É sim.

Foster pegou o jornal e começou a ler as notícias da capa: "Bando de gansos é visto voando para o sul. Extraterrestre de dedo gigantesco também é visto voando para o sul, em uma bicicleta. Aviões são vistos voando para o sul."

- Devem estar dando alguma coisa no sul... no bom sentido, claaaaaaaro...

Detalhe, é a primeira vez que eu faço uma piada questionando a masculinidade gaúcha sem ter essa prévia intenção.

Algumas páginas depois, entre a seção de "carros de dois reais" e o caderno dois(o que é o caderno dois?), Larry viu uma notícia interessante: "Seleção Brasileira vence a Alemanha e é Pentacampeã Mundial".
Foi só então que percebeu que o jornal era velho. Muito velho. Na verdade, mais velho que expressões e palavras como: "chuchu* beleza", "sacripantas", "chique 10", "zunar"(correr) e por aí vai...

* - Detalhe: agora que eu procurei no dicionário para ter certeza de como se escreve chuchu, achei aqui o que é um chouriço. Quem nunca ouviu a mãe dizer que algo é "chouriço com feitiço" quando indagada? Pois é, chouriço nada mais é que comida feita de sangue de porco e açúcar. Alguém aí já comeu isso???

- Agora começo a entender porque o jornal é de graça...

Quando já deixava o jornal de lado, em um banco, um velho entrou dizendo:

- Você deve deixar o trem nesse exato momento. Algo terrível está para lhe acontecer.

Larry então fez o óbvio. Não pensou duas vezes e saltou, pela janela, do trem em movimento e...
Claro que eu estou brincando. Quem faria isso? Ninguém seria tão idiota. Se bem que eu posso estar ofendendo alguém que faria isso se estivesse no lugar do garoto. Como você, estou certo? Com certeza você pensou em pular do trem... são coisas óbvias. Eu pensei...
Por exemplo, se eu disser que é impossível lamber o próprio cotovelo, você provavelmente vai tentar fazer isso...
Mas como isso não tem nada a ver, vamos nos concentrar na história.
Você tentou lamber o cotovelo, não tentou?
Pode falar, "eu falaria"...

O garoto Foster continuou olhando perplexo para o velho, que acrescentou:

- Você é Larry Foster, não é?
- Como sabe disso? Pela cicatriz?

O velho então, apontou para a mala de Larry onde havia a inscrição: "Larry Foster".

- Ah, isso explica. Mas que viagem é essa de que "algo terrível está para me acontecer"?
- Você não soube?
- Não. De quê?
- Não te contaram?
- Não!
- Mas, ninguém te disse?
- Não...
- Não lhe...
- Ahhh! Vai contar ou não?
- Você não leu o jornal não?
- Li, mas era um jornal antigo.
- Ah, o garoto do jornal adora fazer isso. A maioria nem repara. Toma esse jornal aqui então.
- Hum, "maníaco do parque é preso"... esse é recente né?
- Só estava te testando, calma... mas você realmente não ficou sabendo? O "Senhor dos Anéis" fuigiu...
- Senhor dos Anéis? Que p**** é essa?
- Você não sabe?
- Não...
- Não te disseram?
- Ahhhhh!
- Tá bom, tá bom, vou contar a história desde o começo então. Há muitos e muitos anos, uma pessoa comandava toda a rota de "Milhopã falsificado" que entrava nas Baixas, Médias e Altas Terras. "Ele" possuía portanto, súditos fiéis em todos os lugares possíveis. Para afirmar seu imenso poder diante de todos, ele fez alguns anéis. Sete, para ser mais preciso.
- Anéis? Como assim?
- Anel: pequena tira circular, geralmente de metal, simples ou com engaste de pedras preciosas, esmalte, etc., usada nos dedos como adorno ou símbolo.
- Eu sei o que é um anel!
- Então por que perguntou?
- Deixa... mas qual é o nome "dele"?
- Seu nome é Fernando. "Fernandinho Beira-Mar-Ginal" é como é conhecido.
- Estranho, acho que já ouvi esse nome... deve ser impressão.
- Bom, continuando a história. Ele fez seis anéis de massinha de modelar e um de massinha com "cobertura" de geléinha. Esse "um", ficaria com ele, e comandaria todos os outros. Os seis restantes, foram distribuidos a seis pessoas de sua confiança. Os que receberam um anel, foram nomeados:
* Senhor dos Pastéis, o que comandava o tráfico de pastéis de "nada com coisa nenhuma";
* Senhor dos Papéis, o que comandava o tráfico de papel-de-seda falsificado para crianças em porta de escola;
* Senhor dos Cartéis, o que montava, organizava e combinava os preços de produtos tabelados(tabelados, entendeu?);
* Senhor dos Motéis, o que dirigia uma rede de motéis cujos quartos eram monitorados, e as fitas feitas, vendidas;
* Senhor dos Fiéis, um pastor que enganava milhares de pessoas através da fé das mesmas e ainda chutava imagens de santos;
* e o Senhor dos Infiéis, que mandava em todos aqueles que não acreditavam em nada e...

- Zzzzzz...
- Não acredito que você dormiu!
- Calma, tava só brincando. Mas onde eu entro nessa história?
- Você não é Larry Foster? O que derrotou Valdemarte?
- Valdemarte? Como você sabe disso?

Novamente apontou para a mala de Larry onde estava escrito: "Larry Foster. Sim, o que derrotou Valdemarte".

- É, acho que tenho que tirar alguns adesivos da minha mala...
- Pois é, eu acho que você seria capaz de derrotar o Senhor dos Anéis, ainda mais agora, que ele não tem mais o "Um" anel em suas mãos...
- Não tem? Por quê?
- Porque ele perdeu o anel! Tem cabimento? Vai ser burro assim lá na China*...

* - Por que será que dizem isso? Não eram os portugueses que tinham fama de serem desprovidos de inteligência? Ou será que a idéia disso é só mandar os burros pra longe? Seria tipo uma idéia de sociedade "utópica", sem ignorantes, formada apenas por super-homens-intelectuais? Vai saber né...

- É, realmente para perder algo tão importante tem que ser bem ignorante... por falar nisso, onde foi que guardei minha passagem?

Nisso, chega o "trocador" do trem pedindo as passagens. O velho já estava até tirando onda com a cara de Larry, quando este encontrou o bilhete, provando que de burro só tem a cara mesmo.

- Eu tô ouvindo isso, viu?

Ah, senhor Larry, não sabia que estava prestando atenção na minha narração, desculpa... isso não vai se repetir.

- É melhor pra você mesmo.

O velho continuou a conversar com o garoto por algum tempo. Larry nem estava prestando muita atenção, mas quando começou a falar da Arca de Noé, achou que a conversa pudesse tornar-se interessante...

- Pensa bem, meu filho, você acredita nessas história bíblicas?
- Só quando faz sentido, como na história do camarada qua bateu o cajado no chão e o mar abriu-se para ele passar com "seu" povo. (?)
- Eu estava reparando, o povo daquela época devia "puxar um doido" do forte, não é? Pensa só: o cara recebe um aviso divino, onde Deus fala que cismou de acabar com a porra toda, e, por isso, constrói um grande barco. À partir de então, sai à procura de um casal de cada "tipo" de animal.

" - Vamos lá Seu Rinoceronte! Pega a Dona Rinoceronta e vamos para a arca, porque Deus me avisou que haverá um dilúvio de quarenta dias e quarenta noites, e se ficar aqui você vai morrer...
- Qual é Senhor Leão, vai criar caso só porque não vai poder traçar todas as leoas da arca, porque a única que vai estar lá é sua mulher?
- Pô Dona Girafa, pensa bem, você vai ter uma vista privilegiada..."

- Fala que um cara desses não estava doidão quando disse que fez isso?

Nisso, Larry já estava "rachando os bico"...

- Sem falar da história dos pescadores que viram um cara andar sobre as águas e ainda multiplicar os peixes. Ninguém nunca acredita em história de pescador! Quando os caras falam que pegaram um peixe grande, ninguém acredita, mas quando falam que um cara andou em cima da água do mar todo mundo acredita e fazem até um livro com isso?
- Pois é. Tem um povo também que diz ter visto um cara fazer uns milagres, não é?
- É mesmo. Tô dizendo, esse povo devia beber igual gambá...
- É, naquela época eles já deviam conhecer altas plantas e ervas alucinógenas... mas voltando ao assunto, ainda não entendi onde eu entro na história dos anéis.
- Anéis? Que anéis?
- Do Senhor dos Anéis, do qual você falou aí...
- Eu???
- Ai ai, além de tudo é caduco...
- Maluco é a seu avô!
- E ainda é surdo...
- "Curdo" é você!
- Ai ai...
- Mas e aí, você vai ou não vai ajudar?
- Ajudar?
- Nossa, dessa idade e com a memória tão ruim... ajudar a derrotar o Senhor dos Anéis!
- Mas era isso que eu estava perguntando agora e... ah, deixa pra lá. Tá, eu ajudo, mas o que eu tenho que fazer?
- Encontrar o Um anel. The ring must be destroyed(o anel deve ser destruído). Mas é claro que se você o encontrar irá usar em proveito próprio. Eu faria isso...
- É, vou ver o que posso fazer...

Como num filme, nesse momento o trem chegou ao lugar onde Larry iria descer. Ele levantou-se, pegou a mala(no caso, a bagagem, e não o velho com quem estava conversando) e saiu do trem. Olhou para os dois lados antes de atravessar o trilho dos trens e andou em direção às escadas.
As escadas "iam" para a rua, onde Foster assustou com o que viu.
Não haviam jacarés nas ruas! Nem macacos nas árvores, nem mato pra todo lado e nem o Zé carioca!
Descobriu nessa hora que tudo o que sempre soube sobre o Basil estava errado. E um cara que passava na rua ainda lhe disse que Papai Noel não existia, mas Larry é esperto demais para acreditar em tamanha baboseira.
Andou um pouco e parou na beira de uma praia[é, como em todo filme(exceto algum sobre o descobrimento do Brasil), Larry chegou no Rio de Janeiro] para observar.
Não vou nem expressar minha opinião sobre o Rio e os cariocas(não todos), mas só escolhi esse lugar porque é o melhor e talvez o único pra rolar um tiroteio em plena luz do dia como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Larry ouviu uma derrapada de carro e quando virou-se viu uma caminhonete em alta velocidade. Já se preparava para tirar uma foto quando reparou que havia um cara na janela com uma arma. Ele começou a disparar na direção do garoto, que escondeu-se atrás de uma cabine telefônica com laterais de vidro.
A caminhonete parou e atirou até acabar a munição. Como nos filmes, nenhum tiro acertou o garoto, exceto por um, que parou em uma maquete do "Mineirão"(?) que ele carregava no bolso.
Não sabia ao certo o que havia acontecido quando arrancaram com a caminhonete e foram embora, mas sabia que coisa boa não era.
Resolveu dar uma volta pela cidade e viu uma placa estranha: "Papéis por aqui", acompanhada de uma seta.
Isso o fez lembrar de um dos Senhores que o velho havia falado, o Senhor dos Papéis.
Porém, do outro lado da rua havia uma outra placa: Casa de "massagens". Com aspas na palavra massagens mesmo.
Agora enfrentava uma dúvida cruel, ia em frente e procurava o primeiro Senhor ou parava pra "comer" alguma coisa na Casa? Afinal, não é possível que não houvesse uma lanchonete lá dentro.
Entre a obrigação e o dever, digo, lazer, o garoto optou pelo velho ditado: primeiro a obrigação, depois a diversão, mas não necessariamente nessa ordem.
Entrou na casa de massagens e foi logo recebido por uma linda mulher:

- Larry Foster? Garotas, temos um convidado ilustre aqui!
- Mas ele é tão novo madame, será que ele pode...? disse uma das garotas.
- Claro que pode, essa juventude começa cedo...
- Tudo bem então. Venha comigo, Foster...

O garoto não entendeu muita coisa, mas seguiu a mulher, que por sinal era muito BOA pessoa. Ah, coloquei o boa em maiúsculas porque achei que nem todo mundo fosse entender a piada.
Chegaram em um cômodo e ela pediu para que o garoto ficasse à vontade, enquanto iria se preparar.
Foster sentou-se em uma cadeira e depois de algum tempo ela voltou(a mulher, não a cadeira) e mandou o garoto deitar.

- Vai ser uma experiência inesquecível para você.

E começou... aperta daqui, põe a mão e esfrega.

- Hummm... com mais força!
- Se doer você fala.
- Não, pára, não pára!

Ela fez de tudo até ele não aguentar mais. Larry já estava até acendendo um cigarro quando lembrou-se que não fuma.

- E então, foi bom pra você?
- Nossa, foi a melhor massagem que já fizeram em mim. Minha coluna está perfeita e me sinto como novo.
- Mas você É novo.
- Ah é...

Eles conversaram por um tempo e o garoto já estava indo embora quando deixou o dinheiro na mesinha, mas foi impedido pela garota:

- O que é isso, me recuso a cobrar de um cliente tão especial...
- Mas eu faço questão.
- Nada feito, eu é que faço questão.
- Vamos combinar então, você me dá uma informação e eu te recompenso por ela, certo?
- Assim pode ser.
- Você por um acaso conhece esse bode? - e mostrou uma foto de um bode, que sabe-se lá como ele conseguiu.
- Não, mas pra quê você quer achar um bode?
- Pra nada. O que eu queria realmente perguntar é se você sabe algo sobre o Senhor dos Anéis.
- Senhor dos Anéis? Não me diga que você está atrás dele?
- Não, eu perguntei mas na verdade eu não estou procurando ele não. Só estava curioso para saber se você sabe algo e... claro que estou!
- Bom, tudo o que eu sei é que ele...

E a mulher repetiu toda a história que o velho contou no trem, deixando Larry entediado. Este, resolveu então ir embora atrás do "dos Papéis", mas antes de sair, a garota pegou um candelabro e tentou golpeá-lo. Provavelmente porque ela está envolvida em todo o esquema e foi orientada a matar todo aquele que perguntar demais. Mas, em uma cena clássica de filme de comédia, Foster abaixou-se bem na hora para pegar algo brilhante no chão, acertando-a na barriga.
Quando levantou-se, viu a garota tentando acertá-lo e saiu em disparada, não tendo tempo para observar o que acabara de encontrar.
Ao sair, deparou-se com um bicho estranho no chão, mas não deu-lhe muita importância. Correu para onde indicava a placa qua havia visto anteriomente.
Era uma subida estranha e pequena, que parecia ir na direção de um favela. Haviam muitas pessoas mal encaradas no caminho e mais alguns bichos iguais ao que viu ao sair da "casa".
Mais acima, foi barrado por um grupo de pessoas estranhas, que perguntaram o que ele fazia alí.

- Procuro por um tal de Senhor dos Papéis.

Nisso todos começaram a rir.

- Acho que você está meio por fora cara.
- Por quê?
- Não ficou sabendo?
- Não.
- Não te contaram?
- Não...
- Mas ninguém te...
- Não! E você vai contar ou não?
- Contar o quê?
- O que aconteceu.
- Com quem?
- Ai, mas eu só encontro maluco...
- Eu hein, você parece doido. Eu ia te contar um negócio mas você fica ai resmungando... bom, de qualquer maneira, a parada é que o Senhor dos Papéis já era cara. O negócio dele foi pro saco por causa desses bichinhos.

E disse isso apontando pro chão, onde estava pasando uma fileira daqueles mesmos bichos que o garoto havia visto anteriormente.

- Mas que bichos são esses??? perguntou Larry.
- Bom, pra começar, o Senhor dos Papéis possuía todo um comércio organizado de papelotes de droga em porta de escolas. Esses bichos são os "terríveis-monstrinhos-comedores-de-papel-de-seda que-moravam-no-centro-da-Terra-mas-que-vieram-para-a-superfície-porque-o-negócio-de-pedras-estava em-decadência".
- Ah, entendi. Então os "terríveis-monstrinhos-comedores-de-papel-de-seda-que-moravam-no-centro da-Terra-mas-que-vieram-para-a-superfície-porque-o-negócio-de-pedras-estava em-decadência" são apenas bichos que comem papel de seda(como o próprio nome diz), e, como os papelotes de droga são enrolados em papel de seda...
- Isso mesmo. E com o fim do tráfico, o Senhor perdeu todo o poder que tinha aqui...
- E agora quem manda aqui na área? Além dos "terríveis-monstrinhos-comedores-de-papel-de-seda que-moravam-no-centro-da-Terra-mas-que-vieram-para-a-superfície-porque-o-negócio-de-pedras-estava em-decadência", claro...
- Quem manda agora é um tal de "Pateta". Ele e seus dois irmãos: "Centauro" e "Cinval".
- Ah, então é por isso que tem "PCC" em todos os muros daqui?
- É sim.
- Bom, valeu então cara. Já vou indo.

O garoto ia saindo quando fecharam sua passagem.

- Infelizmente não podemos deixar, porque agora você sabe demais.
- Por um acaso vocês sabem quem sou eu? Eu sou o famoso Larry Foster. O que derrotou Valdemarte!
- Hahahaha! Você é o quinto só nessa semana que tenta se passar por ele...
- Mas eu sou Larry Foster! - e, ao dizer isso, mostrou a cicatriz.

Todos ficaram chocados e estarrecidos...

- Desculpe senhor Larry, mas mesmo assim não podemos deixar você ir...
- Não sem nos dar um autógrafo!
- Ah, bom, se é assim...

O garoto autografou bonés, camisetas, rifles, caixas de cigarro... colocou seu nome em tudo que eles tinham lá na hora.
Bom, foi um saco, mas ainda era melhor que ter que brigar com sete pessoas ao mesmo tempo...
Quando ia saindo, Larry ainda ouviu:

- Olha os objetos autografados pelo Larry Foster! Tem camisa, tem boné, tem cigarro... Tem de tudo e de todos os preços!

O garoto se foi, mas imaginando o lucro que teria se propusesse uma sociedade a eles... se é que eles saberiam o que é uma sociedade... se é que aceitariam tal proposição... se é que...
Ah, Chega!

Mas agora, ele tinha algo mais importante a fazer: encontrar o tal bode que ele tanto procura desde o começo da história.
Por falar nisso, você deve estar se peguntando que bode é esse e porque é que Larry o está procurando, certo? Bom, se não estava se perguntando, agora está. E isso é bom, porque eu até poderia explicar, mas aí perderia a graça da história, já que ele tem fundamental importância no desfecho da mesma, e aí você não ficaria curioso, pois saberia que o bode é que... acho melhor eu parar, né?
Se bem que eu não posso falar qual o sentido do bode agora não, mesmo porquê, eu ainda não sei qual é...




FIM DO CAPÍTULO: "A Utilidade do Anel", agora que você já sabe a utilidade do anel e... espera... você já sabe a utilidade do anel? Eu já expliquei isso? Acho que não...

Bruno Marcão - dezembro 2002
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