Ontem, vi vampiro-fantasma.
Alto, magro e banguela.
Gargalhei! Que criatura singela
querendo sugar o meu plasma.
Ontem vi um fantasma-vampiro,
manga do smoking no meio da braço.
Credo!... Como era um fracasso,
o fantasma ao qual eu me refiro.
Ontem vi um vampiro-fantasma
como mendigo mal vestido,
tão fraco e subnutrido...
O pobre até sofria de asma.
Ontem vi um fantasma-vampiro
pelas ruas da Candanga-favela
à cata de alguma donzela,
que com medo fugia em retiro.
Ontem um vampiro-fantasma vi,
fruto da minha mente suponho,
talvez o brinquedo dos meus sonhos
com o qual pela noite me diverti.
Ontem como fantasma-vampiro reinei.
Mas foi curto o meu reinado,
hoje eu achei até engraçado
quando caindo da cama acordei. |