Ronande, primogênito de uma família de classe média, ganhou um lindo carneirinho de presente do seu padrinho de batismo. Adorou. Era de ver-se o garoto de quatro anos, feliz da vida, afagando o animalzinho.
Ninguém falou para ele que alisar a cabeça do carneiro significava, por instinto da espéciem ensiná-lo a dar marradas.
Passaram-se dois meses e o carneiro cresceu.
Um belo dia, desavisado, o garoto achegou-se ao seu animal de estimação e procurou afagar a cabeça do ovino.
Inesperadamente, o animal, por instinto, deu-lhe uma brutal marrada no estômago.
Ronande caiu sem fala, sofrido pela dor intensa e pela amarga decepção.
O pai, ao saber do acontecido, mandou matar o animal que se tornara inamistoso para conviver com o garoto.
Daquele dia em diante, marcado pela experiência negativa, Ronande nunca mais aproximou-se de carneiros e reluta em comer a carne de ovinos sempre que lhe é oferecida.
Na vida, vezes sem conta, nós nos deparamos com pessoas que nós afagamos e enchemos de carinho, talvez exagerado e, um belo dia, sem que possamos entender por que, tal como o caerneirinho de Ronande, partem para nos dar marradas violentas e inexplicáveis.
Portanto, devemos estar preparados para os embates e para as deslealdades. Nem sempre o que damos para um certo alguém em doses de carinho e de afeto nós receberemos no mesmo diapasão.