Serafina era meia diferente...
Vestia-se como um corvo...
Durante o dia andava normalmente...
Por onde ela passava às pessoas comentavam...
mas, ninguém desconfiava,
quê, ela guardava um grande segredo...
Um dia:
quando da padaria voltava,
ainda muito distante da sua casa,
viu uma menina malcriada,
na rua fazia pirraça...
Com à avó na loja de enfeites não queria entrar.
E começou a gritar!
Não entro, não entro e não entro!
E ninguém vai me obrigar.
Neste instante:
vinha vindo a Serafina...
Quando a vovó falou...
Tudo bem se você não quiser entrar?
Pode ficar...
mas, cuidado com a bruxa!
Prá surpresa das duas...
A tudo Serafina escutou...
E ali mesmo, tentando ajudar a pobre senhora,
abordou a menina, dizendo-lhe:
É verdade que existem bruxas!
Muito prazer, eu sou a bruxinha Serafina...
A menina não acreditou,
e pós-se a ri!
Ah! Então você não acredita?
Vou te mostrar uma coisa...
Fixou o olhar e perguntou-lhe,
O que você acha que uma bruxa tem?
A menina meia assustada:
Uma vassoura para voar, ou uma verruga para assustar?
Isso mesmo, respondeu-lhe Serafina...
Mas você não tem nenhuma?
Ah! Tenho sim!
Você quer ver?
Espera um pouquinho que eu vou te mostrar...
Tenho uma verruga bem em baixo do meu braço...
De dia ela fica escondida prá ninguém ver...
Se eu andar com ela na ponta do nariz...
Não poderia sair de casa...
Só à noite é que ela volta pró lugar...
E a garotinha muito pirracenta,
cruza os braços,
fincou o pé,
faz um bico
E diz,
quero ver quem vai me obrigar!
Serafina vendo a birra da menina...
Então tá:
Abaixa o decote do vestido,
descobrindo o ombro,
E não é que era mesmo verdade?
Ela tinha uma verruga embaixo do braço.
A garotinha mais que depressa,
desesperada e por engano,
pula no colo de Serafina,
á vovó corre e abraça a menina.
Sem olhar para trás, vai indo,
de tão feliz por alguém lhe ajudar,
a não passar por mentirosa...
Esquece de agradecer...
Lá adiante acena com a mão da um tchau e vai embora.
A menina diz para sua mãe...
MÃE, MÃE Ô MÃÃÃÃE,
tá vendo aquela mulher, com cara de menina?
Ela a bruxa Serafina!
Pernas e asas de cobra...
Pelos de ratos...
Rabo de formiga...
Unha de lagartixa...
Caspa de gambá...
Nenhuma dessas porções ela tinha...
Pois esta bruxa era boazinha.
Ah! à vassoura?
Havia quebrado,
e ela jogou-a no lixo!
Porque?
Bruxa moderna anda é de eclipse.
FIN.
