A árvore de Natal mágica
Maria Rita desde menina era tecelã e naquela noite de Natal estava muito triste. Encolhida num canto, do único quarto da casinha muito pobre em que vivia, ela olhava para as três filhas pequenas que dormiam juntinhas para se aquecerem do frio intenso que fazia. Estavam cobertas por uma manta surrada e puída que era a única que tinham ali.
Sentia-se cansada com a vida que levava, com a miséria existente nela, com o sofrimento das pessoas que amava e com o seu próprio.
Aquele havia sido um ano muito difícil e seu marido não arranjara trabalho durante ele todo. Não tinham o que comer naquela noite e o seu tear estava encostado em um canto porque não havia nem um pedaço de linha para tecer alguma coisa.
De seus olhos escorreram duas lágrimas grossas que rolaram por suas faces e caíram. Antes de chegar ao chão uma delas começou a flutuar e a inchar, formando uma bolha. Dentro dela uma pequenina árvore seca tomou forma e ela tinha, no lugar de bolinhas coloridas e enfeites, pequeninos pedaços de fios de todas as cores.
Ela caminhou encantada para aquela visão mágica e com as pontas dos dedos segurou um pedacinho de fio branco, que pendia na arvorezinha, e o puxou. Ele não arrebentou, aumentou de tamanho como se deslizasse de um novelo que havia dentro do pequeno galho.
A tecelã o prendeu em seu tear e pouco depois havia tecido uma grande peça de um tecido muito alvo. Com ele fez roupas novas para as filhas, para o marido e para ela mesma.
Pegou outro dos fios e com esse teceu uma outra peça cheia de cores com a qual ela fez cortinas, lençóis, toalhas e deixou a sua casinha humilde maravilhosa e cheia de vida.
Já era quase meia noite quando o seu marido chegou. Tinha passado o dia todo a procura de trabalho e voltava para casa com um sorriso aberto nos lábios e carregava vários pacotes com presentes e muita comida. A sorte o ajudara e ele tinha conseguido trabalho.
Os anjos sorriram no alto vendo a alegria que existia no lar de Maria Rita naquele momento e ela usou os outros fios da árvore mágica para tecer lindos tecidos e com eles fazer roupas para todas as crianças pobres do mundo.
CARLOS CUNHA
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CARLOS CUNHA/o poeta sem limites
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