"Tava eu com meus 3 ou 4 anos. Não acredito que já pudessem ser cinco. E numa dessas travessuras da vida - contra minha vontade, vai ver - foi-me banhar tia R. Numa bacia, daquelas antigas, estanhadas. Sei que a porta do quarto estava fechada, ou cerrada, e a fímbria de luz vinha pela vidraça da janela.
Sei que, já banhado, e vai ver que não vestido, saí do quarto protestando a plenos pulmões que havia visto a perereca da tia, e que ela era assim - fazendo o gesto de juntar com as mãos as gordurinhas de minha barriguinha, bem em torno do umbigo.
Sei que se me acreditei fui solenemente ignorado, embora ninguém me tenha mandado mais que calar a boca porca, se muito.