Joãozinho, por um descuido,
Chupando uma mexerica
Engoliu o seu caroço.
Apavorado, o menino,
Não sabia o que fazer,
Queria arrumar um meio
De o caroço descer.
Por conselho dum amigo
Usando só o pinico
Joãozinho procurava
O carocinho atrevido.
Joãozinho o pinico
Vigiava todo dia
E o carocinho danado
Da barriga não saia.
Foi-se passando o tempo
Joãozinho se esqueceu
O caroço não saiu
E ele nem percebeu.
Algumas semanas depois,
Quando já nem mais lembrava,
Nosso amigo amanheceu
Com uma dor de barriga danada.
Correu logo pro banheiro
Nem a porta ele fechou.
Com aquele desespero
Quase a roupa ele sujou.
Joãozinho ficou surpreso!
Fez careta até demais.
Nem fazendo tanta força
Não saía nem um gás.
O menino desistiu
Depois de muito tentar
E todo seu sacrifício
De nada lhe adiantar.
Levantou louco da vida
Com aquela situação
Reclamou dor de barriga
Do caroço lembrou não.
Sua mãe lhe deu remédio,
Lombrigueiro da pesada,
Pra limpar sua barriga.
E ficou mais descansada.
Mas pro nosso amiguinho
Não valeu tal lombrigueiro,
Com a barriga doendo
Chorou por um dia inteiro.
No outro dia pior
Amanheceu o bichinho
Com a garganta inchada
Não comeu nem um pouquinho.
Sua mãe desesperada
Tomou boa providência
Correu com o seu filhinho
Pro doutor da Previdência.
O doutor examinou
Disse à mãe pra descansar:
Só engoliu uma folha
É muito fácil tirar.
Que folha eu engoli nada
Protestou o garotinho
A isso prefiro mais
Engolir um bom docinho.
O doutor piscou um olho
Para mamãe entender
Criança é assim mesmo
Não dá o braço a torcer.
E a mãe ficou tranqüila...
Até a manhã seguinte!
Pois seu filho acordou
Veja só que coisa louca!
Com um ramo de mexerica
Saindo de sua boca.
(Leia ainda neste site, do mesmo autor:
-"O Presente", comovente história de um pai que, ao comprar um presente de aniversário para o filho, vê-se envolvido com a polícia.
- Outros contos e poesias.)
