Ai que saudade de um tempo que
nunca mais retornará, um tempo em
que a simplicidade das brincadeiras
eram tópicos das conversas à noite.
Saudades de uma vida mansa, onde a
maior preocupação era não ter preocu-
pação.
Tenho lembranças guardadas em algum
canto de minha mente em que um simples
pregador de roupa onde eu amarrava uma
linha se transformava em um barco de
corrida e o mar era o rio que passava atrás
da casa de meu vovô Níco, aliás é este o
começo desta estória!!
Gerson...cuidado neste muro, se não você pode
cair! gritava minha mãe ao me ver dependurado
brincando no paredão do rio.
Eu sei mãe...eu não vou cair, pode ficar tranquilha.
Mãe, mãe...gritava minha irmã Eliane me dedurando
para mamãe.
E lá ia ela me tirar da brincadeira, interromper um
sonho.
Gelria, deixe o menino brincar eu estou de olho nele.
Ora papai! Gerson é muito travesso com certeza ele
vai aprontar alguma.
Que nada, aqui ele sabe que tem proteção.
Minha avó Almerinda a tudo assistia e de seu status
de matriarca analisava todas as situações, mas contudo
sem perder seu jeito de vovó.
Gelria cadê o caçulinha?
Gilsinho esta dormindo, ele ainda é muito pequeno!
Mãe, a mana com as crianças estão aqui?
estão sim Gilberto!
Então onde está o capetinha do Gerson?
Ele está no quintal, respondeu tia Norma.
Venha cá meu pequeno, de-me um abraço gostoso!
Tio trouxe bala para mim?
Trouxe, mais vou lhe dar uma de cada vez tá!!
tá........!
Agora eu quero brincar.
Vovô vem brincar com a gente!
Espere um pouco deixe eu acabar de fazer a barba
Vovô...todo mundo tém barba?
Não, só os homens tém barba, os meninos quando
crescem também as possui! entendeu!!
Há! então quando eu crescer também terei?
Sim, você também!!
Níco, crianças, Gelria, Gilberto, Norma, Carlinhos
Venham, o almoço está pronto.
E eu agarrado nas mãos de Vovô Níco ia todo
sorridente para a mesa, vivendo uma estória única
que só vive nas lembranças de criança!!!