Número do Registro de Direito Autoral:133313104128873400
O pica-pau Luizinho
Acordei atordoada,
Com o barulho no quintal,
Da janela envidraçada
Eu vi logo o pica-pau.
Toc, toc, toc, toc,
Martelava sem parar,
Toc, toc, toc, toc,
Começava me irritar.
Dei um assovio forte
Pra que ele fosse embora,
Mas virando para o Norte,
Recomeçou sem demora.
Gritei-lhe um nome feio
Ele só olhou pra mim,
Recomeçando com anseio
Sua busca por cumpim.
Gritei-lhe: HOJE É DOMINGO!
Vai batucar mais além,
Não me respeitas um pingo,
Não te respeito também.
Luizinho nessa hora,
Parou e disse zangado:
Você quer que eu páre agora,
Só pra dormir sossegado.
Mas eu tô muito ocupado
Procurando o que comer,
E tu aí do teu lado
Nem se importa se eu morrer.
Vou continuar furando
Você não vai me impedir,
Quero ver você bufando
Com vontade de dormir.
Enquanto isto os vizinhos
Começavam se juntar,
Para ver o Luizinho
De minha cara gozar.
Peguei um velho bodoque
E mostrei pro pica-pau,
Ele fez mais toc, toc,
Fazendo cara de mau.
Então eu fui à cozinha
E abri a geladeira
Peguei tudo que continha
E botei numa peneira.
Peguei bolos e maçãs,
Maionese e gelatina,
A pimenta “tucanã”,
Que me deu tia Regina.
Enquanto isto lá fora
O forró continuava
O pica-pau barulhento
Os vizinhos conquistava.
Ofereci a peneira
Com tudo que ela continha,
Ele aceitou na carreira
E agradeceu, que gracinha!
Luizinho agora quer
Que eu seja sua madrinha,
E chamou sua mulher,
Para morar na cozinha.
Pois gostou do meu cardápio
De maçã com pimentinha,
Só me restou cuidar dele
E sua bela mulherzinha.