Alguém já disse, alhures, que todo o irônico é, no fundo, um agressivo, que não se atreve a manifestar abertamente a sua crítica e, por isso, recorre à máscara do falso humorismo. Há pessoas que só usam o pensamento para proporcionar respostas superficiais aos instintos e desejos mais egoístas e insignificantes, que em nada aproveitam na direção do verdadeiro sentido da vida. Um homem assim, na verdade, está mais para um animal selvagem, um bicho, ou um lixo, que circula, come, bebe, dorme, e se entrega de forma doentia ao sexo pelo sexo, um pedaço de carne, músculos e vísceras, onde ele fuça, desfruta, enjoa, se ilude, trabalha, briga, se rotula como livre pensador, se deprime, quand onão se droga, vai ao psiquiatra, muda de sexo para trocar de prazer, envelhece, fica brocha e morre. É de doer o coração! É de dar pena!