Sou um menino travesso
Deixo tudo pelo avesso
Dobro as esquinas, a rua
Esses dias, peguei a lua
E com arte magistral
Enfiei num alfinete
E pendurei no varal.
Mas a gangorra do tempo
Fez a mamãe voltar
Ao seu tempo de criança
Vendo a lua balançar
E quando o vento tocava
A lua quase arrastava
Na grama do meu quintal
A mamãe não teve medo
De revelar o segredo
Da criança que há nela
E sem sequer ficar vermelha
Arrancou do varal a lua
E como uma jóia sua
Pendurou-a na orelha