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Infantil-->Os Três Porquinhos ( Joseph Jacobs ) -- 18/03/2009 - 05:05 (CARLOS CUNHA / o poeta sem limites) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




















Os Três Porquinhos

( Joseph Jacobs )



Era uma vez, na época em que os animais falavam, três porquinhos que viviam felizes e despreocupados na casa da mãe.
A mãe era ótima, cozinhava, passava e fazia tudo pelos filhos. Porém, dois dos filhos não a ajudavam em nada e o terceiro sofria em ver sua mãe trabalhando sem parar.
Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse:

- Queridos filhos, vocês já estão bem crescidos. Já é hora de terem mais responsabilidades para isso, é bom morarem sozinhos.

A mãe então preparou um lanche reforçado para seus filhos e dividiu entre os três suas economias para que pudessem comprar material e construírem uma casa.
Estava um bonito dia, ensolarado e brilhante. A mãe porca despediu-se dos seus filhos:

- Cuidem-se! Sejam sempre unidos! - desejou a mãe.

Os três porquinhos, então, partiram pela floresta em busca de um bom lugar para construírem a casa. Porém, no caminho começaram a discordar com relação ao material que usariam para construir o novo lar.
Cada porquinho queria usar um material diferente.
O primeiro porquinho, um dos preguiçosos foi logo dizendo:

- Não quero ter muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com um monte de palha e ainda sobra dinheiro para comprar outras coisas.

O porquinho mais sábio advertiu:

- Uma casa de palha não é nada segura.

O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, também deu seu palpite:

- Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e muito prática. Quero ter muito tempo para descansar e brincar.
Uma casa toda de madeira também não é segura - comentou o mais velho- Como você vai se proteger do frio? E se um lobo aparecer, como vai se proteger?
- Eu nunca vi um lobo por essas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira para me aquecer! - respondeu o irmão do meio- E você, o que pretende fazer, vai brincar conosco depois da construção da casa?

- Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos, que é resistente. Só quando acabar é que poderei brincar. – Respondeu o mais velho.

O porquinho mais velho, o trabalhador, pensava na segurança e no conforto do novo lar.
Os irmãos mais novos preocupavam-se em não gastar tempo trabalhando.
Não vamos enfrentar nenhum perigo para ter a necessidade de construir uma casa resistente. - Disse um dos preguiçosos.
-Cada porquinho escolheu um canto da floresta para construir as respectivas casas. Contudo, as casas seriam próximas.

O Porquinho da casa de palha, comprou a palha e em poucos minutos construiu sua morada. Já estava descansando quando o irmão do meio, que havia construído a casa de madeira chegou chamando-o para ir ver a sua casa.
Ainda era manhã quando os dois porquinhos se dirigiram para a casa do porquinho mais velho, que construía com tijolos sua morada.
Nossa! Você ainda não acabou! Não está nem na metade! Nós agora vamos almoçar e depois brincar. – disse irônico, o porquinho do meio.
-O porquinho mais velho porém não ligou para os comentários, nem par a as risadinhas, continuou a trabalhar, preparava o cimento e montava as paredes de tijolos. Após três dias de trabalho intenso, a casa de tijolos estava pronta, e era linda!

Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos morando naquela parte da floresta. O Lobo sentiu sua barriga roncar de fome, só pensava em comer os porquinhos.
Foi então bater na porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. O porquinho antes de abrir a porta olhou pela janela e avistando o lobo começou a tremer de medo.
O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo:

- Vá embora! Só abrirei a porta para o meu pai, o grande leão!- mentiu o porquinho cheio de medo.

- Leão é? Não sabia que leão era pai de porquinho. Abra já essa porta. – Disse o lobo com um grito assustador.

O porquinho continuou quieto, tremendo de medo.

- Se você não abrir por bem, abrirei à força. Eu ou soprar, vou soprar muito forte e sua casa irá voar.

O porquinho ficou desesperado, mas continuou resistindo. Até que o lobo soprou um a vez e nada aconteceu, soprou novamente e da palha da casinha nada restou, a casa voou pelos ares. O porquinho desesperado correu em direção à casinha de madeira do seu irmão.
O lobo correu atrás.
Chagando lá, o irmão do meio estava sentado na varanda da casinha.
- Corre, corre entra dentro da casa! O lobo vem vindo! – gritou desesperado, correndo o porquinho mais novo.

Os dois porquinhos entraram bem a tempo na casa, o lobo chegou logo atrás batendo com força na porta.
Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta dizendo:
Porquinhos, deixem eu entrar só um pouquinho! __ De forma alguma Seu Lobo, vá embora e nos deixe em paz.- disseram os porquinhos.

- Então eu vou soprar e soprar e farei a casinha voar. O lobo então furioso e esfomeado, encheu o peito de ar e soprou forte a casinha de madeira que não agüentou e caiu.

Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho.
Chegando lá pediram ajuda ao mesmo.

-Entrem, deixem esse lobo comigo!- disse confiante o porquinho mais velho.

Logo o lobo chegou e tornou a atormentá-los:

- Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar, é só um pouquinho!

- Pode esperar sentado seu lobo mentiroso.- respondeu o porquinho mais velho.

- Já que é assim, preparem-se para correr. Essa casa em poucos minutos irá voar! O lobo encheu seus pulmões de ar e soprou a casinha de tijolos que nada sofreu.

Soprou novamente mais forte e nada.
Resolveu então se jogar contra a casa na tentativa de derrubá-la. Mas nada abalava a sólida casa.
O lobo resolveu então voltar para a sua toca e descansar até o dia seguinte.
Os porquinhos assistiram a tudo pela janela do andar superior da casa. Os dois mais novos comemoraram quando perceberam que o lobo foi embora.

- Calma , não comemorem ainda! Esse lobo é muito esperto, ele não desistirá antes de aprende ruma lição.- Advertiu o porquinho mais velho.

No dia seguinte bem cedo o lobo estava de volta à casa de tijolos. Disfarçado de vendedor de frutas.

- Quem quer comprar frutas fresquinhas?- gritava o lobo se aproximando da casa de tijolos.

Os dois porquinhos mais novos ficaram com muita vontade de comer maçãs e iam abrir a porta quando o irmão mais velho entrou na frente deles e disse: -__ Nunca passou ninguém vendendo nada por aqui antes, não é suspeito que na manhã seguinte do aparecimento do lobo, surja um vendedor?
Os irmãos acreditaram que era realmente um vendedor, mas resolveram esperar mais um pouco.
O lobo disfarçado bateu novamente na porta e perguntou:

- Frutas fresquinhas, quem vai querer?

Os porquinhos responderam:

- Não, obrigado.

O lobo insistiu:

- Tome peguem três sem pagar nada, é um presente.

- Muito obrigado, mas não queremos, temos muitas frutas aqui.

O lobo furioso se revelou:

- Abram logo, poupo um de vocês!

Os porquinhos nada responderam e ficaram aliviados por não terem caído na mentira do falso vendedor.
De repente ouviram um barulho no teto. O lobo havia encostado uma escada e estava subindo no telhado.
Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhavam uma sopa de legumes.
O lobo se jogou dentro da chaminé, na intenção de surpreender os porquinho entrando pela lareira. Foi quando ele caiu bem dentro do caldeirão de sopa fervendo.

- AUUUUUUU!- Uivou o lobo de dor, saiu correndo em disparada em direção à porta e nunca mais foi visto por aquelas terras.

Os três porquinhos, pois, decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que precisavam trabalhar além de descansar e brincar.
Pouco tempo depois, a mãe dos porquinhos não agüentando as saudades, foi morar com os filhos.
Todos viveram felizes e em harmonia na linda casinha de tijolos




















Arquivo do Poeta/As lágrimas do palhaço



(Aproveito ao publicar este texto para homenagear não só aos palhaços, mas a todos os artístas de rua que mostram a sua diversificada arte nos parques, jardins públicos, avenidas ou qualquer outro lugar onde lhe dêem a oportunidade de mostrar o seu trabalho, que não pode se negar ser de grande valor e digno de maior respeito.
Parabéns pela grandeza maior de se apresentarem, mesmo mantendo o seu anonimato, sem nunca perderem a fibra do grande artísta.)


As lágrimas do palhaço

(um conto infantil pra criança e gente grande ler)

Um riso forte, puro e cheio de encantamento domina uma porção de rostinhos inocentes e faz com que as almas daquelas crianças se encham de fantasia.
Mantendo um equilíbrio perfeito um palhaço pedala, sentado em um monociclo, por uma das avenidas do grande parque, enchendo de alegria aqueles que lá estão e o observam admirados.
Suas mãos dominam com segurança e presteza várias bolas coloridas que sobem e descem, num bailado cheio de cadência, seguindo o rítmo comandado por aquele maestro com o rosto pintado, que tem o nariz redondo e está vestindo roupas largas e coloridas.
Ele faz graças e micagens que obriga todas as pessoas, de todas as idades, a rirem. Diz galanteios para as moças bonitas em sua volta, que são dignos de um poeta e as crianças, a quem ele dedica a sua vida, deliram com as caretas engraçadas do seu rosto mascarado.
Quando desce do seu trono - o monociclo que tem mais de dois metros de altura - e fica no chão da avenida ao alcance das pessoas, elas se aglomeram em sua volta para ver as suas graças e ouvir o que ele vai dizer para alegrá-las.
Delas tira risadas hilariantes com seus ditos cheios de humor e quando faz surgir do nada uma flor vermelha de papel, ou tira do ouvido um lenço de cor berrante, enche de admiração a todos os que o rodeiam.
Até lágrimas nos olhos das pessoas mais sensíveis ele coloca, quando elas o ouvem contar uma história triste, com aquela sua boca pintada de vermelho e percebem que se esconde uma tristeza atrás de toda aquela alegria que ele distribui e que as cores daquela fantasia que usa servem para disfarçar uma grande dor por ele sentida.
O final da tarde se aproxima e é chegada a hora dele terminar o seu espetáculo e ir descansar.
As famílias vão para as suas casas e o palhaço segue o seu caminho que, sem as crianças que são levadas por elas, para ele é difícil e árduo.
Ele também tem uma casa e quando chega nela tira a sua fantasia pra carregar os sofrimentos de um homem comum. Senta-se, ainda com o rosto pintado, e pensa com amargura em uma criança muito especial para ele.
Toda aquela pintura que o mascara não disfarça a dor dos seus olhos, quando neles surgem duas lágrimas que rolam manchando a tinta que cobre o seu rosto. Elas existem, e são tão amargas para aquele palhaço, porque ele sabe que a criança que mais ama, o seu filhinho adorado, está doente e não vai demorar pra ele ir para o céu e ser mais um anjo por lá.

CARLOS CUNHA


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