Usina de Letras
Usina de Letras
148 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62822 )
Cartas ( 21344)
Contos (13289)
Cordel (10347)
Crônicas (22569)
Discursos (3245)
Ensaios - (10542)
Erótico (13586)
Frases (51214)
Humor (20118)
Infantil (5545)
Infanto Juvenil (4875)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1380)
Poesias (141100)
Redação (3342)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2440)
Textos Jurídicos (1965)
Textos Religiosos/Sermões (6301)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Infantil-->A FORMIGA BEETHOVEN -- 09/05/2013 - 10:48 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Imagem escolovar.org

 

FORMIGA BEETHOVEN

 

Vovó Corina contatava que a fada do sono visitava as crianças de todas as partes do mundo. Tocava com a varinha mágica na testa daquelas que, durante o dia, assistiam a filmes de terror na tevê. Elas não conseguiam dormir. Fechavam os olhos e os monstros apareciam fazendo diabruras em suas mentes.

Ravana tinha apenas cinco anos e se lembrava muito bem de quase todas as historinhas que a vovó contava para fazê-la dormir. Passava a mão em sua cabeça dizendo palavras que soavam como mágica: “Durma, Ravanita, durma... Vou retirar os monstros dos teus olhos. Pode dormir agora. Eles já se foram!”


Dormia, não sem antes reclamar:


—Eles estão voltando, vovó! Os monstros estão em meus olhos e não me deixam dormir... Conte uma historinha, vovó!


— Posso contar outra vez “A lagoa encantada?”

— Não, aquela não! Tenho medo da carimbamba...

— Já contei todas que sabia!

— Pode ser inventada, pode ser inventada!

— Todas as estórias são inventadas, minha filha!

— Então invente uma!

E a vovó contou:                       

Era uma vez, uma formiga  albina. No dia em que ela  nasceu, houve um eclipse no sol. Tudo escureceu na colônia das formigas. Era um sinal do céu...

A fada da sabedoria foi convidada para uma reunião que deveria acontecer nos primeiros dias de vida da menina. A pequena formiga nascera com sífilis. Estava, portanto, fora dos padrões do formigueiro. Ficaria cega e surda. Seria um fardo para as saúvas. Por isso, não  poderia viver na comunidade das formigas, deveria ter sido arrancada do ninho quando ainda era ovo e jogada fora.

Naquele dia, o  Primeiro Ministro Fortunato Formicida, abriu a sessão com um pronunciamento solenemente fúnebre: “Augustos e digníssimos representantes da Corte Marcial da Grande Saúva  de Bengala, hoje nasceu em nosso meio uma formiga predisposta a tornar-se  deficiente. Não será capaz de assumir as funções de guarda ou de operária; assim, diante da presumível incapacidade para o trabalho e como está escrito em nosso código: “Quem não vive para servir, não serve para viver”, minha proposta é que ela   seja sumariamente exterminada ou banida para sempre do formigueiro...

O destino da formiga albina estava prestes a transformar-se num exílio de vida ou numa pena de morte, mas, por sorte, a fada madrinha postou-se no meio da assembleia e vaticinou:  "Esta menina será frondosa como uma palmeira. E quando soprar  o vento Norte, ela criará  asas como pássaro, navegará os sete mares e será muito aplaudida... Seu nome é Ravenala, árvore-do-viajante. O mundo para ela não terá fronteiras. Toda a Terra  conhecerá seus feitos. O som de seu trompete será um acalanto para a alma de quem dela se aproxima."

Houve um profundo silêncio no mundo encantado das formigas. Em seguida, a rainha decretou: “A partir de agora, Ravenala comporá músicas para a corte. Tocará para a rainha e seu nome será   BEETHOVEN . Providenciem uma orquestra... organizem o coro, quero ouvir uma sinfonia”.

A partir de então,a música passou a fazer parte do cotidiano da grande colônia de formigas que já não precisava mais contratar os serviços da cigarra para cantar nos dias de festa.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui