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Infantil-->O sonho de comerciar... -- 13/10/2013 - 10:43 (Brazílio) |
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Custódio passara um tempão tocando tear na fábrica de tecidos. Aposentara-se na
semi-invalidez. E aquela pensão miserave. Tudo depois de ter acumulado algodão nos
pulmões e aquela ojeriza de ter que fazer o que não lhe apetecia a vontade.
Seu sonho fôra sempre o comércio. E bem que sonhara, babara, delirara com um lugar
no armazém do Natércio. Pena que não dava pra escrita, sina maldita. Mal rabiscava
o nome. E o diacho é que nos números era bamba. Tinha nascido com aquela
predisposição, tava tudo organizadim na cachola. Punha, tirava, repartia, ajuntava e
no final a conta sempre dava.
E com tanta hora agora pra encher o dia, deu de ir pra praça da redoviária. Vê o
movimento, sentado no banco de cimento. Mas se enfastiou de tanto olhar pras
pessoas, sentiu-se um traste, bicho a toa.
Criou coragem e duma hora pra outra meteu-se a vender fósforos. Óia o fosque, que
vem do bosque, acende e alumia. Era o que dizia. E não lhe faltava freguesia, todo o
estoque saia, mas a renda, a renda, dessa venda, essa é que não aparecia.
Até que um dia, um amigo, o Girimia, depois de muito observar, dele se acercou e, na
bucha, o apertou: Ma` que isso Custode, assim ocê se… nem pode, afinal cê compra o
maço de dez caixa a cinquenta cruzero, revende cada uma a cinco, onde é que espera
fazê dinhero?
E pra quê vou lá me incomodá, meu negócio é o prazê de cumerciá…Um dia o sonho
tinha que se realizá. |
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