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Infantil-->O café quente -- 23/10/2013 - 12:44 (Brazílio) |
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Eles nasciam sadios mas poucos eram os que escapavam àquela doença: vinham
umas bolinhas em torno dos olhos, que se iam espalhando pela cabeça e antes que
passassem daquela fase ainda tenra da infância, seu destino já estava selado.
Pobres pintainhos.
E devia até ser uma doença simples de se combater, mas que é de aparecer ali algum
técnico ou prático agrícola instruído, dando explicações, folhetos e algumas amostras
grátis de medicamentos que poderiam ter salvo muitas vidas. Umas poucas gotas na
água, e quem sabe?
E a enfermidade se agravava nos meses mais frios e secos, o que não impedia àquelas
avezinhas de andar atrás de migalhas, farelos, restinhos ou mesmo a presença da
meninada que de manhã, ainda com cobertas nas costas ia pro quintal "quentá" sol
enquanto tomava o café matinal. Que não era nada dum breakfast at Tiffany`s mas
que baseado no café passado na hora, e no pão de sal com manteiga, revigorava até
a alma, dando um novo alento para se começar o dia, ainda que fosse tempo de férias
escolares.
E o Juca acordou mais cedo, ou foi mais tarde naquele dia? Mal se sabia, mas a
verdade é que foi tomar seu café sozinho, empoleirando-se no topo do barranquinho
que levava ao "quarador", até que se viu cercado de pintainhos - chatinhos.
O que se viu a seguir foi um deles agonizante, bem ao pé do barranco. E Juca, com
suas botininhas de couro foi franco: não foi nada gente, o que caiu nele foi café
quente. |
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