Um dia tia Vicentina, com a redada de meninos à sua volta e palhas de milho à mão, resolveu nos mostrar como se fazia uma peteca.
Selecionou as palhinhas mais tenras, separou-as num montinho e, a primeira que pegou, serviu para embrulhar cuidadosamente um caquinho de telha, quadradinho e da cor quase vermelha. Estava ali o núcleo, o cérebro, a ciência do equilíbrio e peso petecais.
E de folha em folha de palha, alternadamente, foi fazendo uma cruz em torno embrulhinho. Quando juntou todas as pontas, pronta tava a petequinha. Ou quase.
Faltava amarrar aquele molho, o que ela fez com um barbantinho; aparar as pontas, e botar ir enfiando as penas, cuidadosamente, de forma a dar aquele formato de espanador.
E só mais uma coisinha: mergulhar a palma da peteca nágua: era para acomodar melhor as palhas, e lhe dar o peso exato.
Pronto, já podíamos passar às palmadas, sem ficarmos só na cobiça - coisa feia - de peteca de couro alheia.